Nuno de Mendonça, 2.º conde de Vale de Reis
Nuno de Mendonça ou Nuno de Mendoça (1612-1692), 2º conde de vale de Reis, neto do 1º conde homónimo que foi vice-rei de Portugal no tempo do reinado de Filipe IV de Espanha em Portugal.
Nuno de Mendonça 2.º Conde de Vale de Reis | |
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Período | a |
Assinatura |
Além do título de conde, foi alcaide-mor de Faro, Loulé e Albufeira, senhor das comendas de Santa Maria de Vila Cova e Armamar, gentil homem da câmara do príncipe D. Teodósio, do Conselho de Estado de D. Afonso VI e de D. Pedro II, mordomo-mor da infanta D. Isabel Josefa. Casou com D. Luísa de Castro Moura, filha de Rui de Moura Teles, senhor de Póvoa e Meadas[2] Foram pais de D. Rodrigo de Moura Teles, arcebispo de Braga[3].
Após a restauração, em Julho de 1641, esteve detido em virtude de o seu nome ter sido referido[4] como fazendo parte do grupo de nobres portugueses aliados do deposto Filipe III e da tentativa de contra-golpe em que planeavam o assassinato do novo rei João IV, e em que estaria implicada a Inquisição Portuguesa, e que culminou com a condenação do arcebispo de Braga Sebastião de Matos Noronha, e a execução de Luís de Noronha e Meneses, marquês de Vila Real, seu filho Pedro de Noronha e Meneses, conde de Caminha, e outros mais, a 29 de Agosto de 1641.
Exerceu as funções de Governador-Geral das Armas do Reino do Algarve por 3 períodos, o 1º em 1646, o 2º de 1651 a 1658, e o 3º de 1667 a 1671.
Foi responsável, no contexto da Guerra da Restauração no Algarve, responsável pelo reforço da defesa costeira, erigindo os fortes de São Lourenço, em Faro, São Sebastião em Castro Marim, o Forte de Cacela, e finalmente, o de São João da Barra, em Tavira. Neste último, dos que está em melhor estado, a porta de acesso é encimada por uma lápide contendo o seu nome[5].
Esteve também implicado nas ordens de reforço da Ponte Romana de Tavira sobre o Rio Gilão, no contexto das obras de defesa da cidade.[6]
De acordo com [7], era ainda comendador de Santa Maria de Villa Cova, S. Miguel de Armamar, S. Salvador de Monte Corveda e Santo André Theozello.
Foi provedor de Santa Casa da Misericórdia de Lisboa por 3 períodos: 1663-64, 1675-76, e 1685-86.
Foi ainda, e de acordo, com a mesma fonte, Gentil-Homem da Câmara do Príncipe D. Teodósio, Presidente do Senado da Câmara, e depois do Conselho Ultramarino, e do Conselho de Estados dos reis Afonso VI e Pedro II . Chegou a ser proposto para vedor da Fazenda, que não chegou a assumir por ter falecido antes de tomar posse, em 1692.
Referências
editar- ↑ «Alvará de D. João IV para qualquer cavaleiro da Ordem de Cristo armar cavaleiro D. João Luís de Vasconcelos e lançar o hábito da Ordem de Cristo, na capela dos Paços da Ribeira ou na igreja de Nossa Senhora da Conceição de Lisboa - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 23 de abril de 2019
- ↑ Felgueiras Gaio, Nobiliário das Famílias de Portugal, tomo xx, Braga, 1940, p. 50
- ↑ Uma Relação do Estado da Universidade de Coimbra em 1691, por Fernando Taveira da Fonseca, pág. 228
- ↑ Vainfas, Ronaldo. «Guerra declarada e paz fingida na Restauração Portuguesa» (PDF). Tempo. Consultado em 19 de Setembro de 2017
- ↑ Anica, Arnaldo Casimiro (2011). Monografia da Freguesia de Cabanas de Tavira. Tavira: Junta de Freguesia das Cabanas de Tavira
- ↑ Chagas, Ofir (2004). Tavira, memórias de uma cidade. Tavira: edição do autor
- ↑ Caetano de Sousa, Antonio (1755). Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal. [S.l.: s.n.]