Negação do uso do mar

Na guerra naval, a negação do uso do mar é o objetivo operacional ou estratégico de impedir o aproveitamento militar ou comercial do mar pelo inimigo, sem necessariamente garantir o mesmo para si.[1] A campanha de negação do uso do mar compete diretamente com a campanha de controle de área marítima do inimigo.[2] Tecnicamente a potência naval que controla o mar também está negando-o ao adversário, mas um conceito é positivo e outro negativo e seus métodos são diferentes.[1] Em ambos os casos, o objetivo não é o mar em si, mas o uso que se faz dele,[3] e o controle ou negação têm gradações e são limitados no tempo e no espaço.[1]

Lançamento de mina naval, um instrumento de negação do mar

É uma estratégia típica do lado mais fraco de uma guerra naval.[2] O almirante americano Stansfield Turner definiu a negação do uso do mar como a "guerrilha" do mar, pois em vez de resistir par a par à potência maior, empregam-se táticas de ataque e retirada para combater só no momento e local que convém ao comandante. Os instrumentos de negação do uso do mar incluem submarinos, minas navais, navios de ataque rápido e mísseis antinavio, e os métodos incluem ataques ao comércio, bloqueio de pontos de estrangulamento, ataques limitados à frota inimiga e a manutenção da própria no porto como uma "esquadra em potência". As tecnologias modernas de antiacesso/negação de área (A2/AD) permitem atacar ameaças navais a centenas de milhas do litoral. Em determinadas circunstâncias, até as forças terrestres podem negar o uso do mar.[4][5]

Referências

  1. a b c Vego, Milan (2019). Maritime strategy and sea denial: theory and practice. London & New York: Routledge. ISBN 978-1-351-04772-2 . p. 18-19.
  2. a b Almeida, Francisco Eduardo Alves de (2022). «Tarefas básicas do poder naval». In: Francisco Carlos Teixeira da Silva et al. (org.). Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume II. Rio de Janeiro: Autografia . p. 694-695.
  3. Goldrick, James; Shrikhande, Sudarshan Y. (10 de março de 2021). «Sea denial is not enough: an Australian and Indian perspective». Lowy Institute. Consultado em 16 de janeiro de 2025 
  4. Till, Geoffrey (2009). Seapower: A Guide for the Twenty-First Century. Col: Cass Series: Naval Policy and History. London & New York: Routledge. ISBN 978-0-203-88048-7 . p. 153-154.
  5. Speller, Ian (2014). Understanding naval warfare. London & New York: Routledge. ISBN 978-1-315-88226-0 . p. 98-101, 107.
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