Papiro Harris 500
O papiro Harris 500 é um documento do Antigo Egito, que reúne vários textos literários, entre os que se encontram os poemas de amor egípcios mais antigos. É conservado no British Museum com o número 10060.
O papiro era parte da coleção de Anthony Charles Harris (1790-1869), a qual foi adquirida depois da sua morte pelo Museu Britânico. Segundo os relatórios, o papiro estava intato quando foi descoberto, mas resultou danificado por uma explosão que destruiu o edifício no qual se guardava em Alexandria.[1] Havia rumores de Harris ter feita uma cópia, mas nunca foi encontrada.[2] Foi transcrito e traduzido pela primeira vez por Gaston Maspero em 1883.
Descrição
editarÉ um papiro de princípios da XIX dinastia egípcia (durante o reinado de Seti I ou Ramessés II)[3] que se encontra muito deteriorado. Os poemas têm defeitos, como lacunas e erros cometidos pelos escribas.
Mede 143,5 × 20,3 cm e está escrito em hierático pelas duas caras. Ambas as partes são divididas em oito colunas.
Anverso
editarContém três seções com poemas de amor.
- Primeiro grupo
Trata-se de oito poesias sem ilação entre elas. Quatro delas estão postas na boca de uma jovem (1, 2, 4 e 8), e o restante na de um varão (3, 5, 6 e 7). Embora o título original deste grupo não se conserve, Siegfried Schott classifica-os conjuntamente sob o título Poder do amor.
- Segundo grupo
Tem oito poesias com uma introdução comum e a mesma temática, embora também independentes. O seu título é Começo dos cantos amenos para o amante, o escolhido do seu coração, quando vem desde os campos abertos, também estão em palavras de uma jovem. Também figura o Canto do harpista, embora não seja uma canção de amor.
- Terceiro grupo
Tem três poemas que começam com o nome de uma flor. Os dois primeiros estão completos, mas do último apenas ficam fragmentos.[4]
Reverso
editarContém dois contos: A Tomada de Joppa e a História do Príncipe Predestinado.
A primeira ocupa as três primeiras colunas e narra a captura da cidade de Joppa (atual Jafa) pelo general Djehuti durante o reinado de Tutemés III.
A segunda história está incluída nas colunas 4 a 8. Trata sobre um príncipe, filho único do faraó, a quem se profetiza uma morte estranha. Está incompleto, o final ficou perdido.[4]
Referências
Bibliografia
editar- BAIKIE, James (2003). Egyptian Papyri and Papyrus-Hunting. [S.l.]: Ed. Kessinger Publishing. ISBN 0766130592
- MASPERO, Gaston (2003). Popular Stories of Ancient Egypt. [S.l.]: Ed. Kessinger Publishing. ISBN 0766176371
- LICHTHEIM, Miriam (1973). Ancient Egyptian Literature : A Book of Readings. [S.l.]: Ed. University of California Press. ISBN 0520040201
- MÜLLER, Wilhelm Max (1899). Die Liebespoesie der alten Ägypter. [S.l.]: Ed. J. C. Hinrichs
- LÓPEZ, Francisco (1997). «Papiro Harris 500». língua=
- GARCÍA, M. de la E. (2003). «La poesía amatoria en el Antiguo Egipto». Revista de Egiptología-Isis (11): 41-46. Consultado em 15 de agosto de 2010. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2008
- AURIGA; et al. (1982). Cuentos egipcios, pp. 61 y ss. [S.l.]: Ed. Rialp. ISBN 8472810682
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Papiro Harris 500».