Colunas de Hércules
Colunas de Hércules são os promontórios que existem no estreito de Gibraltar, um na África (conforme as versões, o monte Hacho ou o monte Muça) e outro na Europa (o rochedo de Gibraltar).
Mitologia grega
editarO nome provém da mitologia grega, em que se conta que Hércules, para realizar o décimo dos seus doze trabalhos, teria necessidade de transpor um estreito marítimo. Dispondo de pouco tempo, resolveu abrir o caminho com seus ombros ligando assim o mar Mediterrâneo ao oceano Atlântico. De um lado, ficou um grande rochedo, mais tarde chamado Gibraltar (monte Calpe) e do outro lado o monte Hacho ou o monte Muça (Abília ou Ábila), o primeiro situado em Ceuta e o segundo a alguns quilómetros para oeste, em Marrocos. Os dois montes depois de separados passaram a ser denominados "Colunas de Hércules", ou "Pilares de Hércules".
Este marco foi ultrapassado pelos fenícios e por suas rotas marítimas, quando buscavam matéria-prima para a manufatura de tecidos, vidros e outros produtos para comerciar no Mediterrâneo em geral e no Egito em particular.
Torres de Hércules em Cádis
editarExistiram duas Torres de Hércules em Cádis, que desapareceram — uma delas após o Sismo de 1755, outra antes. Antes do abalo que atingiu diferentes partes da Europa, apareciam mencionadas em livros e até ilustradas em mapas (por exemplo, num mapa de 1660 de N. J. Visscher).[1] Essa área de Cádis, que pode ser identificada num mapa de 1715 de D. Juan Alvarez de Colmenar, é agora conhecida como "Torregorda".
Gaspar Barreiros criticando a antiga abundância de monumentos atribuídos a Hércules diz:
E destas vaidades não há lugar nobre em Espanha, que não tenha suas relíquias, ou em torres, ou em pontes, ou em quaisquer outros edifícios, como ora nestes de Merida, que a gente ignorante usurpa como por mostra & argumento de sua nobreza e antiguidade. Digo tudo isto porque nos mais dos lugares nobres de Hespanha me aconteceu achar sempre sempre qualquer coisa desta qualidade que o povo afirma com muita contumancia ser de Hércules, tão grande fortuna foi deste homem, que com uns poucos trabalhos & os mais deles fabulosos, roubou a fama de tantos alheios.[2]
Nota: neste comentário referia-se ao Arco de Trajano em Mérida, que antes era conhecido como "Arco de Hércules".
Este lendário Hércules, também designado Hércules Líbico, esteve associado à historiografia ibérica especialmente nos séculos XVI, XVII e XVIII.
Referências
- ↑ Estrada, Juan Antonio de (1768) [1746]. Poblacion general de España. "Aqui edificaron un suntuoso Templo a Hercules" (...) pag.364: "Aqui estan los astilleros para la fabrica, y carenas de las armadas navales de España, con la carraca, el trocadero, y los caños, muchas caserias y la Torre de Hercules". [S.l.: s.n.] p. 363 (Isla de Leon - Cadiz)
- ↑ Barreiros, Gaspar (1574). Chorographia de alguns lugares que stam em hum caminho que fez Gaspar Barreiros no anno de MDXXXXVJ começando na cidade de Badajoz em Castella até à de Milam em Italia. [S.l.: s.n.]