Partido Reformista (Monarquia)
O Partido Reformista, que começa por receber o vago nome de "partido popular"[1], foi um partido político português do tempo da Monarquia Constitucional, fundado oficialmente no verão de 1870, resultante de divisões existentes no Partido Histórico desde pelo menos 1862 e agravadas em 1868 na sequência da Janeirinha. Constitui uma cisão do Partido Histórico com cujo dirigente, o Duque de Loulé, entraram em ruptura entre outros o Marquês de Sá da Bandeira (Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo).
Partido Reformista | |
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Fundação | 1870 |
Dissolução | 1876 |
Sede | Lisboa |
Ideologia | Reformismo Liberalismo |
Espectro político | Centro-esquerda |
Dividiu-se de | Partido Histórico |
Sucessor | Partido Progressista |
Muitos dos "reformistas" são apoiantes do movimento da Janeirinha e são mobilizados pelo governo de António José de Ávila, de 4 de Janeiro a 22 de Julho de 1868, por onde passam António Luís de Seabra, José Dias Ferreira, José Maria Rodrigues Magalhães, José Rodrigues Coelho do Amaral e Sebastião do Canto e Castro Mascarenhas[2]. Mas é com o governo de Sá da Bandeira, a partir de 22 de Julho de 1868 até 11 de Agosto de 1869, que surge o reformismo propriamente dito, dizendo querer fazer reformas e economias[1].
Encontra-mo-lo, ao partido, nessa altura até 1869, a ser dirigido por um dos seus fundadores[1], o bispo de Viseu, o liberal e jornalista D. António Alves Martins. Este foi eleito deputado pela primeira vez em 1870[3]
Ainda em conjunto com os avilistas, vencem as eleições de 22 de Março de 1868, com 142 deputados contra 22 fusionistas, a aliança de históricos e regeneradores. Pelo governo passam Alves Martins, José Maria Latino Coelho, Carlos Bento da Silva, Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses, Conde de Samodães, António Pequito Seixas de Andrade, João José de Mendonça Cortês. Voltam a vencer as eleições de 11 de Abril de 1869, com 79 deputados, depois dos círculos terem sido reduzidos de 156 para 92[1].
Nas eleições de 13 de Março de 1870, já sob o governo de Loulé, o terceiro governo histórico, conseguem apenas quinze deputados[1].
Voltam ao governo, depois da Saldanhada, novamente sob a presidência de Sá da Bandeira, de 29 de Agosto a 29 de Outubro de 1870, com Alves Martins, António José de Ávila e Carlos Bento da Silva, mas é durante este governo que se agravam as relações entre reformistas propriamente ditos e avilistas. E nas eleições de 4 de Setembro de 1870, enquanto os reformistas conseguem cinquenta e dois deputados, os avilistas são dezasseis[1].
Nas eleições de 9 de Julho de 1871, já sob o governo de Ávila, conseguem apenas quatorze deputados.
Porém, morto Sá-Nogueira em 1876 pouco tempo o partido lhe sobreviveu, tendo no mesmo ano acabado por se fundir de novo com os Históricos, em resultado do Pacto da Granja, para constituir o novo Partido Progressista, que viria a ser uma das duas forças do «rotativismo» em Portugal até ao fim da Monarquia Constitucional.
Resultados eleitorais
editarEleições legislativas
editarData | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
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1868 | 1.º | N/D | 68,0 / 100,0 |
Governo | |||
1869 | 1.º | N/D | 80,0 / 100,0 |
12 | Governo | ||
1870 (Março) |
2.º | N/D | 15,0 / 100,0 |
65 | 15 / 107 |
Governo | |
1870 (Setembro) |
1.º | N/D | 52,0 / 100,0 |
37 | 68 / 107 |
53 | Governo |
1871 | 4.º | N/D | 14,0 / 100,0 |
38 | 14 / 107 |
54 | Governo |
1874 | 3.º | N/D | 8 / 107 |
6 | Oposição |
Referências
- ↑ a b c d e f Partido Reformista, 1867, José Adelino Maltez, Respublica, Repertório Português de Ciência Política, Edição electrónica 2004
- ↑ Governo de Ávila, entro de Estudos do Pensamento Político, ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa
- ↑ D. António Alves Martins, Infopédia (em linha), Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-03-31).
Referências
editar- Carlos Guimarães da Cunha, A «Janeirinha» e o Partido Reformista. Da Revolução de Janeiro de 1868 ao Pacto da Granja, Edições Colibri, Lisboa, 2003 (ISBN 972-772-429-9).