Natália de Andrade
Natália de Andrade (1910 - Tábua, Coimbra, 19 de Outubro de 1999) foi uma cantora lírica portuguesa conhecida, segundo a imprensa portuguesa e a crítica, pela invulgaridade das suas performances vocais e pelo efeito cómico que estas causavam [2].
Natália de Andrade | |
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Informações gerais | |
Nome completo | Natália Barbosa de Andrade |
Nascimento | 1910 |
País | Portugal |
Morte | 19 de Outubro de 1999 |
Gênero(s) | Ópera, Soprano lírico dramático[1] |
Assinatura | |
Carreira
editarAs informações sobre a carreira de Natália são escassas, mas aparentemente terá começado como cantora Folk/Popular, participando depois em operetas e óperas em Portugal, tentando lançar uma carreira profissional.[3]
Natália de Andrade nasceu em 1910, em Tábua. [4][2][5]
Em 1940 participa numa ópera do compositor Ruy Coelho no Coliseu dos Recreios. Gravou o seu primeiro disco, com 54 anos, através da Columbia de Madrid. O mesmo acontecerá com o seu segundo disco. Os dois discos seguintes foram editados na Valentim de Carvalho, em Lisboa, e tratava-se de pequenas edições que esgotavam rapidamente.
Foi ainda colaboradora dos arquivos musicais da RDP e dava saraus no Cenáculo Camilo Castelo Branco. Ficou celebrizada ao participar em programas televisivos como O Passeio dos Alegres de Júlio Isidro. [4][6]
A etiqueta Ailatan, por onde lançou os seus discos, representa o nome da cantora ao contrário. Em 1983 grava, com o maestro Shegundo Galarza, peças de Ruy Coelho, Fernandéz Gil e Marcos Portugal.[7] O seu último disco foi lançado em 1986.
A cantora viria a falecer em 19 de Outubro de 1999. [5]
Reconhecimento
editarO seu nome é muito pouco reconhecido mesmo em Portugal, mas o seu tema "O Nosso Amor é Verde" ficou conhecido praticamente por todos através do comediante Herman José, que por diversas vezes o interpreta nos seus programas e espectáculos. [2][6]
Em 2005, a Antena 2 fez um documentário de homenagem à cantora embora explorando a controvérsia do seu percurso. É ainda um dos nomes englobados na compilação The Muse Surmounted de 2004. [8]
Em 2011, surge Diva Tragicómica, documentário de 50 minutos, realizado por João Gomes, que inclui depoimentos de nomes como Herman José, Júlio Isidro ou o radialista Armando Carvalheda e aborda a inexistência de uma verdadeira carreira profissional, o facto de Natália de Andrade ser conhecida essencialmente como uma personagem cómica devido à reconhecida falta de talento e qualidade da voz, e a forma iludida como se via a si própria, revelada pelos seus diários pessoais.[9][10]
O DVD do documentário inclui ainda excertos de entrevistas não incluídas na montagem final; conversas com o realizador João Gomes e com a co-argumentista Catarina Gomes, entre outros. [11]
A Valentim de Carvalho lançou um CD com obras de Natália de Andrade.
Em 2024, a AREPO (Companhia de Ópera e Artes Contemporâneas) criou em sua homenagem a ópera “O nosso amor é...Uma ópera para Natália de Andrade”, com música de Luís Soldado e libreto de Rui Zink, que subiu ao palco em 2024. [12][13]
- Depoimentos
"Nunca saberemos por que é que Natália de Andrade era assim e não vale a pena tentarmos. Há tantos buracos na história desta senhora que nunca vão ser preenchidos..." O desabafo é de Catarina Gomes.[14]
Discografia
editar- 1962 - Natália de Andrade com Angel Egaña, Editora Columbia [15]
- 1964 - Natália de Andrade, al pinao Angel Egaña, Editora Columbia [16]
- (Valentim de Carvalho)
- (Ailatan, 1982)
- Natália Andrade (LP, Ailatan, 1983) Ailatan 003
- (LP, 1986)
- 2011 - A diva iludida, editado pela CNM (Companhia Nacional de Música)[17] [18]
- Compilações
Referências
- ↑ «homophonecd.com/Natalia». Consultado em 6 de março de 2010. Arquivado do original em 20 de julho de 2009
- ↑ a b c Público. «Natália de Andrade, a cantora iludida que pensava ser diva». 28.06.2010. Consultado em 28 de setembro de 2010. Arquivado do original em 3 de julho de 2010
- ↑ a b «nataliaad.html». www.collup.com. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ a b «Recordar é viver: a inclassificável Natália de Andrade, a voz de 'O Meu Amor É Verde', na televisão portuguesa do início dos anos 80». Expresso. 5 de agosto de 2023. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ a b «Natália de Andrade». Rate Your Music
- ↑ a b Gomes, Catarina (2 de setembro de 2016). «O mundo encantado de Florence e Natália». PÚBLICO. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «Recording [ DISCOGRAFIA ] / PMIC». www.mic.pt. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ a b «The Muse Surmounted. Florence Foster Jenkins and Eleven of Her Rivals». Rate Your Music
- ↑ Público. «Natália de Andrade nunca existiu». 25.11.2011. Consultado em 25 de novembro de 2011
- ↑ «Documentário: Natália, a diva tragicómica». www.realficcao.com. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «Catarina Gomes | Jornalista e escritora». PÚBLICO. 10 de junho de 2024. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ Jornalista, Luís Godinho (7 de novembro de 2024). «"Uma ópera para Natália de Andrade" estreia dia 28 em Torres Vedras». SUDOESTE Portugal. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «Ópera lembra "caso fascinante" de Natália de Andrade». Notícias ao Minuto. 16 de novembro de 2024. Consultado em 16 de novembro de 2024
- ↑ Gomes, Catarina (29 de junho de 2010). «Natália de Andrade, a cantora iludida que pensava ser diva». PÚBLICO. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «Natália de Andrade - Fonoteca Municipal do Porto». fonoteca.cm-porto.pt. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «Natália de Andrade - Fonoteca Municipal do Porto». fonoteca.cm-porto.pt. Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ «Companhia Nacional de Música – Discorama – o panorama do disco em Portugal». Consultado em 15 de novembro de 2024
- ↑ A Diva Iludida by Natalia de Andrade on Apple Music (em inglês), 1 de janeiro de 2011, consultado em 15 de novembro de 2024