The Ones Who Walk Away from Omelas

(Redirecionado de Os que se afastam de Omelas)

"The Ones Who Walk Away from Omelas" (traduzido no Brasil como "Os que se afastam de Omelas"[1]) é um conto de literatura fantástica de Ursula K. Le Guin, incluído em sua coletânea de contos The Wind's Twelve Quarters, que ganhou o Prémio Hugo de Melhor Conto em 1974. Se por um lado o conto possui uma trama, por outro a descrição dos personagens é vaga e abstrata, com a cidade fictícia de Omelas tomando o papel principal da narrativa. Omelas era uma cidade muito feliz pelo seu povo, mas omelas tinha um segredo.

Sumário da trama

editar

No conto, Omelas é uma cidade utópica de felicidade e deleite, cujos habitantes são inteligentes e cultos. Tudo em Omelas é agradável, exceto pelo terrível segredo da cidade: a boa aventurança de todos na cidade exige que uma única criança seja mantida infeliz, presa na sujeira, escuridão e miséria, e que todos os seus cidadãos descubram isso quando tiverem idade para compreender, normalmente entre os oito e os doze anos.

Após descobrirem a verdade sobre a criança, a maioria das pessoas em Omelas fica inicialmente chocada e enojada, mas acaba por concluir que se a criança fosse libertada e levada à luz do Sol, toda a prosperidade, beleza e deleite da cidade seria destruída. Entretanto, alguns cidadãos, homens ou mulheres, jovens ou velhos, resolvem silenciosamente sair da cidade, se afastando para longe de Omelas, e ninguém sabe para onde vão. O conto termina com a frase:

"Eles vão em frente. Eles deixam Omelas. Eles andam adiante na escuridão, e eles não voltam. O lugar para onde vão é um lugar ainda menos imaginável para nós que a cidade da felicidade. Eu realmente não posso descrevê-lo. É possível que não exista. Mas eles parecem saber para onde estão indo, aqueles que se afastam de Omelas."[2]

Análise do conto

editar

Pela profundidade do dilema ético que coloca, o conto mereceu análises sob o prisma da Sociologia e da Filosofia (Ética).

Traduzido no Brasil por Ivan Carlos Regina, com o título de "Os que se afastam de Omelas", o conto foi incluído na antologia Rumo à Fantasia (2009). Foi classificado pelo canadense Peter Fitting não como uma distopia mas como uma anti- utopia, ou seja, uma obra que rejeita a ideia de utopia.[1]

O autor português de ficção científica e fantástico Luís Filipe Silva sugeriu que a cidade de Omelas teria mais a aprender se a criança sofredora, quando morta, fosse substituída por outra, e assim cada família poderia ter uma criança que pudesse ser a próxima. Ele comentou os limites da solidariedade humana: “a capacidade humana para a empatia pelo sofrimento dos outros só chega a determinado ponto; a partir daí os velhos mecanismos de sobrevivência passam a funcionar, e o pensamento normal é antes ele do que eu“.[3]

Ver também

editar

Referências

  1. a b (em português) Terra Magazine (26 jul 2008) – Encontros… (Roberto de Sousa Causo)
  2. (em inglês) The Ones Who Walk Away from Omelas - texto integral do conto (Ursula K. Le Guin)
  3. (em português) Efeitos Secundários (21 jun 2008) – Uma fábula da nossa civilização? (blog do escritor Luís Filipe Silva)

Ligações externas

editar