Natividade Saldanha
José da Natividade Saldanha (Santo Amaro do Jaboatão, 8 de setembro de 1796 — (?),[nota 1] 30 de março de 1830) foi um advogado, poeta, músico, político e ativista brasileiro.
Natividade Saldanha | |
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Nascimento | 8 de setembro de 1796 Jaboatão dos Guararapes |
Morte | 1830 Bolívia |
Cidadania | Brasil |
Alma mater | |
Ocupação | advogado, escritor, poeta |
Era filho de um padre, o vigário João José Saldanha Marinho.[3]
Formou-se em direito em Coimbra em 1823[1] e retornou ao Recife, onde abriu escritório de advocacia.
Biografia
editarDurante a Revolução Pernambucana, em 1817, ele saiu para Olinda, com os familiares e, de Olinda, foi a Coimbra, continuar os estudos.[3]
Na volta ao Recife, insurgiu-se contra Dom Pedro I e sua constituição.
Foi eleito secretário do governo de Manoel de Carvalho Paes de Andrade. Encontrava tempo para escrever relatórios sobre a revolução, pensando em deixar para os pósteros as informações do acontecido.
Com a derrota dos insurretos, Natividade Saldanha fugiu. Na primeira tentativa, frustrada, para a França, perdeu o navio e escondeu-se novamente em Olinda. O cônsul americano James Hamilton Bennet o ajudou na fuga para Filadélfia, Estados Unidos, onde sofreu discriminação, por ser mulato.
Viajou, então, para a França, onde conseguiu um passaporte português.
Sofrendo perseguição do governo brasileiro, ele foi expulso do país pela polícia local. Foi à Inglaterra e, de lá, à Venezuela, onde sofreu privações.
Na Venezuela, Natividade Saldanha conheceu o General Abreu e Lima, que o encaminhou a Simon Bolivar. Conseguiu, então, exercer a advocacia naquele país.
Abandonou Caracas e foi à Colômbia pela selva, passando a residir em Bogotá, onde passou a ensinar Humanidades.[2]
Soube, então, que tinha sido condenado à morte por enforcamento no Brasil.
Tomando conhecimento que um antigo amigo exercia atividade no tribunal que o condenou, enviou-lhe uma procuração com os seguintes termos:
Pela presente procuração, por mim feita e assinada, constituo por meu bastante procurador na Província de Pernambuco ao meu colega Dr. Tomaz Xavier Garcia de Almeida, para em tudo cumprir a pena que me foi imposta pela Comissão Militar, podendo este morrer enforcado, para o que lhe outorgo todos os poderes que por lei me são conferidos. Caracas, 3 de agosto de 1825. a) José da Natividade Saldanha, bacharel em Direito Civil pela Universidade de Coimbra.[3]
Sobre sua morte
editarHá várias versões:[2]
- Morreu em Cali, na Colômbia, em 1831, fuzilado a mando do general Obando;
- Morreu afogado em uma vala, em Bogotá;
- Desapareceu após uma sessão de juri onde estava sendo julgado;
- Morreu em Caracas.
Poeta
editarEscrevia textos poéticos sobre feitos e figuras da época.[4]
Cantando as glórias de Pernambuco, escreveu:
- "Ó jovens brasileiros,
- Descendentes de heróis, heróis vós mesmos
- Pois a raça de heróis não degenera,
- Eis o vosso modelo:
- O valor paternal em vós reviva
- A pátria que habitais comprou seu sangue,
- Que em vossas veias pulsa.
- Imitai-os, porque eles no sepulcro
- Vos chamem com prazer seus caros filhos."
Deixou alguns sonetos escritos.
Historiador
editarPublicou o livro História da Igreja Pernambucana.
Notas
Referências
- ↑ a b «José da Natividade Saldanha». Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ a b c «Natividade Saldanha». Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ a b c «Natividade Saldanha». Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ Resolução comentada