Parque Estadual do Caracol

unidade de conservação da natureza pertencente ao governo do estado do Rio Grande do Sul

Parque do Caracol é uma unidade de conservação no município de Canela, no Rio Grande do Sul, Brasil. Possui uma área de 25 hectares e está a 7 quilômetros da sede municipal.[1] O parque fica na Serra Gaúcha, na parte nordeste do estado. A altitude média é de 760 metros.

Parque Estadual do Caracol
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Estadual do Caracol
Cascata do Caracol
Localização  Rio Grande do Sul,
 Brasil.
Dados
Área 25 ha
Criação 1973
Gestão Governo do Rio Grande do Sul
Sítio oficial Parque Estadual do Caracol
Coordenadas 29° 18' 40" S 50° 51' 16" O
Parque Estadual do Caracol está localizado em: Brasil
Parque Estadual do Caracol

A queda do Caracol no rio Caracol tem uma queda livre de 131 metros e é a principal atração turística.[2] Com matas fechadas em suas proximidades, é formada pelo arroio de mesmo nome, que despenca em queda livre de 131 metros por rochas basálticas da Formação Serra Geral, formando a Cascata do Caracol. Um conjunto paisagístico de rara beleza.

História

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Em tempos pré-históricos, a região do parque era ocupada pelos caingangues, coletores de frutas e sementes e caçadores.[3] Os primeiros exploradores europeus deram à região o nome "Canela" de uma caneleira sob a qual eles acamparam. A família Wasen da Alemanha chegou em 1863 e começou a cultivar e criar gado.[2] A área tem um clima agradável e beleza natural de cânions, rios e cachoeiras. Hotéis e casas de veraneio foram construídos na região a partir de 1900, antes da construção da cidade de Canela.[3]

Além dos veranistas, a economia dependia do comércio de bovinos, suínos e seus produtos, que eram levados para venda para Porto Alegre e municípios vizinhos. Uma indústria madeireira se desenvolveu, explorando a enorme floresta de araucárias, e acelerou quando a ferrovia chegou em 1924. Uma fábrica de celulose foi construída ao lado de um afluente do rio Caracol, que atravessa o parque, afetando a qualidade da água. Isto e a destruição das florestas afastaram os turistas. Muitas espécies de animais também foram expulsas, incluindo o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), que foi caçado por conta de uma falsa crença de que ele matava o gado.[2]

O governo gaúcho declarou que as terras cobertas pelo parque eram de utilidade pública em 1954. Após a desapropriação legal, a área foi transferida em 1968 para o Posto de Turismo do Estado de Canela. O Parque Estadual de Caracol foi fundado em 1973 com uma área de 100 hectares, dos quais 25 hectares são de propriedade estatal.[2]

Atualmente o Parque é administrado por uma empresa privada chamada CnCT (Consórcio novo Caracol e Tainhas).

Meio ambiente

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Corredeiras do parque.

O clima é temperado, com chuvas distribuídas ao longo do ano. A temperatura média é de 22°C no verão e de 10,5°C no inverno, caindo ocasionalmente até -8°C. A neve cai em julho e agosto. Acima da escarpa da Cascata do Caracol, a vegetação é floresta tropical montana e floresta de araucária. Abaixo da escarpa a vegetação é floresta estacional decidual submontana. O parque também contém campos de savana.[2]

A floresta de araucária foi devastada pela extração madeireira entre os anos 1920 e 1950, mas alguns espécimes com troncos de até 1,5 metro de diâmetro ainda são encontrados perto da borda da escarpa. A vegetação está agora se regenerando e a Araucária angustifolia está formando um estrato emergente acima de um dossel de árvores como pinho-bravo, bugre e capororoca. O grande número de visitantes cria alguns problemas ambientais, incluindo destruição de mudas, lixo e assim por diante. No entanto, geralmente o ambiente está se recuperando e os animais selvagens estão retornando aos seus habitats. Algumas áreas são reservadas para os visitantes usarem para piqueniques e lazer, enquanto são reservadas como refúgios naturais. Milhares de mudas de árvores foram plantadas para acelerar a recuperação da região.[2]

A área foi recomendada para preservação permanente como refúgio de veados e principalmente preás. Foram registradas 30 espécies de mamíferos, incluindo veado mateiro, bugio-ruivo, gato-do-mato-pequeno, quati, lontra e preá. 130 espécies de aves foram registradas.[2]

Turismo

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Estação Sonho Vivo


O parque recebe cerca de 2.500.000 visitantes anualmente.[1] É o destino turístico mais popular na região sul do Brasil depois do Parque Nacional do Iguaçu.[2] O parque oferece churrasqueiras para visitantes em uma área com mesas e bancos, muitos cobertos, com banheiros próximos. Há uma grande área gramada para esportes. Ao lado da entrada do parque há lojas de artesanato, um restaurante e banheiros.[3]

Existem dois mirantes, dos quais a cachoeira pode ser vista, uma com entrada livre, a outra levemente mais alta e com uma taxa de entrada.[3] A plataforma envidraçada de 27 metros é alcançada por um elevador.[4] O Observatório Ecológico oferece uma das melhores vistas.[2] Há uma escadaria com 927 degraus que leva à base da cachoeira.[5]

O Projeto Lobo-guará, estabelecido em 1991, é baseado no parque e suporta turismo ecológico de baixo impacto e educação ambiental. O projeto ministra cursos sobre as ações de meio ambiente, observação, interpretação e ecologia prática do parque. Há quatro trilhas interpretativas, um centro de educação ambiental em uma antiga casa construída de madeira de araucária pela família Wassen e um anfiteatro.[2] As trilhas são inadequadas para pessoas em condições físicas precárias, que podem pagar para pegar o pequeno trem da Estação Sonho Vivo.[3]

Ver também

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Referências

Bibliografia

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Ligações externas

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