Orlando Brito
Orlando Péricles Brito de Oliveira (Janaúba, 8 de fevereiro de 1950 – Taguatinga, 11 de março de 2022) foi um fotojornalista brasileiro.[1] Em quase sessenta anos de carreira, retratou cenas da política nacional. Também acompanhou questões sociais, indígenas e eventos esportivos, cobrindo eventos em mais de sessenta países.[2]
Orlando Brito | |
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Nome completo | Orlando Péricles Brito de Oliveira |
Nascimento | 8 de fevereiro de 1950 Janaúba, Minas Gerais, Brasil |
Morte | 11 de março de 2022 (72 anos) Taguatinga, Distrito Federal, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | fotógrafo fotojornalista |
Biografia
editarA família de Orlando mudou-se de Minas Gerais para a região do Distrito Federal em 1956, para trabalhar na construção da nova capital.[3] Iniciou a carreira aos 14 anos, como laboratorista para o jornal Última Hora; aos 17 anos já era fotógrafo profissional, cobrindo a falta de um colega.[4]
Brito captou momentos da história política brasileira, acompanhando presidentes, parlamentares e militares em eventos oficiais mas também nos bastidores, com um olhar crítico, desafiando a censura oficial da ditadura militar. Dentre alguns de seus registros estão:
- a foto do soldado em guarda na frente do Congresso Nacional, em 13 de dezembro de 1968, data da promulgação do AI-5; Brito focou os coturnos em primeiro plano;[4]
- a foto do plenário da Câmara vazio, com o fechamento do Congresso em 1977 pelo Pacote de Abril promulgado pelo presidente Ernesto Geisel;[5]
- a 'dança das cadeiras', registro de 1982 de uma reunião entre o presidente João Baptista Figueiredo, Delfim Netto, Golbery do Couto e Silva e Newton Cruz;[6]
- o último retrato de Ulysses Guimarães, em silhueta, meses antes de seu desaparecimento no mar em outubro de 1992.[7]
Trabalhou para o jornal O Globo entre 1968 e 1982, para o Jornal do Brasil, para as revistas Veja (entre 1982 e 1998) e Caras. Por fim, fundou a agência ObritoNews. Em 2016, foi um dos fundadores do site Os Divergentes, com Helena Chagas, Andrei Meireles e Itamar Garcez.[8]
Foi o primeiro fotógrafo brasileiro a ganhar o prêmio World Press Photo em 1979, na categoria sequência fotográfica.[9] Ganhou o Prêmio Abril de Fotografia por onze vezes, tornando-se hors-concours. Recebeu uma bolsa da Fundação Vitae em 1991.[10]
Morte
editarBrito morreu em 11 de março, no Hospital Regional de Taguatinga, por complicações decorrentes de uma cirurgia no intestino.[1]
Livros publicados
editar- 1981 - Perfil do Poder
- 1992 - Senhoras e Senhores
- 1996 - Brasil: de Castello a Fernandos
- 2002 - Poder, Glória e Solidão
- 2003 - Iluminada Capital
- 2006 - Corpo e Alma
Referências
- ↑ a b «Ícone do fotojornalismo brasileiro, Orlando Brito morre aos 72 anos em Brasília». G1. Consultado em 30 de abril de 2022
- ↑ «Orlando Brito, o fotógrafo combatente». Instituto Moreira Salles. 11 de março de 2022. Consultado em 30 de abril de 2022
- ↑ Franco, Bernardo Mello. «Ninguém fotografou a ditadura como Orlando Brito». Bernardo Mello Franco - O Globo. Consultado em 30 de abril de 2022
- ↑ a b «[despedida] Poder, ritos e coturnos». revista piauí. Consultado em 30 de abril de 2022
- ↑ Orlando Brito (13 de abril de 2021). «História: 13 de abril. Há 44 anos, o terrível Pacote de Abril - Orlando Brito». Os Divergentes. Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ Orlando Brito (10 de março de 2018). «História - A dança das cadeiras: Figueiredo, Delfim, Golbery e Newton Cruz - Orlando Brito». Os Divergentes. Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ Bortot, Ivanir José (13 de março de 2022). «O dia em que Brito criou uma moldura solar para Dr. Ulysses - Ivanir José Bortot». Os Divergentes. Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ «ORLANDO BRITO». Os Divergentes. 26 de fevereiro de 2022. Consultado em 1 de maio de 2022
- ↑ «1979 Orlando Brito SNS1-AG | World Press Photo». www.worldpressphoto.org. Consultado em 30 de abril de 2022
- ↑ «Orlando Brito: Na mira da lente, a alma | ABI». www.abi.org.br. Consultado em 1 de maio de 2022