Paeonia broteri
Paeonia broteri Boiss. & Reut., 1842, conhecida pelo nome comum de rosa-albardeira, é uma espécie de planta com flor pertencente à família Paeoniaceae,[2] da ordem Saxifragales[3] (em algumas classificações integrada na ordem Dilleniales). A espécie é estreitamene aparentada com P. mascula. O epíteto específico broteri foi criado em homenagem a Félix de Avelar Brotero, botânico contemporâneo de Carolus Linnaeus. A espécie aparece frequentemente referida pelo sinónimo taxonómico Paeonia broteroi.
rosa-albardeira Paeonia broteri | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Paeonia broteri Boiss. & Reut. | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
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Descrição
editarP. broteri é uma planta arbustiva, com até 70 cm de altura, com vistosas flores vermelhas ou cor de rosa.[4] Tem folhas compostas, por vezes obovadas ou oval-lanceoladas, de coloração verde brilhante na face superior e glabras na face inferior, sésseis ou subsésseis, de ápice agudo, de 16 a 19 folíolos de 3 a 4 cm de largura. Caules glabros de 50 cm de altura, em cuja base apresente umas folhas de cor vermelha.
As flores são hermafroditas, grandes, solitárias, de 5 sépalas e de 5 a 10 pétalas, de coloração vermelha, com numerosos estames e anteras amarelas e carpelos lanosos.
O fruto é um folículo coberto com pelos esbranquiçados, contendo sementes que quando amadurecem são negras.
A espécie apresenta grande variabilidade morfológica natural, o que originou uma alargada sinonímia já que diferentes formas foram atribuídas a diferentes taxa.
A análise citológica revelou que a espécie apresenta um número de cromossomas de 2n=10 (como a restante família Paeoniaceae e táxones infra-específicos).[5]
Ecologia e habitat
editarA espécie é silicícola, preferindo bosques, zonas umbrosas e pedregosas, matorrais de montanha, sub-bosques de montados, bosques de Quercus faginea, azinhais, carvalhais e matas ripárias.
A espécie é indicadora das associações botânicas que caracterizam a província Carpetano-Ibérico-Leonesa, sendo parte das associações Luzula forsteri-Quercus pyrenaica (típicas da região de Guadarrama) e Juniperus oxycedrus-Quercus rotundifolia (matas carpetanas), ocorrendo a altitudes que vão de 100 m a 1850 m acima do nível médio do mar.
É uma planta endémica da Península Ibérica. Aparece nos sistemas montanhosos do centro e sul de Espanha e em Portugal, onde ocorrem em zonas de solos siliciosos, em sub-bosques de azinheiras e outras espécies do género Quercus.
A espécie Paeonia broteri foi descrita por Boiss. & Reut. e publicada em Diagnoses Plantarum Novarum Hispanicarum, 4, 1842.[6]
A etimologia do nome genérico Paeonia deriva do latim paeǒnĭa, ae, criado a partir do nome do deus Péon, o médico dos deuses que aparece mencionado na Ilíada e na Odisseia de Homero. A aplicação da planta curou Ares quando foi ferido por Diomedes durante a Guerra de Troia. Também é mencionada uma cura anterior, quando foi usada por Hades que havia sido ferido por uma flecha lançada por Héracles em Pilos.[7] Também é mencionado em Plínio, o Velho (livro 25, X(1)), que recomenda o uso da planta contra «os pesadelos provocadas pelos Faunos.»[8] [9]
Notas
- ↑ Paeonia broteri em PlantList
- ↑ «United States Department of Agriculture. Agricultural Research Service, Beltsville Area, "Paeonia broteri", Germplasm Resources Information Network, 2012.». Consultado em 8 de abril de 2014. Arquivado do original em 7 de abril de 2014
- ↑ Abreviatura oficial e lista de nomes de plantas e fungos atribuídos a Paeonia broteri no The International Plant Names Index (IPNI) (em inglês).
- ↑ Page, Martin (1997). The Gardener's Guide to Growing Peonies. [S.l.]: David & Charles. ISBN 0-88192-408-3
- ↑ Sur la caryologie de quelques plantes récoltées pendant la III Reunion de Botanique Péninsulaire. Fernandes, A. & M. Queirós (1971) Mem. Soc. Brot. 21: 343-385
- ↑ «Paeonia broteri». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 22 de janeiro de 2013
- ↑ En Nombres Botánicos
- ↑ Pliny the Elder: the Natural History - liber XXV, X, 29
- ↑ Pline l'Ancien - Histoire Naturelle, tome 2, livre XXV, X, 1 - Traduction française : É. Littré
Bibliografia
editar- Brummitt, R. K. 2007. Report of the Nomenclature Committee for Vascular Plants: 58. Taxon 56(2): 590–594.
- Hong, D. Y. & S. Castroviejo Bolíbar. 2005. (1682) Proposal to conserve the name Paeonia broteri against P. lusitanica (Paeoniaceae). Taxon 54(1): 211–212.
Referências
editar- Paeonia broteri - Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira) - Sociedade Lusitana de Fitossociologia
- Checklist da Flora do Arquipélago da Madeira (Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens) - Grupo de Botânica da Madeira
- Paeonia broteri - Portal da Biodiversidade dos Açores
- Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 21 de Dezembro de 2013 <http://www.tropicos.org/Name/27101995>
- Paeonia broteri - The Plant List (2010). Version 1. Published on the Internet; http://www.theplantlist.org/ (consultado em 21 de Dezembro de 2013).
- Paeonia broteri - International Plant Names Index
- Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica 1-8, 10-15, 17-18, 21. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
Ligações externas
editar- Fotografias e descrição
- Plantas y hongos
- Paeonia broteri - Flora Digital de Portugal. jb.utad.pt/flora.
- Paeonia broteri - Flora-on
- Paeonia broteri - The Euro+Med PlantBase
- Paeonia broteri - Flora Vascular
- Paeonia broteri - Biodiversity Heritage Library - Bibliografia
- Paeonia broteri - JSTOR Global Plants
- Paeonia broteri - Flora Europaea
- Paeonia broteri - NCBI Taxonomy Database
- Paeonia broteri - Global Biodiversity Information Facility
- Paeonia broteri - Encyclopedia of Life