Pândita
Um pândita[1] (grafias alternativas pândito[2] e pandita[3]) é um estudioso, um professor, em especial um profundo conhecedor de sânscrito, da lei, música de filosofia hindus.
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Os termos pandit ou pundit são também usados para designar os supervisores indianos que exploravam regiões do norte da Índia para os britânicos no século XIX.
O uso original da palavra "pândita" refere-se a um hindu, quase sempre um brâmane[4], que memorizou uma significativa parte dos “Vedas”, juntamente com os correspondentes ritmos e melodias, cantando e entoando os mesmos.[5]
Etimologia
editarO substantivo «pândita» entra no português pelo sânscrito पण्डित (paṇḍita).[6]
Religião
editarOs pânditas ou pujaris são contratados para cantar versos védicos nos rituais “yagyas” e noutros eventos, tanto públicos como privados. Os cânticos são entoados para serem ouvidos em estado de mente calma e quieta, visando o desenvolvimento espiritual do ouvinte e também a vivificação de toda a atmosfera do evento. Todos os Pandits são completamente lactovegetarianos, por razões espirituais e devem manter-se puros de corpo e de espírito.
Apelido Pandit
editarO apelido Pandit encontra-se em toda Índia até hoje, sendo mais abundante entre os caxemires. Quase todos (99%) os que têm apelido “Pandit” são hindus, mas há casos raros de muçulmanos com esse nome de família. Os pânditas caxemires serve-se dos títulos "Kumhar", “Bhat”, “Purohit” e “Rajpurohit” em hindi.
Usos do nome
editarNa Índia de hoje, Pandit é um título honorífico conferido a um especialista em qualquer assunto ou campo de conhecimento, especialmente música clássica indiana.[7] Usa-se o termo somente para homens hindus, mas homens músicos muçulmanos recebem o título “Ustad”. As mulheres expoentes nesse campo servem-se dos títulos «Vidushi» e «Begum», quando sejam respectivamente hindus ou muçulmanas.
A palavra 'Pandit' (sempre com letra maiúscula) antecede sempre o nome da pessoa, a título de exemplo, são Pandit Nehru, Pandit Ravi Shankar, Pandit D. V. Paluskar, Pandit Bhimsen Joshi, Pandit Jasraj e Pandit Mallikarjun Mansur.
Houve pânditas, ou notáveis locais citados no Dharmasastra, que foram utilizados como conselheiros da corte britânica no país nos séculos XVIII e XIX, porquanto os juízes britânicos tinham pouco conhecimento dos costumes Hindus e de suas tradições orais, precisando assim de informações vindas desses Pandits. A Suprema Corte da Índia tinha um oficial legislativo no estilo de um pândita, que informava os juízes britânicos acerca de pontos das leis hindus. A prática foi abandonada em 1864, quando os juízes já acreditavam ter suficiente experiência para lidar com as leis da colónia. Aplicavam esse conhecimento aos cada vez mais numerosos casos a serem julgados e, além disso, a instituição de das “High Courts” dois anos antes (em 1862) já diminuíra significativamente a importância do apoio dos pânditas.
Referências
- ↑ «pândita». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ S.A, Priberam Informática. «pândito». Dicionário Priberam. Consultado em 2 de fevereiro de 2023
- ↑ «pandita». Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa. www.aulete.com.br. Lexikon Editora Digital
- ↑ «pândita». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ Caixeiro, Mariana Cândida Coelho (2019). Peregrinação académica : o encontro entre a ciência enquanto prática sócio-cultural com a "cultura escondida" e uma "história etnográfica" do colonialismo científico na Índia em tempo pós-colonial (PDF). Madrid: UNIVERSIDAD COMPLUTENSE DE MADRID - FACULTAD DE CIENCIAS POLÍTICAS Y SOCIOLOGÍA. p. 26. 322 páginas
- ↑ «pândita». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ Gohel, Ishita (2020). «Índia saúda os seus Guerreiros do Corona» (PDF). Media Transaia India, Lda. Índia Perspectivas. 34 (03): 54. Consultado em 2 de fevereiro de 2023