Nélio Naja
Nélio Borges de Souza, conhecido por Nélio Naja (Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1952 - Almirante Tamandaré, 12 de julho de 2018), foi um lutador de muay thai brasileiro. Foi grão-mestre do muay thai e responsável por introduzir o esporte no Brasil. Ele inicialmente conheceu os estilos de luta durante o período que passou como paraquedista da Aeronáutica. Segundo o próprio, ele desenvolveu as técnicas após ter passado dois anos na Tailândia
Nélio Naja | |
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Nélio Naja (a esquerda), junto com Santa Rosa (centro) e Flávio Molina (direita)
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Informações | |
Nome de nascimento |
Nélio Borges de Souza |
Nascimento | 29 de novembro de 1952 Rio de Janeiro, RJ |
Morte | 12 de julho de 2018 (65 anos) Almirante Tamandaré, PR |
Nacionalidade | brasileira |
Modalidade | muay thai |
Posição | grão-mestre |
Graduação | Faixa Preta em Taekwondo Prajied Preto, Branco e Vermelho (coral) em Muay Thai |
Um dos primeiros faixas-preta de Taekwondo brasileiro,também foi um dos fundadores da primeira associação de muay thai[1] e responsável pelas primeiras competições no país, no início da década de 1980[2].
Na década de 1970, mudou-se para Curitiba e adaptou técnicas orientais do boxe tailandês criando o muay thai brasileiro. Também adaptou nomenclatura dos golpes, que eram na língua original para termos em coreano e as vestimentas, pois no boxe tailandês usa-se calção, e no muay thai, passou-se a usar quimono, muito, em virtude do frio curitibano[3]. Por tudo isso, passou a ser chamado de "O pai do muay thai brasileiro"[4].Devido a suas origens (e dos outros primeiros nak muays brasileiros) no taekwondo, o estilo brasileiro de muay thai se caracterizou como focado em vários chutes, algo que não é visto do estilo tradicional tailandês.[5]
Após desenvolver a arte marcial na cidade de Curitiba, seus seguidores continuaram a evolução, transformando a cidade numa referência e celeiro do esporte, além de referência mundial no vale-tudo a partir dos anos de 1990. Seu aluno Rudimar Fedrigo fundou a lendária academia Chute Boxe, com seu estilo característico próprio, que posteriormente daria origem a várias outras academias campeãs não só em Curitiba ou no Brasil ao redor do mundo.[5] Resultando aos títulos máximos de Anderson Silva, que aprendeu e especializou-se na luta na capital paranaense[6][3], assim como as conquistas dos curitibanos Maurício Shogun, Murilo Ninja e José "Pelé" Landy[2]. Enquanto Rafael Cordeiro estabeleceu a Kings MMA nos Estados Unidos, se tornando um dos treinadores mais renomados do esporte.[7] Enquanto alguns de seus alunos, Luiz Alves e Flávio Molina, estabeleceram academias no Rio de Janeiro, seus alunos, como o campeão do UFC Marco Ruas, lutaram nos primórdios do vale-tudo, sendo desfiados por lutadores de Jiu-jitsu e ajudar a estabelecer o muay thai como principal estilo de trocação nas primeiras escolas de MMA no Rio.
Morte
editarEm seus últimos anos de vida, viveu recluso e no anonimato, passando por dificuldades financeiras. No dia 12 de julho de 2018, foi encontrado morto no quarto de uma pensão na cidade de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.[8]
Referências
- ↑ História CBMT - março/2015
- ↑ a b Mestres de Curitiba resgatam da miséria o pai do Muay Thai brasileiro 1° Round - março/2015
- ↑ a b Naja não sabe do próprio valor para o esporte BJJ - março/2015
- ↑ GRÃO-MESTRE NÉLIO NAJA, INTRODUTOR DO MUAYTHAI NO BRASIL AGORA É MEMBRO DA FMTTERJ E CBMTT Arquivado em 2 de abril de 2015, no Wayback Machine. Federação de Muay Thai Tradicional do Rio de Janeiro - março/2015
- ↑ a b «The Evolution of Muay Thai | Thailand, Japan, Holland and Brazil». Diesel Gym (em inglês). 20 de julho de 2021. Consultado em 8 de julho de 2022
- ↑ Nélio Naja é homenageado no Rio de Janeiro Arquivado em 2 de abril de 2015, no Wayback Machine. Site Terra - Tatame A revista do lutador - março/2015
- ↑ «Conheça o homem que moldou 2 cinturões brasileiros no UFC e quase foi assassinado por Anderson Silva». ESPN. Consultado em 8 de julho de 2022
- ↑ Luto nas artes marciais: morre Nelio Naja, introdutor do muay thai no Brasil Jornal Tribuna do Paraná - acessado em 12 de julho de 2018