Nova (sistema operacional)
O Nova Linux, oficialmente Nova Distribuição Cubana de GNU/Linux ou simplesmente Nova, é uma distribuição linux desenvolvida pela Universidade de Ciências Informáticas, de Havana,[1] e financiado diretamente pelo Governo de Cuba.[2] O sistema operacional foi criado com a intenção de substituir o uso de Windows no país, em parte devido às dificuldades de operação da Microsoft causadas pelo embargo dos Estados Unidos a Cuba,[3] e em parte devido à política do estado cubano de buscar soberania digital.[4]
Nova Linux | |
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Nova Linux versão 7.0 (2020) | |
Arquiteturas | arm mips ppc ppc64 x86 x86-64 |
Modelo do desenvolvimento | Software Livre |
Lançado em | 20 de fevereiro de 2009 (15 anos) |
Versão estável | 7.0 / 20 de junho de 2020 |
Língua natural | Multilíngue |
Mercado-alvo | Usuários cubanos |
Família | Ubuntu |
Núcleo | Linux |
Método de atualização | extrip |
Gerenciamento de pacotes | extript |
Interface | KDE |
Licença | GNU GPL / Outras |
Estado do desenvolvimento | Corrente |
Website | https://www.nova.cu/ |
Origem comum | Cuba |
Portal do Software Livre |
O lançamento inicial se deu em 2009, e o desenvolvimento começou ainda em 2005.[5] O Nova era originalmente baseado em Gentoo Linux,[1] mas tem o Debian como base desde a versão 2.0.[2] A logo do sistema é uma estrela de cinco pontas.
História
editarO sistema foi desenvolvido, a princípio, por iniciativa de estudantes da Universidade de Ciências Informáticas (UCI).[5] O projeto recebeu apoio da universidade e, posteriormente, atenção do governo cubano, ao qual era atrativa a ideia de migrar Cuba inteiramente para um sistema Linux.[6]
Um dos principais objetivos do projeto era criar um sistema operacional adaptado às situações do povo cubano, que em sua maioria usava computadores antigos com sistemas Windows. Como resultado, o Nova Linux é leve e sua interface visual se assemelha à dos sistemas da Microsoft,[7] visando facilitar a familiarização dos novos usuários.[4][5]
Em 2011, a UCI migrou 8.000 computadores para o novo sistema,[8] em conformidade com o objetivo de migrar 90% dos computadores de Cuba para um sistema de código aberto. Em 2018, o projeto foi brevemente interrompido,[1] e os usuários aconselhados a migrar para o CentOS. O desenvolvimento foi posteriormente retomado e a distribuição gratuita foi reiniciada.
Em 2019, o NovaDroid entrou em desenvolvimento. Esta versão móvel do Nova Linux baseada no Android será utilizada no primeiro celular fabricado em Cuba, atualmente em fase de testes[9]
Características
editarO Nova Linux foi desenvolvido tendo em mente as condições específicas dos usuários cubanos. Uma parte considerável do acesso a computadores no país se dá em espaços coletivos, como em escolas, centros educativos e cibercafés.[10] Grande parte dos computadores pessoais em Cuba foram comprados ilegalmente ou doados por ONGs. Esses computadores tendem a ser antigos e pouco potentes, e muitas vezes tornam difícil a utilização de sistemas operacionais destinados a computadores potentes.
O sistema está disponível para arquitetura 32 e 64 bits. Existem três versões do Nova Linux[11]: o Nova Escritorio, o Nova Ligero (destinado a computadores fracos e com arquitetura 32 bits) e o Nova Servidores (para a administração de servidores). A primeira versão da distribuição era baseada em Gentoo Linux/Sabayon Linux.[2] A partir da versão 2.1, a base passou a ser Ubuntu para a versão Escritorio e Debian para a versão Ligero. O ambiente de área de trabalho usado na versão 7.0 é o KDE Plasma 5, e a maioria das versões do sistema foram baseadas em KDE, com algumas baseadas em GNOME.
À exceção de alguns drivers proprietários, os programas pré-instalados no Nova Linux são software livre. A suíte de escritório padrão é o Libre Office. O cliente de e-mail padrão é o Mozilla Thunderbird e o navegador padrão é o Firefox, ambos desenvolvidos pela Mozilla. O motor de busca padrão não é o Google, e sim o Redcuba, também desenvolvido pelo governo cubano e ligado a projetos como o EcuRed e o Cubadebate.
Histórico de Versões
editarVersão | Data de lançamento | Codinome |
---|---|---|
1.1.2 | 20 de fevereiro de 2009 | Baire |
2.0 | 2 de dezembro de 2009 | |
2.1 | 4 de junho de 2010 | |
3.0 | 2011 | |
4.0 | 7 de maio de 2014 | |
5.0 | 22 de março de 2015 | |
5.1 | 21 de setembro de 2017 | |
6.0 | 13 de março de 2018 | |
7.0 | 20 de junho de 2020 |
Cor | Legenda |
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Vermelho | Versão antiga; sem suporte técnico |
Amarelo | Versão antiga; ainda com suporte técnico |
Verde | Versão atual |
Azul | Versão futura (em desenvolvimento) |
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c «Nova». DistroWatch. Consultado em 30 de setembro de 2021
- ↑ a b c «Nova OS Linux: Um sistema operacional apoiado pelo governo cubano!». DioLinux. 4 de abril de 2019. Consultado em 30 de setembro de 2021
- ↑ Lai, Eric (12 de fevereiro de 2009). «Software libre! Cuba develops own free Linux called 'Nova'» [Software libre! Cuba desenvolve o próprio Linux gratuito chamado 'Nova']. Computerworld (em inglês). Consultado em 30 de setembro de 2021
- ↑ a b «Who are we?» [Quem somos nós?]. Nova.cu (em inglês). 2010. Consultado em 30 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 7 de julho de 2011
- ↑ a b c Medina, Sundred Suzarte (12 de janeiro de 2010). «Frente al bloqueo de Windows, NOVA sí va» [Com o bloqueio do Windows, chegou a vez do NOVA]. Cuba Debate (em espanhol). Consultado em 30 de setembro de 2021
- ↑ Israel, Esteban (11 de fevereiro de 2009). «Cuba launches own Linux variant to counter U.S.» [Cuba lança próprio variante de Linux para competir com E.U.A.]. Reuters (em inglês). Consultado em 30 de setembro de 2021
- ↑ «Nova, a distribuição GNU / Linux feita em Cuba». DoLinux. Consultado em 30 de setembro de 2021
- ↑ «Cuba: 8000 computadoras de la Universidad de Ciencias Informáticas migraran a Nova GNU/Linux». SomosLibres. 11 de fevereiro de 2011. Consultado em 30 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 20 de setembro de 2020
- ↑ «NovaDroid, the Operating System of the First Cuban Cell Phone» [NovaDroid, o Sistema Operacional do primeiro smartphone cubano.]. TeleSUR (em inglês). 7 de junho de 2021. Consultado em 1 de outubro de 2021
- ↑ Craveiro, Rodrigo (28 de julho de 2019). «Miguel Díaz-Canel legaliza acesso à internet sem fio em residências cubanas». Correio Braziliense. Consultado em 1 de outubro de 2021
- ↑ «Productos». Nova Portal Web. Consultado em 1 de outubro de 2021