Pedro Garcia de Bragança
Pedro Garcia de Bragança (antes de 1206 - c.1230?) foi um rico-homem e cavaleiro medieval do reino de Portugal[1].
Pedro Garcia de Bragança | |
---|---|
Rico-homem/Senhor | |
Nascimento | Antes de 1206 |
Reino de Portugal | |
Morte | c.1230? |
Reino de Portugal | |
Cônjuge | Sancha Osores das Astúrias |
Descendência | Teresa Pires II Garcia Pires II, Freire de Avis Martim Pires Tavaia |
Dinastia | Bragançãos |
Pai | Garcia Pires I de Bragança |
Mãe | Gontinha Soares de Tougues |
Religião | Catolicismo romano |
Biografia
editarPedro era filho primogénito de Garcia Pires de Bragança e da sua esposa, Gontinha Soares de Tougues, pertencendo desta forma a uma das mais notáveis linhagens do Reino de Portugal, os Bragançãos. Esta família reveste-se de especial importância, pois para além do seu domínio incontestável na atual região de Trás-os-Montes, que integrava os seus domínios fronteiriços, que podiam facilmente mudar a fação do reino que apoiava (entre Portugal e Leão), destacava-se a sua reputação de valentes guerreiros[2]. A acrescentar a estas qualidades, e a acreditar nos Livros de Linhagens, o seu trisavô, Fernão Mendes I, teria casado com uma infanta filha de Afonso VI de Leão, dando-lhe desta forma um poder equiparável ao do seu suposto cunhado Henrique de Borgonha.
Apesar de nunca figurar na documentação curial, Pedro foi uma figura de relevo e poder, pois tinha selo próprio, com a representação mais antiga, e talvez a única, das armas dos Bragançãos que hoje se conhece[3].
As violências que Pedro cometeu, provavelmente devido ao seu caráter rude[3], tornaram-no também certa maneira célebre, não só no período das Inquirições Gerais, dadas as malfeitorias que cometeu contra os seus dependentes em Mirandela, que reivindicavam a vila de Sezulfe[3], como também nos posteriores Livros de Linhagens, que lhe desvelam uma relação incestuosa com a própria irmã, Mor Garcia de Bragança, com quem terá tido um filho[3].
Matrimónio e descendência
editarDa relação fugaz com a sua irmã Mor Garcia de Bragança, resultou um filhoː
- Martim Pires Tavaia (m. antes de 1258), como o pai, foi autor de graves abusos nos locais onde detinha propriedades.
Pedro desposou depois a asturiana Sancha Osores, de quem teveː
- Teresa Pires II de Bragança, desposou João Martins da Maia, e foi barregã do infante Afonso de Molina
- Garcia Pires II de Bragança (m. antes de 1252), terá provavelmente ingressado na Ordem de Avis[3].
Referências
- ↑ Mattoso 1982.
- ↑ Calderón Medina & Ferreira 2014, pp. 8-9.
- ↑ a b c d e Sottomayor-Pizarro 1997, p. 230-235.
Bibliografia
editar- Calderón Medina, Inés; Ferreira, João Paulo Martins (2014). «Beyond the Border - The Aristocratic mobility between the kingdoms of Portugal and León (1157-1230)» (PDF). e-journal of Portuguese History. 12 (1). Brown University. pp. 1–48
- Gayo, Manuel José da Costa Felgueiras, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. I-pg. 601 (Azevedos) e vol. II-pg. 236 (Barbosas).
- Mattoso, José (1982). Ricos-homens, infançoes e cavaleiros: a nobreza portuguesa nos séculos XI e XII. Lisboa: Gimarães & C.a. Editores. OCLC 10350247
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Tese de Doutoramento, Edicão do Autor
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto de (2007). «O Regime Senhorial na Fronteira do Nordeste Português. Alto Douro e Riba Côa». Madrid: Instituto de Historia "Jerónimo Zurita." Centro de Estudios Históricos. Hispania. Revista Española de Historia. LXVII (227): 849-880. ISSN 0018-2141
- Ventura, Leontina (1992). A nobreza de corte de Afonso III. II. Coimbra: Universidade de Coimbra