Pesca tradicional na Amazônia
A pesca tradicional na Amazônia é uma atividade de extração do pescado dos rios amazônidas usando técnicas simples de pesca artesanal e apetrechos (equipamento de captura do pescado).[1][2] Uma das mais antigas e importante atividade social e atividade produtiva na região (fonte de renda e obtenção de alimento[2]),[1] devido a existência de muito pescado que pode ser extraído nos rios da região.[2] Atividade praticada por diversas comunidades ribeirinhas de pescadores artesanais, nas áreas dulcícolas, costeiras e, estuarinas,[1] seguindo as questões sazonais e questões comportamentais do pescado.[1]
Cada pescador artesanal delimita algumas áreas de atuação de pesca e, mantem uma relação de posse com essas áreas através de acordo entre pescadores (territorialidade).[2] Mesmo que não reconhecido formalmente por governos, essas áreas deve ser respeitadas, pois geram os conflitos, semelhante como ocorre na zona rural.[2]
A escolha das áreas de atuação baseiam-se na experiência pessoal e cotidiana do pescador e da capacidade seus apetrechos (ou arte de pesca), fixos ou móveis, pois cada um é usado para capturar espécies específicas de pescado conforme a necessidade e volume da captura do pescado.[2] A maioria destes são confeccionados pelos pescadores da região, usando náilon e anzol ou recursos naturais como cipó titica, tala de jupati ou de miriti.[2] Os apetrechos artesanais são de fácil produção, de fácil uso e, de baixo custo, como por exemplo: linha de mão, matapi, pari, espinhel, malhadeira, tarrafa, cacuri.[2]
Os apetrechos mais usados na pesca artesanal na Amazônia são: rede de espera, para captura de peixes de maior valor comercial durante a safra; malhadeira, baixo custo sendo confeccionada pelo pescador; cacuri, baixo custo confeccionado com produtos da floresta, e; matapi, usado na captura do camarão.[2]
Presença humana
editarA Amazônia(pt-BR) ou Amazónia(pt-PT?)[nota 1] é uma floresta latifoliada úmida que cobre a maior parte da Bacia Amazônica na América do Sul (Marañon, Solimões, Amazonas), são cinco milhões e meio de quilômetros quadrados distribuído por nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e, Suriname.[3][4]
Pesquisas antropológicas têm sugerido que a região amazônica realmente chegou a ser densamente povoada, com cerca de cinco milhões de pessoas podem ter vivido na região no ano de 1500, divididos entre densos assentamentos costeiros, tais como em Marajó, e moradores do interior.[5] As populações amazônicas na época da pré-história, combinado a outros fatores, suscitou grandes transformações entre as sociedades indígenas da Amazônia.[6] Segundo arqueólogos, as sociedades que habitavam regiões da bacia amazônica organizaram-se de forma cada vez mais elaborada entre 1 000 a.C. e 1000 d.C.[7] Os arqueólogos definem estas sociedades como Cacicados Complexos;[8] que tornaram-se cada vez mais hierarquizadas (provavelmente contendo nobres, "plebeus" e servos cativos), com a constituição de uma chefia político-social centralizada no cacique, adotação de posturas bélico-expansionistas. O comércio e os indícios arqueológicos apontam uma densidade demográfica de escala urbana nessas civilizações.[9] Acredita-se que a monocultura era praticada, além da caça e da pesca intensivas, a produção intensa de raízes e o armazenamento de alimentos.[10][11]
Apetrechos
editarAs técnicas e apetrechos são baseados de experiência históricas realizadas na Amazônia, que repassadas hereditariamente ou adaptadas conforme a demanda de cada usuário.[2] Os petrechos da pesca artesanal usados na região podem ser classificados em:[12]
Rede de espera: um apetrecho de pesca artesanal grande no formato de malha produzido com fio de náilon, que deixa a água passar fazendo a captura do pescado. É usada na captura de peixes de grande porte, durante a safra;[2]
Malhadeira: m apetrecho de pesca artesanal similar a rede de espera, malha produzido com náilon, a diferença está no tamanho: a malhadeira é menor que a rede de espera;[2]
Cacuri ou curral de peixe: um tipo de apetrecho de pesca artesanal (ou armadilha) produzido com recursos da floresta, feito com pequenos galhos de madeira ou talas, fixado no leito ou margem do rio/igarapé com o objetivo de capturar pescado pequeno para subsistência, que ali entram durante a maré alta, ficando presos quando a maré baixa.[2]
Matapi: um apetrecho de pesca artesanal no formato de cesto (armadilha) para captura de camarões, que entram ali para serem ficam presos em outro cesto, o viveiro, também confeccionado com as mesmas espécies de talas usadas para a construção do matapi.[2]
- ↑ a b c d Sá, Hermógenes; Meirelles, João (2015). Viva pesca: guia de construção de acordos de pesca no Rio Canaticu: Curralinho no Marajó (Pará), uma experiência de conservação (PDF). Belém: Instituto Peabiru. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «Pesca e influências territoriais em rios da Amazônia». Núcleo de Altos Estudos Amazônicos / Universidade Federal do Pará (UFPA). Novos Cadernos NAEA. 19 (1). 23 de junho de 2016. ISSN 2179-7536. doi:10.5801/ncn.v19i1.3391. Consultado em 13 de dezembro de 2024
- ↑ Silva, Maria do Socorro Rocha da (30 de agosto de 2013). «Bacia hidrográfica do Rio Amazonas: contribuição para o enquadramento e preservação». UNIVERSIDADEFEDERAL DO AMAZONAS (UFAM). PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA. Consultado em 18 de outubro de 2024
- ↑ «A floresta habitada: História da ocupação humana na Amazônia». Imazon. 3 de setembro de 2015. Consultado em 17 de outubro de 2024
- ↑ Chris C. Park (2003). Tropical Rainforests. [S.l.]: Routledge. p. 108
- ↑ John Roach. «Ancient Amazon Cities Found; Were Vast Urban Network»
- ↑ Manuela Carneiro da Cunha (2008). «História dos Índios no Brasil»
- ↑ Anna Roosevelt (1997). «Amazonian Indians from Prehistory to the Present»
- ↑ Discovery News. «Ancient Amazon Civilization»
- ↑ Monica Trindade e Mauricio Paiva. «Amazônia Antiga»
- ↑ Anna Curtenius Roosevelt. «Arqueologia Amazônia»
- ↑ Braga, Cesar França; do Espírito-Santo, Roberto Vilhena; da Silva, Bianca Bentes; Giarrizzo, Tommaso; Castro, Edna Ramos (31 de dezembro de 2006). «CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DE PESCADO EM BRAGANÇA – PARÁ» (PDF). Belém. Boletim Técnico Científico do CEPNOR. 6 (1): 105–120. doi:10.17080/1676-5664/btcc.v6n1p105-120. Consultado em 15 de setembro de 2023. Resumo divulgativo
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