Moco
Moco, Mocos ou Mosco (em grego: Μωχός; em latim, Mochus ou Moschus), também conhecido como Moco de Sídon e Moco, o Fenício, referido como Ocon por Aristóteles,[1] é listado por Diógenes Laércio, juntamente com Zalmoxis, o trácio e o Atlas da Mauritânia, como proto-filósofo.[2] Ateneu alegou que ele era o autor de um trabalho sobre a história da Fenícia.[3] Estrabão, sob a autoridade de Posidônio,[4] fala de um Mochus ou Moschus de Sídon como o autor da teoria atômica e diz que ele era mais antigo que a Guerra de Troia.[5] Ele também é referido por Josefo,[6] Taciano[7] e Eusébio.[8] Parte de uma teogonia fenícia atribuída a ele é citada por Damáscio como tendo sido registrada por Eudemo:[9][10]
"Mas, como encontramos fora de Eudemo na mitologia fenícia, segundo Mochos, havia Aither primeiro de tudo e Aer, esses dois primeiros princípios, dos quais Oulomos foi gerado, a (primeira) divindade que o intelecto pode perceber, e ele, eu acho, é mente não misturada. Dele, depois que copulou consigo mesmo, dizem que Chousoros, o Abridor foi gerado primeiro, depois um ovo. E este (ovo) eu acho, é, dizem eles, a mente inteligível, enquanto o Khousros abridor é o poder inteligível na medida em que primeiro trouxe diferenciação ao universo quando era indistinto (lit. indeciso). Caso contrário, após os dois princípios (Aither e Aer) nas alturas (foi) Vento, o unificado (lit. o um), e no meio estavam dois ventos, Vento Úmido e Vento Sul. Pois de alguma forma eles fazem desses antes de Oulomos. Este próprio Oulomos é a mente que pode ser inteligível. O abridor Khousros é a primeira ordem entre tudo o que é inteligível. O ovo é o céu, pois se diz que dele, quando partido em dois, o céu e a terra passaram a existir, cada um de uma das metades iguais."
Segundo Robert Boyle, o pai da química moderna, "os homens instruídos atribuem a concepção da hipótese atômica a um Moschus, um fenício".[11] Isaac Newton, Isaac Causabon, John Selden, Johannes Arcerius, Henry More e Ralph Cudworth também creditam Moco de Sidon como o autor da teoria atômica, e alguns deles tentaram identificar Moco com Moisés, o portador da lei israelita.[12]
Referências
- ↑ Fragmento 35. In Caeiro, António de Castro. (2015). Obras Completas de Aristóteles - Fragmentos dos Dialogos e Obras Exortativas.
- ↑ Diogenes Laërtius, i. 1; cf. o Suda, ω 283, que o chama Ochus
- ↑ Athenaeus, iii. 126
- ↑ Gruen, Erich S. «Rethinking the Other in Antiquity»
- ↑ Estrabão, Geographica, xvi.
- ↑ Josefo, Antiguidades Judaicas. i. 107
- ↑ Taciano, adversus Gentes.
- ↑ Eusébio, Praeparatio Evangelica, x.
- ↑ Azize, Joseph (2005). The Phoenician Solar Theology: An Investigation Into the Phoenician Opinion of the Sun Found in Julian's Hymn to King Helios (em inglês). [S.l.]: Gorgias Press. pp. 197–205
- ↑ West, M. L. (1994). «Ab ovo: Orpheus, Sanchuniathon, and the Origins of the Ionian World Model». The Classical Quarterly. 44 (2): 289–307. ISSN 0009-8388
- ↑ «Mochus». The Oxford Companion to Philosophy
- ↑ McGuire, J. E. Rattansi, P. M. (31 de dezembro de 1966). «Newton and the 'Pipes of Pan'». Notes and Records of the Royal Society of London. 21 (2): 108–143. ISSN 1743-0178. doi:10.1098/rsnr.1966.0014. Arquivado em 2010-06-14 no Wayback Machine