O Diabo (jornal, 1977)
O Diabo é um jornal semanal, publicamente assumido como sendo de direita — sendo a sua orientação política amiúde apelidada como sendo de extrema-direita, principalmente entre os meios da extrema-esquerda —, publicado às sextas-feiras em Portugal. Apesar dessa conotação, o jornal agrega cronistas de várias vertentes ideológicas.
Periodicidade | semanal (às sextas-feiras) |
Sede | Azinhaga da Fonte, Lisboa |
Fundação | 10 de fevereiro de 1976 |
Fundador(es) | Maria Armanda Falcão (Vera Lagoa) |
Diretor | Cecilia Alexandre |
Editor | Texto Principal |
Foi fundado em 10 de fevereiro de 1976 por Maria Armanda Falcão, conhecida pelo pseudónimo Vera Lagoa.[1]
Logo no seu segundo número, no primeiro ano da sua de edição, o jornal foi suspenso por vários meses pelo Conselho da Revolução durante o Processo Revolucionário em Curso,[2] por por “ofensas ao 25 de Abril e às Forças Armadas”.[3] Só retomando a 16 de fevereiro de 1977.[1] Por motivos legais, é esta a data de fundação que aparece atualmente no cabeçalho do jornal impresso.[carece de fontes]
Nos primeiros exemplares contou com os cartunes de Augusto Cid, que também era o criador do grafismo do jornal.[2]
O Diabo possuía um noticiário vasto, no qual se incluíam desde o comentário político, crítica de cinema (onde se estreou Eurico de Barros) e trabalhos de jornalismo de investigação.
Em 1982, Marcelo Rebelo de Sousa chegou a escrever para O Diabo, participando no pseudónimo coletivo "Agapinto Pinto".[4][5][6][7][8]
Com o aparecimento d'O Independente (para o qual Cid se transferiu) e a morte, em 1996, de Vera Lagoa, sucedida na direcção pelo seu marido, José Esteves Pinto, diminui a sua relevância editorial política e quase só era apenas notado pelas crónicas de Alberto João Jardim.[2] Em 2009 o seu chefe de gabinete, João Cristiano Loja, foi forçado a pagar uma multa de 1455 euros, a par de 500 euros de multa pagos por outra funcionária pública, por terem alocado 5535 euros de fundos governamentais, em "despesa ilegal", para pagar um artigo de opinião assinado por Alberto João Jardim n'O Diabo.[9] [nota 1]
Numa edição saída em janeiro de 2024, contou com um artigo escrito por João Martins, neonazi que em 1997 foi condenado a 17 anos e meio de prisão pelo homicídio de Alcindo Monteiro.[11]
Actualmente O Diabo continua a vender nas bancas tendo no seu leque opiniões regulares e marcantes de: Henrique Neto, ex-deputado socialista e candidato às eleições presidenciais; Nuno da Costa Nata, advogado e Cláudio Fonseca, conceituado podcaster de política no "Podcast Conversa".
O Diabo acompanhou o tempo e actualmente conta com assinaturas digitais, para além da assinatura em papel.
Notas
Referências
- ↑ a b Trinta anos depois, O Diabo "já não incendeia o país", por or Ana Machado, Público, 10 de Fevereiro de 2006
- ↑ a b c O Diabo nunca se foi embora, por Pedro Serra, Desumidificador, 22.03.17
- ↑ 'O Diabo' de Vera Lagoa faz hoje 40 anos sempre a zurzir as esquerdas, por António Ribeiro Ferreira, jornal I Digital, 10/02/2016
- ↑ Pereira, Helena (17 de setembro de 2013). «'O Colégio Militar ajudou-me a ser homem antes do tempo'». Jornal SOL. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ «Marcelo não é D. Sebastião». JTM (em inglês). 17 de fevereiro de 2016. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ «Cartune publicado no semanário "O Diabo"para ilustrar um artigo de Agapito Pinto, pseudónimo de Marcelo Rebelo de Sousa». arquivodigital.cascais.pt. 21 de dezembro de 1982. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ DIABO, Jornal O. (11 de fevereiro de 2021). «Vera Lagoa, um Diabo de saias». Jornal O DIABO. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ Carvalho, Manuel (15 de janeiro de 2017). «Mota Pinto, o aliado de Soares que militava no PPD». PÚBLICO. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ Nóbrega, Tolentino de (17 de fevereiro de 2009). «Tribunal condena artigo pago de Jardim em O Diabo». PÚBLICO. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ Nóbrega, Tolentino de (5 de dezembro de 2007). «Madeira: Alberto João Jardim corta verbas para imprensa do continente». PÚBLICO. Consultado em 7 de novembro de 2024
- ↑ «Visão | O que faz, o que defende e onde recruta a nova geração de extrema-direita?». Visão. 14 de julho de 2019. Consultado em 7 de novembro de 2024