Nikolai Zaremba

teórico musical, professor e compositor russo

Nikolai Ivanovitch Zaremba (em russo: Никола́й Ива́нович Заре́мба; 12 de junho [Calend. juliano: 31 de maio] 1821 – 8 de abril [Calend. juliano: 27 de março] 1879) foi um teórico musical, professor e compositor russo. Seu pupilo mais famoso foi Piotr Ilitch Tchaikovski, que estudou com ele a partir de 1861. Outros alunos seus incluíam os sobrinhos de Dostoiévski, os filhos de seu irmão Mikhail[1] e Vasili Safonov. Até 2010 suas composições eram majoritariamente desconhecidas.

Nikolai Zaremba
Nikolai Zaremba
Nascimento 12 de junho de 1821
Ludza County
Morte 8 de abril de 1879
São Petersburgo
Sepultamento Cemitério de Volkovo
Cidadania Império Russo
Alma mater
Ocupação compositor, professor de música, musicólogo, teórico musical
Empregador(a) Conservatório de São Petersburgo

Biografia

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Zaremba nasceu em uma família nobre polonesa na propriedade de sua família, Ozupiene, na zona rural da província de Vitebsk, à época na Livonia polonesa e hoje no município de Ludza na Letônia. Ele cursou a escola de gramática em Daugavpils, e mais tarde estudou direito (1840-1844) na Universidade de São Petersburgo. Em paralelo aos estudos de direito, ele estudou piano com Anton Gerke e violoncelo e teoria musical com Johann Benjamin Gross. Nesse período ele compôs um concerto-abertura para orquestra (1842), influenciado por Beethoven (sua estréia foi realizada em uma sala da Universidade, em 28 de dezembro de 1842, conduzida por Karl Schubert); e uma mazurca (1843), influenciada por Chopin.

Na sequência, Zaremba foi nomeado no Ministério do Interior[1] e se juntou ao utópico Círculo Petrashevski, escapando por pouco de ser enviado para a Sibéria, assim como Dostojevski. Quando seu pai, um coronel do exército, morreu, Zaremba decidiu dedicar-se à música.

Em 1852 ele mudou-se para Berlim e estudou composição com Adolf Bernhard Marx. Lá ele teve contato com Franz Liszt e Hans von Bülow,[1] antes de deixar a Alemanha em 1854. Zaremba iniciou sua carreira como cantor da Igreja Luterana de São Pedro e São Paulo, depois de casar-se com a luterana jacobina filipina Adeleide von Klugen. Em 1860 ele se juntou à Sociedade Musical Russa.

 
Conservatório de São Petersburgo

Ele foi apontado como um dos professores do Conservatório de São Petersburgo, quando foi fundado em 1862. Zaremba ensinou composição e harmonia na língua russa, algo então pouco comum. Em 1867, ele sucedeu Anton Rubinstein como diretor do conservatório. Em 1871, Zaremba mudou-se para Ludwigsburg, após um conflito com a grã-duquesa Elena Pavlovna Nikolai Rimski-Korsakov foi nomeado como seu sucessor.

Zaremba compôs a maioria de suas obras de piano em Württemberg. Ele retornou ao Império Russo depois de dois anos, tendo então Vasili Safonov como seu pupilo. Em 1878 ele teve um derrame, e morreu no ano seguinte, sendo enterrado no Cemitério Volkovo. Sua esposa e filhas mudaram-se para Clarens, na Suíça, com muitas de suas composições, que foram dadas à Universidade de Basel e recuperadas em 2010.

Trabalho

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Duas aberturas, um quarteto de cordas, nove obras para piano, muitos trabalhos para coral e um oratório a João Batista

Recepção

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Seu extremo conservadorismo deu o tem de seu ensino, em geral, e do que ele esperava de seus alunos, em particular. Junto com Anton Rubinstein, e contrariando as tendências nacionalistas e prospectivas dos Cinco, Zaremba permaneceu desconfiado, até mesmo hostil, às novas tendências da música. Em vez disso, ele tentou preservar o que ele viu como o melhor da tradição ocidental no passado imediato.[2] De acordo com Herman Laroche, Zaremba idolatrava Beethoven, particularmente os seus últimos trabalhos, mas seus gostos pessoais não haviam progredido além de Mendelssohn. Se alguém perguntasse a ele sobre Hector Berlioz, Robert Schumann ou, mais perto de casa, Mikhail Glinka, Zaremba provavelmente teria que admitir que pouco sabia.[3]

O biógrafo de Tchaikovski, David Brown, escreve que o principal déficit de Zaremba era uma completa falta de verdadeira inventividade musical ou de qualquer outro tipo de imaginação. Seguindo o manual de composição de seu professor, Adolph Bernhard Marx, Zaremba fez seus alunos estudar os estritos modos de contraponto e igreja, como explica Heinrich Bellermann. Por causa de sua falta de inventividade, a única maneira de Zaremba melhorar a composição de um estudante era impor regras de composição simples e estreitas, que ele próprio aparentemente aprendeu tão bem.[4]

Zaremba aparentemente tinha poucas, ou nenhuma, energia criativa própria, tendo composto pouco e publicado nada. Ele teria escrito pelo menos uma sinfonia, um quarteto no estilo de Joseph Haydn, de acordo com Tchaikovski, e um oratório chamado João Batista. Para um professor de composição em um conservatório, essa mescla de produção era incomum.

Essa falta de produção composicional pode ter contribuído para a opinião indistinta mantida geralmente sobre Zaremba, um ponto de vista que Tchaikovski compartilhou. Como Zaremba foi quem estimulou inicialmente Tchaikovski a se dedicar em seus estudos musicais, tal falta de esforço composicional da parte de Zaremba deve ter sido duplamente desconcertante para Tchaikovski. [5]

Referências

  1. a b c Kort (2012)
  2. Holden, Anthony, Tchaikovsky: A Biography (New York: Random House, 1995), 64
  3. Brown, David, Tchaikovsky: The Early Years, 1840-1874 (New York, W.W. Norton & Company, Inc., 1978), 60
  4. Brown, 60
  5. Poznansky, Alexander, Tchaikovsky: The Quest for the Inner Man (New York, Schirmer Books, 1991), 63

Bibliografia

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  • Brown, David, Tchaikovsky: The Early Years, 1840-1874 (New York, W.W. Norton & Company, Inc., 1978)
  • Holden, Anthony, Tchaikovsky: A Biography (New York: Random House, 1995)
  • Kort, Olga de. Nikolaj Zaremba (1821-1879) en zijn betekenis voor de Russische muziek. Piano Bulletin, n. 2012/2, 2012.
  • Poznansky, Alexander, Tchaikovsky: The Quest for the Inner Man (New York, Schirmer Books, 1991)
  • Strutte, Wilson, Tchaikovsky, His Life and Times (Speldhurst, Kent, United Kingdom: Midas Books, 1979)
  • Warrack, John, Tchaikovsky (New York: Charles Scribner's Sons, 1973)