Phyllomedusa bicolor
A Phyllomedusa bicolor, designada rã-kambo, rã-kambô, rã-cambô ou sapo-verde, é uma perereca da família Phyllomedusidae e que é encontrada na Amazônia, no oeste e norte do Brasil, estendendo-se desde o norte da Bolívia, sudeste da Colômbia, leste do Peru, sul e leste da Venezuela e nas Guianas. Ocasionalmente é encontrada na vegetação ribeirinha do Cerrado.
Kambo | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Phyllomedusa bicolor | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Parte norte sulamericana
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A rã-kambo possui hábitos noturnos de caça de pequenos insetos, o que explica seu deslocamento arborícola. Já foi encontrada emitindo seu "canto" territorial ou de acasalamento, em árvores em floresta tropical úmida em alturas de mais de 2 metros acima da água próximas a uma lagoa da floresta (Duellman 1997). Gorzula e Señaris (1999) relataram o achado de ninho de folhas dessa espécie encontradas cerca de 2 m acima dos corpos hídricos da floresta. Os girinos desenvolvem-se em massas de água temporárias. Eles também são encontrados em matas de galeria no cerrado.[1]
A criação e comercialização de anuros no Brasil é regulamentada pelo IBAMA. Essas espécies muitas vezes são alvo da biopirataria pois produzem secreções de substâncias que despertam interesses para o desenvolvimento de medicamentos, face à sua utilização medicinal entre índios da Amazônia, seringueiros, e mais recentemente por "curandeiros" nos centros urbanos.
Secreções da pele da barriga da rã são utilizadas por algumas tribos indígenas da Amazônia, como os índios katukinas, para acabar com a má sorte na pesca e na caça e também para acabar a "panema", o estado de espírito negativo que causa doenças, segundo as crenças de alguns povos indígenas.[2][3] O veneno produzido pela rã-kambo inclui dermorfina e deltorfina[4] que atuam nos receptores neuronais sensíveis aos opiáceos, podendo levar a uma alteração no nível de consciência.[5] Os sintomas apresentados no envenenamento pelas substâncias da rã Kambo incluem forte diarreia, vômito e taquicardia.
Alguns componentes isolados da secreção da rã Kambo foram patenteados no passado.[3] Os estudos são controversos, segundo alguns autores estudos iniciados na década de 80 mostraram que nenhum dos pacientes teve sucesso com o tratamento experimental dessas substâncias e seu uso foi não recomendado pela medicina, contudo a deltorfina mostrou alguma eficácia e é comercializada como medicamento. Há relatos também, de que dermaseptinas possuem propriedades antibacterianas contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas na faixa de 3-25 μm, bem como atividade anti-protozoário, que foi investigada através de T. cruzi e cultivadas, tanto em meios de cultura de células como no sangue.[6]
No Brasil a "vacina do sapo" in-natura é considerada como desprovida de comprovação científica e tanto o uso como a sua publicidade comercial estão proibidos desde 2004 pela Agência Nacional de vigilância sanitária.
Ver também
editarReferências
- ↑ Phyllomedusa bicolor
- ↑ «Homem morre no interior de SP após usar 'vacina do sapo'». Estadão. 25 de abril de 2008. Consultado em 25 de abril de 2008
- ↑ a b Tatiana Diniz (3 de novembro de 2005). «Apesar de proibida, pacientes recorrem à vacina do sapo». Folha Online. Consultado em 26 de abril de 2008
- ↑ «O Caso da Rã Phyllomedusa Bicolor - Vacina do Sapo». Limites Éticos. 22 de agosto de 2007. Consultado em 26 de abril de 2008
- ↑ «Phyllomedusa bicolor». 1 de maio de 2007. Consultado em 25 de abril de 2008
- ↑ Brand GD, Leite JR, Silva LP; et al. (2002). «Dermaseptins from Phyllomedusa oreades and Phyllomedusa distincta. Anti-Trypanosoma cruzi activity without cytotoxicity to mammalian cells» 🔗. J. Biol. Chem. 277 (51): 49332–40. PMID 12379643. doi:10.1074/jbc.M209289200
Ligações externas
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