Castelo de Portimão
O Castelo de Portimão, também denominado como Muralhas de Portimão, é um monumento militar na cidade de Portimão, na região do Algarve, em Portugal.
Castelo de Portimão | |
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Informações gerais | |
Nomes alternativos | Muralhas de Portimão |
Tipo | Castelo |
Aberto ao público | |
Estado de conservação | Ruínas |
Património de Portugal | |
Classificação | IIP |
Ano | 1993 |
DGPC | 74640 |
SIPA | 1298 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localidade | Portimão |
Coordenadas | 37° 08′ 26″ N, 8° 32′ 07,1″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Descrição
editarO recinto amuralhado de Portimão, quando estava completo, formava um polígono de planta irregular, com uma área interior de mais de seis hectares.[1] As muralhas estavam dispostas numa configuração de dentes de serra,[2] e tinham caminhos de ronda no topo, como se pode comprovar nalguns dos lanços sobreviventes.[1] Contava com quatro portas principais, protegidas por torres geminadas, e o lanço junto das margens do rio tinha um baluarte e um barbacã.[2]
O percurso das muralhas acompanhava parcialmente as margens do Rio Arade, e encerrava a zona mais elevada da vila, onde se encontrava igualmente a Igreja Matriz.[1] No interior, a malha urbana estava disposta principalmente em três eixos viários, que se associavam às portas da Ribeira, Serra e São João.[1] A Porta da Ribeira situava-se sensivelmente na extremidade ocidental da moderna Rua Júdice Fialho, na margem do rio, sendo então a principal passagem para as pessoas e mercadorias vindos por via fluvial e marítima.[3] A Porta da Serra ligava-se à estrada para Monchique, e ficou na toponímia local como a Rua da Porta da Serra, localizando-se sensivelmente no ponto em que esta se une à Rua da Igreja.[3] A Porta de São João erguia-se na presente Rua Direita, no acesso entre Portimão e Alvor, função que este eixo continua a desempenhar.[3] Também existiam várias portas de dimensões mais reduzidas, conhecidas como postigos, sendo o de Santa Isabel situado na extremidade da rua com o mesmo nome, dando para o rio, enquanto que o dos Fumeiros encontrava-se no Largo Francisco A. Maurício, e o da Igreja abria-se nas imediações da Igreja Matriz.[3]
A área mais antiga de Portimão situava-se nas imediações da Porta da Ribeira, no ponto mais próximo das margens do rio, e onde ainda sobreviveram alguns elementos manuelinos, como uma porta na Rua de Santa Isabel.[1] Grande parte das muralhas foi destruída, tendo restado apenas alguns pequenos lanços, adossados a prédios.[1] O maior situa-se entre a Porta da Serra e o Postigo dos Fumeiros, sendo ainda visível parte do caminho de ronda, tendo também sobrevivido parte do antigo lanço entre o Postigo da Igreja e a Porta de São João.[1]
No interior de uma loja no lado oriental da Praça da República, nas imediações do edifício da Igreja dos Jesuítas, também foram encontrados vestígios das muralhas.[4]
História
editarNos finais da Idade Média, a vila de Portimão já se tinha afirmado como um importante centro urbano, devido sobretudo à sua situação geográfica, junto ao oceano e à foz do Rio Arade, que era então o principal eixo fluvial na província.[1] Assim, tornou-se necessário construir um círculo de muralhas para proteger o burgo,[1] tendo a sua instalação sido ordenada pelo rei D. Afonso V em 1476.[2] O responsável pelas obras foi o primeiro donatário, Gonçalo Vaz Castelo Branco,[1] que também foi responsável pela edificação da Igreja Matriz.[5] Desta forma, tanto as muralhas como a igreja constituem importantes testemunhos de um período de grande desenvolvimento de Portimão.[5]
Em 1616 as muralhas foram reparadas, tendo provavelmente sido obras de pequenas dimensões, uma vez que o povoado já então se encontrava em franca expansão para as áreas exteriores.[6] Um dos principais edifícios a serem construídos fora das muralhas foi o Colégio dos Jesuítas, inaugurado nos princípios do século XVII, numa área que então conhecida como Rossio.[4] Como forma de responder a este crescimento urbano, o engenheiro Alexandre Massai chegou a planear a instalação de um novo sistema defensivo, cobrindo as novas áreas, mas nunca chegou a ser construído.[6] Com efeito, no século XVII já se tinham começado a operar grandes alterações na defesa da faixa costeira, com a implementação de fortalezas em pontos estratégicos da costa, em detrimento das antigos antigos recintos de muralhas em torno das cidades, tendo sido como parte destas novas orientações que foi instalado o Forte de Santa Catarina.[6]
Posteriormente, a maior parte das muralhas foram demolidas devido ao desenvolvimento da cidade, com a construção de novos prédios, alterando significativamente a configuração urbana.[1] Os vestígios das muralhas foram classificados como Imóvel de Interesse Público em 1993.[7]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d e f g h i j k «Muralhas de Portimão». Junta de Freguesia de Portimão. Consultado em 17 de Maio de 2024
- ↑ a b c «Portimão - Muralha». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 17 de Maio de 2024
- ↑ a b c d «Componente Património Cultural» (PDF). Museu de Portimão. Consultado em 17 de Maio de 2024
- ↑ a b NETO, João; VIEGAS, Patrícia; GIEBELS, Daniel (2005) [1991]. «Colégio de São Sizenando / Colégio de São Francisco Xavier / Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Portimão». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Junho de 2024
- ↑ a b «História». Câmara Municipal de Portimão. Consultado em 17 de Maio de 2024
- ↑ a b c «Muralhas de Portimão». Património Cultural. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 8 de Junho de 2024
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 45/93, de 30 de Novembro. Presidência do Conselho de Ministros. Publicado no Diário do Governo n.º 280, Série I-B, de 30 de Novembro de 1993.
Ligações externas
editar- Muralhas de Portimão na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural
- Muralhas de Portimão / Cerca urbana de Portimão na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
- Portimão - Muralha na base de dados Portal do Arqueólogo da Direção-Geral do Património Cultural