Movimento 23 de Março
Movimento 23 de Março (em francês: Mouvement du 23 mars), frequentemente abreviado como M23 e também conhecido como Exército Revolucionário Congolês (Armée révolutionnaire du Congo),[1] é um grupo militar rebelde liderado por tutsis congoleses e apoiado pelo governo de Ruanda.[2] Com sede nas regiões orientais da República Democrática do Congo (RDC), opera principalmente na província de Quivu do Norte, que faz fronteira com Uganda e Ruanda. A rebelião do M23 de 2012 a 2013 contra o governo da RDC levou ao deslocamento de um grande número de pessoas. Em 20 de novembro de 2012, o M23 assumiu o controle da cidade de Goma, uma capital provincial com uma população de um milhão de pessoas, mas foi solicitado a evacuá-la pela Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos quando o governo da RDC finalmente concordou em negociar. No final de 2012, as tropas congolesas, juntamente com as tropas da ONU, retomaram o controle de Goma quando o M23 anunciou um cessar-fogo e afirmou que queria retomar as negociações de paz.[3]
Um relatório das Nações Unidas concluiu que Ruanda criou e comandou o grupo rebelde M23,[4] mas que o país cessou o seu apoio ao grupo devido à pressão internacional e à derrota militar da RDC e da ONU em 2013.[5]
Em 2017, elementos do M23 retomaram a sua insurgência na RDC, mas as operações desta facção dissidente tiveram pouco impacto local[6] Em 2022, uma parcela maior do M23 iniciou uma ofensiva, que acabou resultando na captura da cidade fronteiriça congolesa de Bunagana.[7][8] Em novembro de 2022, os rebeldes do M23 aproximaram-se da cidade de Goma e forçaram cerca de 180 mil pessoas a abandonar as suas casas depois de o Exército congolês ter retirado da região perto da aldeia de Kibumba.[9] Em junho de 2023, a Human Rights Watch relatou abusos de direitos humanos cometidos por rebeldes do M23 na RDC, incluindo assassinatos ilegais, estupros e outros crimes de guerra. As alegações implicam apoio de Ruanda a essas ações, piorando a situação humanitária na região. O Conselho de Segurança das Nações Unidas incentivou sanções contra os líderes do M23 e implicou responsáveis ruandeses.[10] Em janeiro de 2025, o grupo ocupava várias cidades importantes no leste de Quivu do Norte, incluindo Bunagana, Kiwanja,[11] Kitchanga,[12] Rubaya,[13] Rutshuru,[11] e a cidade de Goma.[14]
Ver também
editarReferências
- ↑ «DR Congo: Bunagana residents flee M23 clashes to Uganda». bbcnews.com. 1 de março de 2013. Consultado em 3 de março de 2013
- ↑ «Instability in the Democratic Republic of Congo». Global Conflict Tracker (em inglês). Consultado em 29 de novembro de 2022
- ↑ «Goma: M23 rebels capture DR Congo city». BBC News. 20 de novembro de 2012. Consultado em 18 de novembro de 2012. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2012
- ↑ «Paul Kagame, War Criminal?». Newsweek (em inglês). 14 de janeiro de 2013. Consultado em 9 de julho de 2017
- ↑ «Subcommittee Hearing: Developments in Rwanda – Committee on Foreign Affairs». Committee on Foreign Affairs (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2017
- ↑ ICG 2022, p. 10.
- ↑ «Thousands displaced as M23 rebels near key DRC city of Goma». www.aljazeera.com (em inglês). Consultado em 29 de novembro de 2022
- ↑ Sabiti, Djaffar; Bujakera, Stanis (13 de junho de 2022). «Congo rebels seize eastern border town, army blames Rwanda». Reuters (em inglês). Consultado em 14 de junho de 2022
- ↑ «Thousands displaced as M23 rebels near key DRC city of Goma». www.aljazeera.com (em inglês). Consultado em 18 de novembro de 2022
- ↑ «DR Congo: Killings, Rapes by Rwanda-Backed M23 Rebels | Human Rights Watch» (em inglês). 13 de junho de 2023. Consultado em 31 de janeiro de 2024
- ↑ a b Kabumba, Justin; Larson, Krista (29 de outubro de 2022). «Rebels makes new advance, and Congo expels Rwandan envoy». ABC News. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
- ↑ «M23 rebels take control of eastern DR Congo town». Al Jazeera. 1 de fevereiro de 2023. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
- ↑ Mulegwa, Pascal (27 de fevereiro de 2023). «Congolese M23 rebels seize major mining town of Rubaya». Anadolu Agency. Consultado em 27 de fevereiro de 2023
- ↑ «Fresh Clashes as M23 Rebels Make Gains in East DR Congo». Voice of America. 26 de janeiro de 2023. Consultado em 1 de fevereiro de 2023