Philip Fearnside

bióĺogo estadunidense

Philip Martin Fearnside (Berkeley, 25 de maio de 1947)[1] é um biólogo e cientista norte-americano ativo há muitos anos no Brasil, onde desenvolveu a parte mais importante de sua carreira e ganhou ampla notoriedade nacional e internacional.

Philip Fearnside
Philip Fearnside
Fearnside no INPA, 2022
Nascimento 25 de maio de 1947 (77 anos)
Berkeley
Residência Manaus
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
Ocupação biólogo
Distinções
Empregador(a) Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Biografia

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Nascido em Berkeley, na Califórnia, fez seu bacharelado em Biologia no Colorado College. Na Universidade de Michigan fez seu mestrado e doutorado, na mesma área. Tem trabalhado especialmente em questões dos agro-ecossistemas tropicais, desmatamento, degradação ambiental e seu impacto sobre a sociedade, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.[2][3] Tem vasta bibliografia publicada, onde se incluem estudos que contribuíram para a ampliação do conhecimento sobre as queimadas, a capacidade de suporte humano em áreas de colonização, o ritmo, causas e impactos ambientais de desmatamento na Amazônia; para o desenvolvimento de técnicas de manejo sustentável da natureza, e para a renovação das metodologias de avaliação das emissões de gases estufa, entre outros tópicos.[3]

Carreira

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Iniciou sua carreira profissional assim que encerrou seu bacharelado, partindo para a Ásia como agente do Peace Corps, uma entidade de ajuda tecnológica e humanitária do governo norte-americano, atuando entre 1969 e 1971 no estado do Rajastão, na Índia, e também na China, como consultor dos governos locais no manejo de recursos hídricos. Retornando aos Estados Unidos, terminou seus estudos superiores, pretendendo voltar depois para a Índia, mas o início de um conflito armado fez com que dirigisse seus interesses para a Amazônia, instalando-se no Brasil, onde desde 1978 é cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com sede em Manaus. Há quase vinte anos é pesquisador titular na Coordenação de Pesquisas em Ecologia do INPA.[4][3] Desde 1983 vem aprofundando seus estudos sobre o impacto do desmatamento no efeito estufa, tentando evidenciar a importância econômica, política e social da preservação das florestas, além de sua importância ecológica.[3]

Foi identificado pelo Instituto Thomson de Informações Científicas como o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global, e em 2011 foi identificado como o sétimo mais citado no mundo na área de desenvolvimento sustentável. Tem vários trabalhos premiados e participou da equipe editorial de várias revistas científicas, como Forest Ecology and Management, Environmental Conservation, Global Environmental Change, Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change, Ciência Hoje, Acta Amazonica e Oecologia Brasiliensis.[2][3]

Entre as distinções que recebeu estão o Prêmio Nacional de Ecologia do CNPq/CVRD//PETROBRAS (1988); o Prêmio Global 500 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1991); o Prêmio Von Martius da Câmera de Comércio Brasil-Alemanha (2003); o Prêmio Fundação Conrado Wessel na área de Ciência Aplicada ao Meio Ambiente (2004); o Prêmio Chico Mendes do Ministério do Meio Ambiente, na área de Ciência e Tecnologia (2006); o Prêmio Ford, categoria Conquista Individual, da Ford Motor Company & Conservation International (2007); o Prêmio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, categoria Hors concours, que reconheceu iniciativas de desenvolvimento economicamente viáveis, ambientalmente responsáveis e socialmente justas (2007); o Prêmio Professor Samuel Benchimol de Empreendedorismo Consciente, categoria Meio Ambiente, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2007); o Prêmio Scopus de Elsevier & CAPES (2009), que reconhece pesquisadores que contribuíram de forma significativa para o aumento da produção científica do país e pela formação de novos doutores, e o Prêmio Péter Murányi de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (2011).[2][3]

É membro de uma série de associações e comitês científicos de alto nível do Brasil e do estrangeiro, como a Academia Brasileira de Ciências, a Academia de Ciências de Chicago, a Sociedad Científica Mexicana de Ecologia, a Linnean Society e o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).[3] Foi consultor sênior do Banco Mundial em grandes estudos de impacto ambiental e um dos principais responsáveis pela criação da Reserva Ecológica de Ouro Preto do Oeste.[5] Com a equipe do IPCC foi um dos recipientes do Prêmio Nobel da Paz de 2007.[6]

Tem sido uma voz ativa na defesa do meio ambiente brasileiro e no alerta para os perigos do desmatamento e do aquecimento global. Em 2003 a Revista Pesquisa Fapesp publicou uma matéria sobre o biólogo e relatou que "hoje, três décadas após desembarcar na região, Fearnside acumula experiência de campo – morou até em agrovilas à beira da Transamazônica para fazer seu doutorado – e saber científico sobre a Amazônia raramente encontrados em brasileiros. [...] Seu nome é referência internacional em muitos dos temas que tornam a grande mata tropical um assunto importante e polêmico, como a possível relação do desmatamento da floresta com as mudanças climáticas no planeta e o impacto da implantação de estradas, barragens e projetos agropecuários na região. Por seus trabalhos em prol do desenvolvimento sustentável, contra projetos ofensivos ao meio ambiente, como a construção da usina hidrelétrica de Balbina nos anos 1980, costuma ser atacado pelos defensores do progresso a todo custo, às vezes com tintas xenófobas".[4]

Referências

  1. The Environment Encyclopedia and Directory 2001. [S.l.]: Routledge. 2001. p. 484 
  2. a b c XXXVI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Philip Fearnside. Belém do Pará, 30/07-04/08/2017
  3. a b c d e f g Academia Brasileira de Ciências. Philip Martin Fearnside.
  4. a b "O amigo da floresta". Revista Pesquisa Fapesp, jan/2003
  5. Global 500 Environmental Forum. Philip Martin Fearnside, 2014
  6. "Ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Philip Fearnside, ministrará palestra na Ufopa em outubro". Comunicação Ufopa, 28/8/2015
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