Neoleucinodes elegantalis
Neoleucinodes elegantalis, conhecida como broca-pequena-do-fruto ou broca-pequena-do-tomateiro, é uma mariposa da família Crambidae descrita por Achille Guenée em 1854. É encontrada no México, Costa Rica, Cuba, Honduras, Granada, Guatemala, Jamaica, Panamá, Porto Rico, Trinidad e Tobago, Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.[1] É uma praga importante em diversas regiões tomaticultoras do Brasil.[2]
broca-pequena-do-fruto Neoleucinodes elegantalis | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Neoleucinodes elegantalis (Guenée, 1854) | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
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![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3f/Neoleucinodes_elegantalis_2.jpg/250px-Neoleucinodes_elegantalis_2.jpg)
Descrição
editarO ovo recém colocado é branco leitoso, passando a amarelo claro, alaranjado e avermelhado, quando próximos a eclosão. Têm formato achatado e é colocado em número variável, são depositados no pecíolo ou sépalas de flores e no cálice das frutas, individualmente ou em grupos, podendo ser três por fruto, em média.[3]
As lagartas (ou larvas) têm 11 a 13 milímetros de comprimento e são de coloração rosada e uniforme, com o primeiro segmento torácico amarelado. A mariposa tem uma envergadura de 15 a 33 milímetros, as fêmeas crescem maiores que os machos. As asas são brancas e transparentes com manchas de vários tons de marrom. O corpo e as antenas são pardas esbranquiçadas. A fêmea possui abdômen volumoso com a parte final truncada e o macho possui o abdômen delgado com a parte final aguda e recoberta por um penacho em forma de pincel.[4]
Reprodução e crescimento
editarApós eclodirem procuram penetrar no fruto por qualquer parte, através da película da fruta, característica que limita a efetividade dos inseticidas e do controle biológico.[2] O orifício feito para sua penetração é quase imperceptível e posteriormente desaparece devido ao deslocamento da polpa atacada. Terminado o período larval (após 20 dias em média) a lagarta abandona o fruto e passa a pupa nas proximidades do solo, nos detritos existentes em torno da planta, confeccionando o casulo. O período médio compreendido entre a eclosão da lagarta e a penetração no fruto é de 70,3 minutos.[5] As larvas podem dobrar-se sobre a borda de uma folha ou escavar no solo, na base da planta.[1]
Após cerca de 17 dias, da lagarta emerge o adulto, uma mariposa de cerca de 25 milímetros de envergadura e coloração branca. O tempo de vida do adulto é de cerca de 6 dias e é a fase que resiste a temperaturas mais baixas (até 8,5ºC).[6]
Danos na agricultura
editarÉ um inseto-praga que, entre outras coisas, afeta o cultivo de tomate, capsicum, jiló e berinjela. Os frutos são afetados pelas lagartas, que perfuram um pequeno buraco e comem a polpa e sementes das frutas.
Estas mariposas são consideradas um dos principais problemas para a cultura do tomate por causarem prejuízos diretamente no produto comercializado. Causam prejuízos consideráveis também em outras espécies de solanáceas. Com a eclosão dos ovos, as larvas imediatamente perfuram o fruto, deixando uma cicatriz de entrada, mediante a qual se reconhece que o fruto está atacado pela praga. A larva permanece alimentando-se dentro do fruto e quando se aproxima da fase de pupa, sai empupando no solo, deixando no local o orifício de saída, que permite a entrada de micro-organismos patógenos no fruto,[7] tornando-o desútil para a comercialização.[5]
Medidas de controle
editarA broca-pequena-do-fruto é uma praga de difícil controle, pois a lagarta, assim que eclode, perfura e penetra no fruto, permanecendo no mesmo até completar o seu desenvolvimento, não sendo, dessa forma, facilmente atingida. O controle da praga é feito normalmente através do uso de produtos químicos podendo-se, no entanto, integrar os métodos cultural e biológico.[6]
O controle cultural consiste no emprego de práticas agrícolas rotineiras, visando criar um agroecossistema menos favorável ao desenvolvimento e sobrevivência dos insetos-praga. Recomenda-se realizar a catação manual e a destruição dos frutos perfurados; eliminar as solanáceas silvestres, como juás e jurubeba; não cultivar plantas hospedeiras da praga nas proximidades da cultura do tomateiro; podar os brotos terminais ("quebra do olho" ou "capação") quando a planta apresentar seis a sete cachos.[6]
Como agente de controle biológico, o uso de parasitoides de ovos do gênero Trichogramma e do controle microbiano de lagartas com Bacillus thuringiensis são usados para o controle de N. elegantalis.[6][8] Esses dois agentes de controle biológico são produzidos comercialmente; no entanto, a quantidade e forma de liberação ou aplicação desses produtos variam conforme a recomendação do fabricante.[8]
Referências
- ↑ a b «Neoleucinodes elegantalis (Lepidoptera: Crambidae)». Organização Europeia e Mediterrânica para a Proteção das Plantas (em inglês). Março de 2012. Consultado em 25 de julho de 2020. Arquivado do original em 18 de março de 2017
- ↑ a b Blackmer, Eiras & Souza 2001.
- ↑ Carneiro, Nemura & Macambira 1998, pp. 6–7.
- ↑ Carneiro, Nemura & Macambira 1998, p. 6.
- ↑ a b Carneiro, Nemura & Macambira 1998, p. 7.
- ↑ a b c d Carneiro, Nemura & Macambira 1998, p. 9.
- ↑ «Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis)». Portal Agrolink. Consultado em 25 de julho de 2020
- ↑ a b «Como controlar a broca-pequena-do fruto no tomateiro?». BASF. Consultado em 25 de julho de 2020
Bibliografia
editar- Carneiro, Jociclér da S.; Nemura, Francisca; Macambira, Francisco de A. (1998). «Bioecologia e controle da broca pequena do tomateiro Neoleucinodes elegantalis.». Teresina: Embrapa Meio-Norte (PDF). 13 páginas. Consultado em 25 de julho de 2020
- Blackmer, Jacquelyn L.; Eiras, Alvaro E.; Souza, Claudio L. M. de (Março de 2001). «Oviposition preference of Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lepidoptera: Crambidae) and rates of parasitism by Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae) on Lycopersicon esculentum in São José de Ubá, RJ, Brazil». Neotropical Entomology. 30 (1): 89–95. ISSN 1519-566X. doi:10.1590/S1519-566X2001000100014