Pascoal Segreto
Pascoal Segreto[nota 1] (San Martin di Cileno - Salerno, 22 de março de 1868 — Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 1920) foi um empresário ítalo-brasileiro e pioneiro do cinema no Brasil.
Pascoal Segreto | |
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Nascimento | 22 de março de 1868 Salerno, Reino da Itália |
Morte | 22 de fevereiro de 1920 (51 anos) Salerno, Reino da Itália |
Ocupação | empresário, diretor de cinema |
Causa da morte | diabetes mellitus |
Biografia
editarNascido na província italiana de Salerno, Pascoal aos 15 anos decidiu imigrar para o Brasil, junto ao irmão Gaetano, embarcando no vapor Savoie para o Rio de Janeiro, onde encontrou uma cidade em que o setor de diversões era fraco.[1]
Começou como vendedor de jornais e, tanto ele como o irmão chegaram a ser presos várias vezes: 13 o Paschoal e 9 o Gaetano, acusados de pequenos delitos mas,[1] em 1907, quando sofre acusações pela imprensa, exibe uma ficha limpa na justiça.[2] Mais tarde torna-se dono do jornal Il Bersaglieri e de teatros.[1]
Unindo-se ao bicheiro José Roberto Cunha Sales, registravam invenções de outros países como deles, e exploravam várias diversões que eram novidades na Europa. Foi assim que apenas sete meses após os irmãos Lumière estrearem o cinema em Paris os dois trouxeram a novidade ao país, com uma exibição ocorrida em 8 de julho de 1896.[1] Em 1897, José Roberto Cunha Sales dirige Ancoradouro de Pescadores na Baía de Guanabara, primeiro filme brasileiro.[3]
Naquele mesmo ano, inaugura a primeira sala cinematográfica do Brasil, o Salão Novidades de Paris[1] e em 1898 lança a revista Animatographo, considerada a primeira revista especializada em cinema do Brasil.[4][5]
Paschoal investiu no Teatro de Revista, sendo chamado por Procópio Ferreira de "papa do teatro brasileiro". Do início envolvendo-se com a contravenção, logo torna-se figura influente, frequentando figuras como Hermes da Fonseca e aparecendo com frequência na revista Fon-Fon[1]
Além do Salão de Novidades, tinha no Rio o Parque Fluminense, a Maison Moderne e o Moulin Rouge, que reformara em 1904; era ainda arrendatário dos teatros Carlos Gomes, São José e São Pedro. Noutras cidades controlou também várias casas de espetáculos e jogos, como o Politeama e Eldorado, em São Paulo; o Varietés, em Santos; o também chamado Salão das Novidades, em Campos ou um salão para jogo de pelota basca, em Niterói, entre outros.[2]
Morador do bairro de Santa Teresa, vivia maritalmente com Carmela, com quem não teve filhos, criando os sobrinhos, filhos de Gaetano e órfãos do pai desde 1908. Em seu apartamento veio a falecer, com agravamento da gangrena em decorrência do diabetes. Encontra-se sepultado no Cemitério São João Batista.[1]
Ver também
editarNotas
- ↑ Trata-se, na verdade, de aportuguesamento de Pasquale; a grafia antiga, ao invés da atualizada forma Pascoal, é ainda usada em trabalhos, como o citado mais adiante de William Martins
Referências
- ↑ a b c d e f g William Martins (2004). «O ministro das Diversões». São Paulo: ed. Vera Cruz. revista Nossa História. Ano 2 (13): 80-83. ISSN 1679-7221
- ↑ a b José Inácio de Melo Souza (2003). Imagens do passado: São Paulo e Rio de Janeiro nos primórdios do cinema. [S.l.]: Editora Senac. pp. 119–122. ISBN 9788573593730
- ↑ Couto, José Geraldo (30 de novembro de 1995). «"Lumière" brasileiro também era médico, bicheiro e dramaturgo». Folha de S. Paulo. Consultado em 13 de maio de 2020
- ↑ Hernani Heffner (2012). «Pequena história dos periódicos de cinema no Brasil». Filme Cultura. Consultado em 14 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 28 de novembro de 2012
- ↑ Werneck, Alexandra; et al. (2011). «A imigração italiana no Brasil: fontes textuais no Arquivo Nacional». Recine: revista do Festival Internacional de Cinema de Arquivo. 8 (8): 36-49