Paulo Fonteles
Paulo César Fonteles de Lima (Belém, 11 de fevereiro de 1949 — Ananindeua, Pará, 11 de junho de 1987) foi um advogado, político e sindicalista brasileiro, conhecido por seu ativismo junto aos camponeses no estado do Pará.[1]
Paulo Fonteles | |
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Deputado estadual Paulo Fonteles concedendo entrevista a um meio de comunicação. | |
Deputado estadual do Pará | |
Período | 15 de março de 1983 até 15 de março de 1987 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 11 de fevereiro de 1949 Belém, Pará |
Morte | 11 de junho de 1987 (38 anos) Ananindeua, Pará |
Alma mater | Universidade Federal do Pará |
Cônjuge | Hecilda Mary Veiga Fontelles de Lima |
Partido | PCdoB, antes de este conquistar a legalidade. Em 1985, atuava dentro do PMDB. |
Profissão | Advogado, sindicalista e político |
Alcunhado de "advogado-do-mato", foi ligado a grupos políticos comunistas clandestinos.[2]
Biografia
editarFormado em direito pela Universidade Federal do Pará,[3] tornou-se advogado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Pará e da Comissão Pastoral da Terra durante a ditadura militar brasileira.
Foi também deputado estadual, tendo pautado o problema da terra na região de Marabá, no sudeste do Pará.[4] Sempre esteve nas listas de "marcados para morrer", no Pará,[5] tendo seu assassinato efetivado por pistoleiros suspeitos de serem enviados pela União Democrática Ruralista (UDR).[6]
A maioria dos jornais paraenses, inclusive o maior deles, O Liberal, em pleno período democrático pós-ditadura negaram-se a publicar matérias sobre o assassinato do deputado, temendo represálias políticas e também econômicas, visto que dois dos arrolados como testemunhas, Francisco Joaquim Fonseca, do Grupo Jonasa, e Jair Bernardino de Souza, proprietário da empresa Belauto, eram anunciantes do jornal. O fato é relatado pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto, que na oportunidade havia sido o repórter destacado para cobrir o caso, e não teve sua matéria publicada pelo jornal O Liberal. Em virtude disso, sentiu-se instigado a publicar a matéria mesmo assim, dando origem ao seu famoso periódico alternativo Jornal Pessoal.[7]
Foi homenageado com seu nome sendo dado à Rodovia Estadual Paulo Fonteles, a PA-150.[8]
Seu filho, Paulinho Fonteles (1972-2017), foi vereador em Belém e membro da Comissão da Verdade do Pará.[9]
Referências
- ↑ «Paulo Fonteles: Nem a força dos ventos pode derrubar um ideal». Fundação Maurício Grabois. Consultado em 2 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ «25º aniversário do assassinato do advogado Paulo Fonteles». Portal Vermelho
- ↑ «Paulo Fonteles, herói da luta pela democracia e pelos direitos do povo». Portal Vermelho. 11 de junho de 2017. Consultado em 27 de agosto de 2018
- ↑ SÃO PAULO - CÂMARA MUNICIPAL. Moção de Censura da Câmara Municipal de São Paulo em reação ao assassinato do deputado Paulo Fonteles - 23 de junho de 1987 - CMSP
- ↑ «Paulo Fontelles executado a tiros». TJPA[ligação inativa]
- ↑ PEREIRA, L. C. O. Terra e Natureza: Assentamentos Rurais de Rio Maria (1974-2004) - Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará - Belém, 2006, p. 62
- ↑ AMORIM, C. T. Jornal Pessoal: o metajornalismo cidadão. - Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi/Scielo. Ciências Humanas, Belém, v. 3, n. 3, p. 401-408, set.- dez. 2008
- ↑ MEIRELLES Filho, J. C. S. É possível superar a herança da ditadura brasileira (1964-1985) e controlar o desmatamento na Amazônia? Não, enquanto a pecuária bovina prosseguir como principal vetor de desmatamento. - Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum. vol.9 no.1 Belém Jan./Apr. 2014
- ↑ «Ex-vereador Paulo Fonteles Filho morre em Belém». G1. 26 de outubro de 2017. Consultado em 26 de outubro de 2017