Pavel Filonov
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Pavel Nikolaevitch Filonov (em russo: Па́вел Никола́евич Фило́нов) (27 de dezembro de 1882 (jul.) - 3 de dezembro de 1941) foi um pintor russo de vanguarda, teórico da arte e poeta.
Pavel Filonov | |
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Nascimento | 8 de janeiro de 1883 Moscovo |
Morte | 3 de dezembro de 1941 (58 anos) São Petersburgo |
Sepultamento | Cemitério de Serafimovskoe |
Cidadania | Império Russo, União Soviética, Rússia |
Alma mater | |
Ocupação | pintor, poeta, ilustrador, cenógrafo, artista gráfico, desenhista |
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Biografia
editarFilonov nasceu em Moscovo no seio de uma família operária que em 1897 se transladou a Petrogrado, onde Filonov recebeu aulas de arte. Em 1908 conseguiu ingressar como estudante na Academia Imperial das Artes de Petrogrado, de onde foi expulso em 1910. Após a sua saída da academia, integrou o grupo União dos Jovens (Союз Молодежи), nucleado pelo mecenas Levki Jeverjeev e entre cujos membros destacados estavam Elena Guro, Olga Rozanova, Varvara Bubnova, Mikhail Matiushin, David Burliuk, Vladimir Burliuk, Iuri Annenkov, Kazimir Malevitch, Vladimir Tatlin ou Ivan Kliun.
Em 1912, escreveu o artigo intitulado O cânone e a lei, no qual formulou os princípios do realismo analítico ou "anti-cubismo": de acordo com Filonov, os artistas cubistas representavam os objetos segundo a sua geometria de superfície, enquanto os realistas analíticos deviam representar a geometria interior dos objetos. Esses princípios mantiveram-se em toda a obra posterior de Filonov, que entre 1913 e 1914, esteve muito próxima da de Vladimir Maiakovski, Velimir Khlebnikov e outros artistas futuristas. Nesta época, trabalhou como ilustrador de livrinhos futuristas e publicou o seu poema transracional a Canção da Florescência Universal (Propoved’ o porosli mirovoi).
Em 1917, Filonov participou de forma ativa na Revolução de Outubro, dirigindo até o Comité de Guerra Revolucionária da região de Dunai, mas, toda vez que o poder bolchevique se estabeleceu, regressou à pintura. Em 1919, expõe na Primeira Mostra Livre de Artistas de Todas as Tendências que se celebra no Museu Hermitage. Porém, a sua obra - como a de outros artistas de vanguarda - foi apoiada pelo Narkompros, dirigido por Anatoli Lunatcharski, o que fez com que Filonov ingressasse primeiramente como professor da Academia de Artes de Petrogrado e como membro do Instituto de Cultura Artística, sob direção de Kazimir Malevitch, onde organizou mais de setenta artistas que seguiam os princípios do realismo analítico. Ainda mais, o seu trabalho conseguiu influenciar outras correntes, como o suprematismo e o expressionismo.
Em 1929, com o estabelecimento de uma linha estética oficial que perseguia as vanguardas sob as consignas de Andrei Jdanov, o stalinismo proibiu uma exposição retrospetiva de Filonov no Museu Estatal da Rússia. Na altura de 1932, embora a fome, continuou a recusar a imposição do realismo socialista e a venda das suas obras a coleções particulares, visando criar nalgum momento um museu do realismo analítico. Morreu de inanição em 3 de dezembro de 1941, durante o cerco nazista de Leningrado.
Legado
editarA maior parte do trabalho de Filonov foi conservado pela sua irmã, Evdokia Nikolaevna Glebova, que armazenou as obras no arquivo do Museu Estatal da Rússia. Durante a vida de Stalin, a exibição das obras foi interdita e a sua primeira exposição após a morte do autor celebrou-se em Novosibirsk em 1967, toda vez que o culto à personalidade e os crimes do stalinismo já tinham sido condenados oficialmente e se começou a reverter a censura do regime. Em 1988, a obra de Filonov foi autorizada a ser exibida no Musseu Estatal da Rússia; e entre 1989 e 1990 celebrou-se em Paris a primeira exposição internacional do seu trabalho.
Obras
editarVer também
editarReferências
editar- Pavel Filonov na Galeria Olga (em inglês)
- Biografia de Filonov (em russo)
- A arte de Pavel Filonov (em japonês)
- Jürgen Harten: Pawel Filonow und seine Schule, Köln, DuMont, 1990, ISBN 3-7701-2634-3 (em alemão)