Mortadela (alcunha)
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Mortadela é um termo depreciativo brasileiro, usado para descrever os simpatizantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e adeptos da esquerda política em geral. Sua contraparte é o termo coxinha.[1]
Contexto
editarApós impopulares ajustes fiscais e nas regras previdenciárias logo depois sua reeleição para um segundo mandato,[2] Dilma Rousseff experimentou uma queda vertiginosa de popularidade, chegando a apenas 7% de aprovação.[3] Somando-se tais fatos ao desenrolar da Operação Lava Jato que investigou diversos políticos ligados ao Partido dos Trabalhadores, a insatisfação popular foi levada as ruas.[4] Organizados por grupos oposicionistas como o Vem pra Rua, Revoltados Online e MBL, os protestos logo se tornaram os maiores desde as Diretas Já.[5] Na contramão, movimentos sociais organizaram manifestações a favor da Petrobras, que atraiu diversos apoiadores do governo petista. Com o tempo a pauta mudou para "contra o impeachment".[6][7]
Origem
editarRaramente, ocorre distribuição de protestos e passeatas organizados por sindicatos e organizações da sociedade civil de alguma forma de alimentação aos participantes, geralmente na forma de um lanche rápido e uma bebida.[8][9] Aos poucos e de forma pejorativa, a mortadela, embutido de baixo valor associado a classes populares, começou a ser associada com os lanches oferecidos em tais protestos por ser um alimento de baixo custo e status, que não raramente compunha o recheio das refeições distribuídas.[10]
Por volta de 2015, porém, denúncias sem base empírica começaram a surgir em redes sociais dizendo que os organizadores das manifestações Pró-Dilma supostamente estariam oferecendo lanche (normalmente pão com mortadela)[11] e uma quantia em dinheiro R$ 30,00 (trinta reais) para que donas de casa e desempregados participassem dos protestos e aumentassem o volume de pessoas nas ruas, levantando questionamentos quanto à legitimidade do movimento e catapultando a expressão para além dos nichos de direita onde era conhecida.[12][13]
Mortadelaço
editarSendo um "protesto sobre o protesto" o mortadelaço foi um ato público de distribuição de pão e mortadela que ocorreu em diversas datas e em diferentes locais do Brasil para manifestar repúdio à suposta compra de militância pelos organizadores dos movimentos pró-Dilma.[14] A ideia foi reproduzida na sessão da comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff com queijo, pão e mortadela sendo distribuídos aos deputados presentes.[15]
Ver também
editarReferências
- ↑ OLIVEIRA, Sara Antunes de (19 de março de 2016). «Você come coxinha ou sanduíche de mortadela?». Expresso. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ DRUMMOND, Carlos (18 de janeiro de 2015). «A punhalada fiscal de Levy e Dilma». CartaCapital. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ MATOSO, Filipe (15 de dezembro de 2015). «Governo Dilma tem aprovação de 9% e reprovação de 70%, diz Ibope». G1. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ PELLEGRINI, Marcelo (12 de abril de 2015). «Manifestações contra o governo encolhem em todo Brasil». CartaCapital. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ «Paulista reúne maior ato político desde as Diretas-Já, diz Datafolha». Folha de S.Paulo. 15 de março de 2015. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ «Manifestações em apoio à Petrobras e a Dilma reúnem milhares em 24 Estados e DF». ZH Notícias (Zero Hora). 13 de março de 2015. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ «Manifestantes fazem atos em defesa de Dilma em 25 estados e no DF». G1. 20 de agosto de 2015. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ «Protesto com café da manhã na Ksato». Sindicato dos Metalúrgicos. 22 de setembro de 2011. Consultado em 22 de dezembro de 2020
- ↑ Pedro Dantas (4 de agosto de 2000). «Protesto em shopping do Rio foi 'contra o sistema capitalista'». Folha de S. Paulo. Consultado em 22 de dezembro de 2020
- ↑ Carolina Bridi (17 de janeiro de 2014). «Lanchamos Na Porta Do Shopping Campo Limpo Com O MTST». 'VICE'. Consultado em 22 de dezembro de 2020
- ↑ Protestos de 2015: Os Imaginários no Facebook
- ↑ GONÇALVES, Eduardo (13 de março de 2015). «Nem 'vale-protesto' salva ato pró-Dilma em São Paulo». Veja. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ AGOSTINE, Cristiane (13 de março de 2015). «Manifestantes recebem R$ 35 para ir a ato a favor de Dilma em SP». Valor. Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ VIVES, Kyane (20 de agosto de 2015). «Com pão e mortadela, grupo ironiza protesto pró-Dilma na Capital». ZH Notícias (Zero Hora). Consultado em 6 de dezembro de 2016
- ↑ PASSARINHO, Natália; GARCIA, Gustavo (8 de abril de 2016). «Deputados e manifestantes comem pão, queijo e mortadela em comissão». G1. Consultado em 6 de dezembro de 2016