Partido do Progresso / Movimento Federalista Português
O Partido do Progresso (PP / MFP)[1] foi um partido político de direita, em Portugal, que nasceu a 6 de maio de 1974, no seio do Movimento Federalista Português (MFP) após o golpe do 25 de Abril.
Partido do Progresso / Movimento Federalista Português | |
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Secretário-geral | Fernando Pacheco de Amorim |
Fundação | 6 de maio de 1974 |
Sede | Portugal |
Espectro político | Direita |
Cores | Verde e Laranja |
Este partido inicialmente tenta mobilizar apoio dos que pretendem a continuação da união de Portugal ao Ultramar, o seu integracionismo de modo federalista, invocando a aplicação das teses do livro do general António de Spínola, Portugal e o Futuro.[2][3] Será depois do discurso do mesmo general Spínola de 27 de junho, reconhecendo o direito das colónias à independência, alterando o primitivo programa do MFA de 25 de abril de 1974, que o grupo passa a designar-se Partido do Progresso.[4]
Era presidido pelo Professor Doutor Fernando Pacheco de Amorim[5] e teve entre os principais aderentes os "nacionalistas revolucionários" ligados à Cooperativa Cidadela, ativa em Coimbra e Porto e que era dirigida por José J. Sampaio Nora; o Comité Nacional de Ação Revolucionária (CNAR) do Porto, dirigido por Fernando José Allegro; membros da Associação Programa, como José Vale de Figueiredo; monárquicos da Liga Popular Monárquica e ex-membros da ANP.[6] Nesses constam como mais ativos José Miguel de Alarcão Júdice, Nuno Cardoso da Silva, Luís de Oliveira Dias, José da Costa Deitado,[2] Diogo Miranda Barbosa, Francisco Caldeira Cabral[7] e Luís Sá Cunha.[8]
Para se apresentar às primeiras eleições nacionais fez uma coligação eleitoral com o Partido Liberal (PL) e o Partido Trabalhista Democrático Português (PTDP), denominada Frente Democrática Unida (FDU). E que, na sequência da chamada Crise Palma Carlos,[9] eles mais o Movimento Popular Português (MPP), no dia 10 de julho, apresentam ao Presidente da República uma resolução conjunta para denunciar o isolamento a que estão obrigados, quer em termos de expressão através dos meios de comunicação, quer em termos de representação no Governo provisório.[8]
Ainda em Junho o MFP e o PL constituem a Fundação para a Difusão de Conhecimentos Políticos, Sociais e Económicos (DICOPSE). Entre os seus objectivos está a publicação da revista Bandarra e a realização de actividades de apoio a organizações de direita.[9]
Este pouco depois foi proibido e perseguido a seguir à manifestação conhecida pela maioria silenciosa, gorada a 28 de setembro do mesmo ano, apesar de ser um dos seus críticos a que chamou à mesma um acto de "oportunismo aventureiro ou total irrealismo".[10]
Tinha como órgão informativo um jornal, designado por Tribuna Popular, cujo diretor era Joaquim Miguel Seabra Ferreira[11] e iniciado a 24 de julho.[2]
Referências
- ↑ P, Siglas, Centro de documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra, 2012
- ↑ a b c Movimento Federalista (1974), Politipédia, Observatório Político, 2012
- ↑ Com base na rede da Associação Programa e na alternativa federalista, que tinha já entusiasmado alguns dos líderes do nacionalismo revolucionário estudantil (que pretendia a criação de um Ultramar Português com base numa federação de países de expressão portuguesa, contra a ideia colonialista de Oliveira Salazar e depois de Marcelo Caetano), esta componente funda, logo no dia 26 de abril, o Movimento Federalista Português (MFP). Apresentado oficialmente no dia 4 de maio de 1974, é um dos primeiros movimentos políticos que se constitui, demonstrando assim a capacidade operativa dos seus animadores. Com núcleos em várias localidades do Centro-Norte de Portugal, o MFP estreita contactos com os movimentos da África lusófona favoráveis à manutenção de laços com a Metrópole portuguesa, nomeadamente a Associação Cívica Pró-Angola, a Frente Nacionalista Angolana, o Movimento Federalista de Moçambique, Movimento Federalista de Timor, a Liga Popular dos Guinéus e a União Democrática de Cabo Verde. - As Direitas Radicais na Transição Democrática Portuguesa (1974-1976), Riccardo Marchi, Ler História, nº 63, 2012, posto online no dia 09 Abril 2015, consultado no dia 13 Dezembro 2016
- ↑ Movimento Federalista (1974), Politipédia, Observatório Político, 2012 ... o nome por ele assumido, vai impedir que o CDS se assumisse como CDP – Centro Democracia e Progresso.
- ↑ «Amorim, Fernando Pacheco de, Antologia do Pensamento Político Português, por José Adelino Maltez, Centro de Estudos do Pensamento Político, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa». Consultado em 14 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2016
- ↑ Maio 1974, Cronologia Pulsar da Revolução, Centro de Documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra, 2012
- ↑ Cronologia das Organizações da Direita (1973-1976) Joseph Sanchez Cervelló, Coimbra, 1995
- ↑ a b As Direitas Radicais na Transição Democrática Portuguesa (1974-1976), Riccardo Marchi, Ler História, nº 63, 2012, posto online no dia 09 Abril 2015, consultado no dia 13 Dezembro 2016
- ↑ a b Spinolismo: Viragem Política e Movimentos Sociais, por Francisco Felgueiras Bairrão Ruivo,Tese de Doutoramento em História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Julho, 2013, pág. 387
- ↑ No entanto essa ausência, da sua participação, foi desmentida pelo então líder do PL, José Almeida Araújo - As Direitas Radicais na Transição Democrática Portuguesa (1974-1976), Riccardo Marchi, Dossier: A transição democrática portuguesa: novos contributos historiográficos, Ler História, nº 63, 2012, posto online no dia 09 Abril 2015, consultado no dia 13 Dezembro 2016
- ↑ Tribuna Popular: Oórgão do Partido do Progresso / Movimento Federalista Português / Dir. J. M. Seabra Ferreira, Bibliotecas Municipais do Porto