Philodryas patagoniensis
Philodryas patagoniensis, popularmente chamada de cobra-parelheira ou papa-pinto, é uma serpente da família dos colubrídeos.[3] É uma serpente de dentição opistóglifa, com peçonha sem interesse médico. Possui coloração marrom-acinzentado, com um ventre mais claro; atinge quase um metro e meio de comprimento.[2]
Philodryas patagoniensis | |||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estado de conservação | |||||||||||||||||
Pouco preocupante [1] | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
| |||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||
Philodryas patagoniensis Girard, 1858[2] |
Ocorrência
editarA espécie é endêmica da América do Sul, pode ser encontrada na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Encontrada principalmente em locais de floresta seca a úmida.[4]
Características
editarPossui coloração marrom-acinzentado, com um ventre mais claro; atinge quase um metro e meio de comprimento, alimenta-se de pequenos vertebrados como lagartos, rãs, aves e até mesmo de outras serpentes.[5]
Possui de 0,5 a aproximadamente 1 m de comprimento, pesando entre 100 e 250 g.[5]
O tamanho do corpo é evidente, referindo-se as fêmeas significativamente maiores e mais pesadas, os machos possuem caudas maiores do que as fêmeas. Os machos chegam a maturidade sexual em tamanhos menores do que as fêmeas.[5]
Comportamento
editarA P. patagoniensis é capaz de camuflar-se bem no campo com palha, folhas e ramos caídos, é considerada uma serpente ágil e agressiva, Com relação ao tipo de dentição, é classificada como uma serpente opistóglifa. Sua mordida pode ocasionar edemas locais. De acordo com a utilização do substrato e aparenta apresentar hábito sub-arborícola ou terrícola.
A P. patagoniensis é uma serpente que possui hábitos diurnos, predominantemente terrestre, ocupando ambientes abertos como como campos e savanas.[6]
Veneno
editarA Organização Mundial da Saúde incluiu recentemente o ofidismo (acidentes provocados por serpentes venenosas) como uma doença tropical negligenciada.[7]
A P.patagonienis é uma serpentes colubrídeas da série opistóglifa, restritas à América do Sul. Vários acidentes ocasionados por estas serpentes têm sido relatados, caracterizando-se por ação local importante: dor, edema e hemorragia, muitas vezes os pacientes são tratados com soro antibotrópico. No entanto, poucos estudos tratam da caracterização destes venenos, assim tivemos como objetivo de trabalho o estudo dos venenos.[8]
Ciclo reprodutivo
editarA serpente apresenta uma grande diversidade de padrões reprodutivos influenciados por fatores intrínsecos e condições ambientais. Os ciclos de reprodução apresentam uma maior plasticidade em áreas tropicais, por causa da complexidade climática.[9]
O pico espermatogênico coincide com a época do acasalamento, entretanto, é perceptível que o esperma mantenha-se no ducto deferente ao longo de todo o ano. As fêmeas permanecem reprodutivamente ativas durante um período estendido apresentando folículos vitelogênicos em todas as estações do ano, o pico de vitelogênese ocorre no período o inverno-primavera. As fêmeas detêm a capacidade para gerar múltiplas desovas na mesma estação reprodutiva com o esperma armazenado a longo prazo.[9]
Sua fecundidade está relacionada com o tamanho do corpo materno, com fêmeas maiores produzindo folículos e ovos em maior quantidade e tamanho. O número de ovos gerados por cada fêmea varia entre cinco e 22. A atividade sazonal da P. patagoniensis é influenciada pelo ciclo reprodutivo, uma vez a época de acasalamento nos adultos (primavera) e recrutamento nos juvenis (verão) corresponde com o pico de atividade. As mudanças sazonais na temperatura são um dos principais fatores que influencia a atividade reprodutiva das serpentes em clima subtropical. De forma geral, os resultados mostram que a serpente tem um padrão sazonal da reprodução no sul do Brasil.[9]
Referências
- ↑ Arzamendia, V.; Giraudo, A.; Scott, N.; Scrocchi, G (2019). «The IUCN Red List of Threatened Species 2019». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2019: e.T15182036A15182048. Consultado em 6 de dezembro de 2020
- ↑ a b Marisa M. T. da Rocha; Maria de F. D. Furtado (2007). «Análise das atividades biológicas dos venenos de Philodryas olfersii (Lichtenstein) e P. patagoniensis (Girard) (Serpentes, Colubridae)». Revista Brasileira de Zoologia - Scielo. doi:10.1590/S0101-81752007000200019
- ↑ «Papa-pinto (Philodryas patagoniensis)». Fauna digital do Rio Grande do Sul. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 21 de outubro de 2020
- ↑ «WCH Clinical Toxinology Resources». www.toxinology.com. Consultado em 29 de janeiro de 2021
- ↑ a b c «Papa-pinto (Philodryas patagoniensis)»
- ↑ «Papa-pinto (Philodryas patagoniensis)»
- ↑ Pinho, F. M. O.; Pereira, I. D. (março de 2001). «Ofidismo». Revista da Associação Médica Brasileira: 24–29. ISSN 0104-4230. doi:10.1590/S0104-42302001000100026. Consultado em 20 de julho de 2022
- ↑ Rocha, Marisa M. T. da; Furtado, Maria de F. D. (junho de 2007). «Análise das atividades biológicas dos venenos de Philodryas olfersii (Lichtenstein) e P. patagoniensis (Girard) (Serpentes, Colubridae)». Revista Brasileira de Zoologia: 410–418. ISSN 0101-8175. doi:10.1590/S0101-81752007000200019. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ a b c Loebens, Luiza (7 de dezembro de 2015). «Ciclo reprodutivo de Philodryas patagoniensis (Serpentes: Dipsadidae) no Sul do Brasil». Consultado em 14 de julho de 2022