Choquinha-de-rabo-cintado

espécie de ave
(Redirecionado de Myrmotherula urosticta)

A Choquinha-de-rabo-cintado (nome científico: Myrmotherula urosticta)[2] é uma espécie de ave passeriforme da família dos tamnofilídeos (Thamnophilidae). É endêmica do Brasil. Os seus habitats naturais são: florestas subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude. Está ameaçada por perda de habitat.[1] Foi descrita pelo zoólogo inglês Philip Sclater em 1857 e recebeu o nome binomial Formicivora urosticta.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaChoquinha-de-rabo-cintado
Desenho da choquinha-de-rabo-cintado (pássaro superior) com a choquinha-de-garganta-clara (pássaro inferior)
Desenho da choquinha-de-rabo-cintado (pássaro superior) com a choquinha-de-garganta-clara (pássaro inferior)
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Thamnophilidae
Género: Myrmotherula
Espécie: M. urosticta
Nome binomial
Myrmotherula urosticta
(Sclater, 1857)
Distribuição geográfica
Distribuição da choquinha-de-rabo-cintado
Distribuição da choquinha-de-rabo-cintado
Sinónimos
Formicivora urosticta (Sclater, 1857)

Distribuição é habitat

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A choquinha-de-rabo-cintado está distribuída ao longo da costa leste do Brasil, localmente desde o vigésimo quinto quilômetro de Valença, ma Bahia. Daqui, aparece no centro-sul e sudeste do estado, ao longo do Espírito Santo e então até o centro-sul Rio de Janeiro, na Fazenda União, próximo a Rocha Leão. Antigamente havia espécimes no extremo leste de Minas Gerais.[3] Habita o estrato baixo da mata úmida primaria ou moderadamente perturbada da Mata Atlântica (abaixo de cem metros), mas não o segundo crescimento com uma altura do dossel inferior a cerca de 15-20 metros. Aparece quase exclusivamente em bandos mistos, forrageando de 3-9 metros acima do solo, principalmente entre 5-7 metros, em vegetação viva e vinhas. É mais comum na Reserva Biológica de Sooretama (situada em planalto com solo arenoso e estação seca variável) do que na vizinha Reserva Florestal de Linhares (floresta de altitude mais baixa), mas é desconhecido o motivo.[1][4]

Descrição

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A choquinha-de-rabo-cintado mede 9,5 centímetros de comprimento. A plumagem do macho é cinza, com babador preto, as asas são pretas com duas barras brancas e a cauda é preta com pontas brancas. A fêmea tem as partes superiores cinzentas mais claras; asas pretas com manchas e duas barras brancas; garganta esbranquiçada e peito e ventre cor creme.[4]

Conservação

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A choquinha-de-rabo-cintado foi classificada como vulnerável pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) devido à sua pequena população total, estimada em 2 500 e 7 000 indivíduos, e sua área de distribuição, pequena e fragmentada, ser considerada em declínio moderado devido à perda de habitat, resultante do desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica. Sua sobrevivência depende basicamente da preservação das florestas em locais específicos.[1] Em 2005, foi listada como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[5] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[6] em 2014, como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[7] e em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[8][9] e na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[10]

Sistemática

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A espécie M. urosticta foi descrita pela primeira vez pelo zoólogo britânico Philip Lutley Sclater em 1857 sob o nome científico Formicivora urosticta; localidade tipo "leste do Brasil".[3][11] O nome feminino do gênero Myrmotherula é um diminutivo do gênero Myrmothera, do grego murmos ("formiga" e thēras ("caçador"). Assim, significa "pequeno caçador de formigas".[12] Seu nome específico urosticta vem do grego oura ("cauda") ​​e stiktos ("pontilhado") e significa "cauda pontilhada".[13]

Taxonomia

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Parece que a choquinha-de-rabo-cintado é um parente próximo da choquinha-de-asa-comprida (Myrmotherula longipennis). As duas são geralmente agrupadas no chamado "complexo da choquinha", que também inclui a choquinha-de-flancos-brancos (Myrmotherula axillaris), a choquinha-de-ihering (M. iheringi), a choquinha-pequena (M. minor), a choquinha-ardósia (M. schisticolor), a choquinha-de-garganta-cinza (M. menetriesii), a choquinha-do-oeste (M. sunensis), a choquinha-de-asa-lisa (M. behni), choquinha-das-iungas (M. grisea), a choquinha-cinzenta (M. unicolor) e a choquinha-de-alagoas (M. snowi), embora este grupo possivelmente não seja monofilético.[14] É monotípico.[3]

Referências

  1. a b c d BirdLife International (2016). «Myrmotherula urosticta». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22701533A93834692. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22701533A93834692.en . Consultado em 16 de abril de 2022 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 197. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. a b c «Band-tailed Antwren (Myrmotherula urosticta. Handbook of the Birds of the World - Alive, Laboratório Cornell de Ornitologia. Consultado em 16 de abril de 2022 
  4. a b Ridgely, Robert; Tudor, Guy (2009). «Myrmotherula urosticta». Field guide to the songbirds of South America: the passerines. Col: Mildred Wyatt-World series in ornithology) 1.ª ed. Austin: Imprensa da Universidade do Texas. p. 345, lâmina 25(7). ISBN 978-0-292-71748-0 
  5. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  6. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  7. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  8. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  9. «Myrmotherula urosticta (Sclater, 1946)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 16 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  10. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  11. Sclater, Philip L. (1857). «Descriptions of twelve new or little known species of the South American family Formicariidae». Proceedings of the Zoological Society of London. 25: 129–133 [130] Plate 126 fig. 1. doi:10.1111/j.1096-3642.1857.tb01217.x 
  12. Jobling, J. A. (2017). «Key to Scientific Names in Ornithology - Myrmotherula». In: del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A.; de Juana, E. Handbook of the Birds of the World Alive. Barcelona: Lynx Edicions 
  13. Jobling, J. A. (2017). «Key to Scientific Names in Ornithology - urosticta». In: del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A.; de Juana, E. Handbook of the Birds of the World Alive. Barcelona: Lynx Edicions 
  14. Bravo, G. A.; Remsen Jr., J. V.; Brumfield, R. T. (2014). «Adaptive processes drive ecomorphological convergent evolution in antwrens (Thamnophilidae)». Evolution. 68: 2757–2774 
 
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