Pneumotórax espontâneo primário
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Dezembro de 2017) |
O pneumotórax espontâneo primário tem como principal causa a rotura de pequena vesícula enfisematosa subpleural denominada bleb, ou a rotura de bolha enfisematosa subpleural denominada bullae.
A denominação bleb foi introduzida na literatura por W S Miller em 1947, distinguindo-a anatomicamente da bullae.
As vesículas enfisematosas subpleurais (blebs) têm origem na rotura alveolar, após a qual o ar segue distalmente no interstício do septo lobular secundário até a limitante interna da pleura visceral, descolando-a e formando uma vesícula enfisematosa subpleural ou bleb. Geralmente é de pequeno tamanho o deslocamento provocado pelo enfisema intersticial subpleural, podendo atingir até 2 cm de diâmetro.
As bolhas enfisematosas subpleurais (bullae) foram classificadas por L Reid em:
- Tipo I, pequena quantidade de tecido pulmonar hiperinsuflado com base estreita (pediculada) sem parênquima pulmonar no interior;
- Tipo II, hiperinsuflação relativamente menor com base larga (séssil), usualmente com pulmão evanescente no interior;
- Tipo III, hiperinsuflação de uma grande porção do pulmão estendendo-se até o hilo pulmonar, sem borda definida e com parênquima evanescente em toda bolha.
Existem evidências da etiologia congênita, entretanto, a patogênese das bolhas permanece discutível.
Alterações histológicas
editarA ausência das células mesoteliais pleurais foi demonstrada na histologia através da microscopia eletrônica de varredura. Ocorre principalmente na fina superfície externa das bolhas do tipo I e em algumas áreas na superfície nas bolhas do tipo II. Atribui-se que a distensão da bolha ocorra devido à menor tensão superficial de sua parede (lei de Laplace).
Estudos radiográficos
editarAs vesículas ou bolhas enfisematosas subpleurais têm localização preferencial nos contornos apicais dos lobos pulmonares e sua constatação em radiografias simples de tórax é de aproximadamente 15%.
A tomografia computadorizada de tórax de cortes finos de 1 a 1,5 mm apresenta maior sensibilidade diagnóstica, e quando é realizada em pacientes com pneumotórax espontâneo primário as lesões enfisematosas apicais subpleurais estão presentes em cerca de 80% dos casos estudados.
Classificação quanto ao aspecto cirúrgico
editarAs lesões enfisematosas subpleurais são encontradas em aproximadamente 85% dos casos de pneumotórax espontâneo primário submetidos ao tratamento cirúrgico.
Ainda não existe consenso na literatura quanto à classificação anatômica das lesões enfisematosas.
Entre os achados mais freqüentes descritos durante a exploração cirúrgica, têm-se:
- O pulmão com aparência normal.
- O pulmão com complexo cicatricial apical, no qual o pneumotórax pode ter origem em pequena fístula alveolar ou bronquiolar, circundada por tecido fibrótico, com aproximadamente 1 mm de diâmetro.
- O ápice ou borda do pulmão com pequena vesícula enfisematosa subpleural (bleb) única ou múltipla menor que 2 cm de diâmetro.
- Bolha enfisematosa subpleural única ou múltipla (aglomerados em forma de cacho), e maior que 2 cm de diâmetro, localizada em um único segmento pulmonar.
- Bolha enfisematosa subpleural de múltipla localização no mesmo lobo ou em lobos diversos ou bilateral.
- Enfisema lobar.
- Bolha gigante.
- Aderências pleuropulmonares membranosas multiformes e ou multisseptadas na região das bolhas enfisematosas subpleurais ocorrem, geralmente, no pneumotórax recidivante.
- O pneumotórax crônico membranoso multiloculado pode comprometer grande parte da cavidade pleural, ocorrendo também no pneumotórax recidivante.
- O hidropneumotórax pode estar relacionado à produção do líquido pleural durante o período de cura espontânea.
- O hemopneumotórax espontâneo está relacionado à ruptura de aderências vascularizadas cordoniformes pleuropulmonares durante o colapso pulmonar.
Tratamento
editar- Clínico
O tratamento clínico é realizado com repouso relativo do paciente
- Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico geralmente é realizado pelo cirurgião especialista em cirurgia torácica