Parque Estadual do Utinga
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Em proteção ambiental, o Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna,[1] ou simplesmente Parque do Utinga, é uma unidade de conservação brasileira de nível estadual de Proteção Integral, situado na Região Metropolitana de Belém (Pará), criado em 1993 e administrado pelo instituto Ideflor-bio, com o objetivo de preservar ecossistemas naturais de relevância ecológica e beleza cênica, estimular a realização de pesquisas científicas e, incentivar o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, incluindo o turismo ecológico.[2]
Parque Estadual do Utinga Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna | |
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Características | |
Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna
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Classificação | parque estadual patrimônio histórico |
Uso | parque, ecoturismo, abastecimento público de água |
Data/Ano | 1993, 3 março 1993 |
Fonte | lei estadual |
Commons | Parque Estadual do Utinga |
Composto de | Floresta amazônica |
Parte de | Conjunto Paisagístico, Ecológico e Turístico das Áreas dos Mananciais do Utinga e Entorno (Lagos do Bolonha e Água Preta) |
Área | 1 398 hectare, 13,98 quilómetro quadrado, 1 300 hectare |
Responsável | Governo do Pará |
Patrimônio | bem tombado pela PMB |
Localização | |
Localidade | Brasil Região Geográfica Imediata de Belém, Pará, Belém |
GPS | 1°25'27.118"S, 48°26'44.612"W, 1°25'12.26"S, 48°25'11.971"W |
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O Parque do Utinga é considerado a unidade-símbolo da diversidade biológica presente na Região Amazônica. O parque ambiental possui uma sua ampla e peculiar biodiversidade, ao mesmo tempo em que representa uma das regiões mais ameaçadas da Amazônia Legal, por conta da dinâmica do avanço estrutural e consolidação da segunda maior zona urbana da Região Norte do País.
Além da histórica função de aportar, tratar e abastecer de água quase 70% da população da Região Metropolitana de Belém,[3] o Parque do Utinga foi escolhido pela população como a principal opção de programa de recreação e atividades saudáveis ao ar livre, aliando práticas de bem-estar e contato com a natureza. A sua extensa área verde é utilizada para atividades de caminhada, corrida, passeios de bicicleta e/ou de patins, além de exercícios contemplativos de beleza cênica e meditativos. Estimula-se, ainda, o ecoturismo a partir de múltiplas opções de trilhas com diferentes níveis e percursos, além de rapel, tirolesa e, passeio de boia no igarapé, chamado boia-cross.[3][4]
A unidade de conservação abrange a uma área de 1.393,088 hectares, o equivalente a 1.400 campos de futebol. E, pelo fato de possuir uma localização privilegiada dentro da zona continental urbana da capital paraense, possibilita um alto fluxo de visitantes durante o ano inteiro, atendendo aos frequentadores locais, além de turistas nacionais e internacionais[5].
História
editarO parque foi criado por meio de um decreto estadual com o objetivo de se haver um espaço de lazer, educação, cultura, turismo e pesquisas cientificas, além da preservação da fauna, flora e dos mananciais do lagos Bolonha e Água Preta, os quais são responsáveis por 63% do abastecimento hídrico da Região Metropolitana de Belém.[6]
A primeira iniciativa de preservação da área ocorreu em 1881, a partir da aprovação do Estatuto de Águas do Grão-Pará, companhia responsável por demarcar o território necessário para a proteção dos mananciais. No decorrer dos anos, foram elaborados e implementados planos para o melhor aproveitamento destes mananciais. Porém, só em 1982, a partir de um "Diagnóstico do Estudo Urbanístico e de Proteção Sanitária dos Lagos Bolonha e Água Preta", recomendou-se a criação de um parque ecológico às margens destes reservatórios, a fim de se proteger uma amostra significativa do ecossistema amazônico.
Em 1993, pelo Decreto Estadual nº.1552/1993, foi criado o Parque Ambiental de Belém com uma área de aproximadamente 1340 hectares. Em outubro de 2008 , para se adequar às normativas de Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a denominação do Parque Ambiental de Belém foi alterada para Parque Estadual do Utinga, através do Decreto Estadual nº.1330/2008.[7]
A unidade de conservação é gerenciada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA-PA) e administrada pela organização social privada Pará 2000.
Administrativo
editarO parque também é sede do "Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará" (Ideflor-bio) é uma autarquia estadual (criado por Lei estadual 6 963/2007 de 16 de abril) que administra as unidades de conservação estaduais do Pará.[8][1][9]
Rota do Guarumã
editarNo Parque do Utinga inicia a rota do Guarumã, a trilha de longo curso paraense com 30 quilômetros de extensão criada em 2018,[10] que interliga as Unidades de Conservação Ambiental da Grande Belém (Parque do Utinga, Área de Ambiental Metropolitana e, Refúgio Metrópole da Amazônia)[11] e algumas comunidades tradicionais, como a Nossa Senhora dos Navegantes e a Quilombola do Abacatal (capacitadas para receber os visitantes e oferecer serviços de alimentação, travessias, descanso).[12][13]
Memorial Verônica Tembé
editarO Memorial dos Povos Originários Verônica Tembé é um centro de exposições e difusão da cultura material e imaterial dos indígenas amazônidas criado em 2021 às margens do lago Água Preta,[14] situado na Casa da Mata no Parque Estadual do Utinga, na cidade brasileira de Belém (estado do Pará).[15][16] Memorial batizado em homenagem a cacica Tembé-Tenetehara, Verônica Tembé, a primeira liderança indígena feminina da etnia e articuladora política indígena na região.[14][17]
Das 26 unidades de conservação paraenses, o Parque Estadual do Utinga é o primeiro do tipo a receber um espaço de valorização dos povos indígenas.[14][18] O primeiro espaço dedicado exclusivamente à promoção da história e cultura dos povos originários da Amazônia no estado do Pará.[14][17][18][19]
Nascida em 1917 na aldeia do Cocal, região do Gurupi, foi a primeira articuladora política que reuniu os Tembé da região, em torno do novo assentamento, a aldeia Teko Haw, e homologação da terra indígena do alto rio Guamá em 1993 e, preservação da identidade Tenetehara.[20] Verônica também foi uma grande conhecedora da medicina tradicional e da história de seu povo, responsável por organizar festas e aprendizado da cosmologia e a língua dos jovens. Sua militância foi essencial para a homologação em 1993 da Terra Indígena do Alto Rio Guamá (TIARG).[20]
Programa Ararajuba
editarA Ararajuba, uma ave típica da região Norte, durante 60 anos não teve registro de aparição na região metropolitana de Belém devido o processo de extinção entre as décadas de 1940/1950, devido: a expansão urbana, o desmatamento e, o comércio ilegal.[21]
Em 2017, chegaram à Belém vindas de São Paulo doze espécimes de Ararajuba, que foi reintroduzida nas Unidades de Conservação da região da capital paraense, através do Programa de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas (Guaruba guarouba), desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio) e a pela Fundação Lymington.[21]
As aves passarão por um processo de readaptação de quatro meses em viveiros, e depois foram libertas nas áreas abertas do: Parque do Utinga, Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém, APA do Combu, Refúgio de Vida Silvestre e, APA do Abacatal.[21]
Referências
- ↑ a b «Semana do Meio Ambiente 2022 leva estudantes da rede pública a Unidades de Conservação». Agência Pará de Notícias. Consultado em 27 de janeiro de 2023
- ↑ «Sobre o Utinga – Parque Estadual Utinga». Consultado em 21 de agosto de 2019
- ↑ a b lab, yeti. «Pará Trip | "Circuito Yuna" contempla todas as atividades de ecoturismo no Parque do Utinga». Consultado em 27 de julho de 2022
- ↑ «Parque Estadual do Utinga tem trilhas, rapel e ciclismo na Floresta Amazônica». Rota de Férias. 13 de janeiro de 2017. Consultado em 27 de julho de 2022
- ↑ «Parque Estadual do Utinga | Ideflor-bio». Consultado em 21 de agosto de 2019
- ↑ «Parque Estadual do Utinga | Ideflor-bio». Ideflor-bio. 3 de agosto de 2015
- ↑ «Ideflor-bio». Ideflor-bio. Consultado em 2 de julho de 2018
- ↑ «Percurso da Trilha Amazônia Atlântica». Trilha Amazônia Atlântica. Consultado em 27 de janeiro de 2023
- ↑ «Termo de execução descentralizada nº 01/2020-Ideflor-bio» (PDF). Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup)
- ↑ «Ideflor-bio inaugura primeira trilha de longo curso da Grande Belém». Rede Pará. Consultado em 26 de janeiro de 2023
- ↑ Unidades de Conservação no Brasil. «Rota do Guarumã: Ideflor-bio sinaliza nova trilha de longo curso na Grande Belém». nossosparques.org.br. Organização Nossos Parques. Consultado em 27 de janeiro de 2023
- ↑ «Primeira trilha de longo curso do Pará atravessa quatro cidades do Estado; conheça». Portal Amazônia. Consultado em 26 de janeiro de 2023
- ↑ «Trilhas cadastradas, Guarumã». Rede Trilhas. Consultado em 26 de janeiro de 2023
- ↑ a b c d «Pará ganha Memorial dos Povos Originários da Amazônia Verônica Tembé». Portal da Secretaria de Cultura do Pará. Consultado em 30 de abril de 2023
- ↑ «Memorial Verônica Tembé, no Parque do Utinga, guarda histórias das etnias da Amazônia». PARÁ WEB NEWS. 9 de agosto de 2022. Consultado em 30 de abril de 2023
- ↑ Secom Pará. «Projeto Usina da Paz leva alunos Escola Estadual Nagib Coelho para o Parque Utinga». A Noticia Digital
- ↑ a b Martinez, Tayná (12 de janeiro de 2021). «Memorial em homenagem aos povos originários é inaugurado em Belém». CBN Amazônia. Consultado em 2 de maio de 2023
- ↑ a b «6 museus para conhecer a cultura e história indígena na Amazônia Legal». Portal Amazônia. Consultado em 2 de maio de 2023
- ↑ Redação, Da (8 de janeiro de 2023). «Governo do Pará garante preservação do patrimônio e entrega novos espaços de cultura em Belém». NOTÍCIA MARAJÓ. Consultado em 2 de maio de 2023
- ↑ a b «Pará ganha Memorial dos Povos Originários da Amazônia Verônica Tembé». Portal da Secretaria de Cultura do Pará. Consultado em 30 de abril de 2023
- ↑ a b c «Ararajubas chegam a Belém para serem reintroduzidas a habitat natural | Unidades de Conservação no Brasil». Instituto Sócioambiental. Consultado em 11 de maio de 2023
Ver também
editar- Área de Proteção Ambiental da Ilha do Combu
- Mangal das Garças
- Parque Estadual Charapucu
- Parque Municipal de Ilha de Mosqueiro
- Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia
- Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal
- Lista de regiões geográficas intermediárias e imediatas do Pará
- Os parques estaduais do pará
Ligações externas
editar- Página oficial
- «BELEMTUR - Coordenadoria Municipal de Turismo»
- «Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará - SEMA/PA»
- «Prefeitura municipal de Belém»
- «Página do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará». Ideflor-Bio