Poema Sujo é o título de um poema – e também da obra em que foi publicado – do escritor brasileiro Ferreira Gullar. Foi escrito no período do exílio do autor na Argentina, entre maio e outubro de 1975.[1]

Poema Sujo
Poema Sujo
Capa da edição de 2013
Autor(es) Ferreira Gullar
Idioma Português
Assunto Saudade
Gênero Poesia
Localização espacial São Luís
Editora Editora Record/José Olympio
Lançamento 1976
2013 (Editora Record)
2016 (Companhia das Letras)
Páginas 112 (Editora Record, 2013)
ISBN 8503011581 (Editora Record)
Cronologia
Dentro da Noite Veloz
(1975)
Antologia Poética
(1976)

Histórico

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Quando divulga, em 1975, o “Poema Sujo”, que marcaria seu apogeu, Gullar encontrava-se limitado à Argentina; seu passaporte cancelado em todas as páginas, pois havia sido limitado pelo Brasil por lutar contra a ditadura militar, inclusive seu livro trata-se disso, lutas,miséria, pobreza... Pensando ser iminente sua morte, escreve convulsivamente, remetendo ao passado e dissecando sua condição e a situação em que se encontravam Brasil e América Latina.

A obra, escrita durante o exílio imposto a grande parte da intelectualidade brasileira, foi inicialmente lida pelo autor na casa de Augusto Boal em Buenos Aires, no ano de 1975, a pedido do poeta Vinicius de Moraes - que gravou o recital e, a partir daí, promoveu uma série de recitais onde os versos eram ouvidos por plateias diversas.

Essa divulgação antecedeu sua efetiva publicação em livro, que ocorreu em 1976, ainda durante o exílio do autor, pelo editor Ênio Silveira.

Em 2011, a obra inspirou a vídeo instalação "Há muitas noites na noite", dirigida por Silvio Tendler. Em 2015, o poema inspirou uma série documental, também denominada: "Há muitas noites na noite", com sete episódios com 26 minutos cada, exibida na TV Brasil entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, também dirigida por Silvio Tendler.[2][3][4][5]

No mês de agosto de 2016 o livro é reeditado pela editora Companhia das Letras com textos de apresentação do próprio Gullar e do poeta Antonio Cícero.[6]

Estilo

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É um texto de composição complexa, ao mesmo tempo tempo lírico e narrativo.[7] Em entrevista de março de 1977 concedida a Clarice Lispector para a revista Fatos & Fotos, Ferreira rejeitou, a princípio, que o livro fosse "o ponto culminante do concretismo" (como avaliou o cineasta e escritor Glauber Rocha) dizendo: "Eu mesmo nunca fiz concretismo, já que meus poemas, naquela época, destoavam da concepção ortodoxa dos paulistas que lançaram o movimento. As coisas que escrevia, então, davam continuidade à minha própria experiência, onde já havia a utilização dos elementos visuais. O Poema sujo incorpora toda a minha experiência formal e, no aspecto gráfico, se liga ao neoconcretismo. Conversando posteriormente com Glauber, soube que ele nessa frase, usando a expressão concretismo, incluía a poesia neoconcreta".[8]

Referências

  1. Obra de Ferreira Gullar é reeditada em projeto especial da José Olympio, 23/08/2013
  2. "Há muitas noites na noite", Videoinstalação sobre "Poema Sujo”, de Ferreira Gullar Arquivado em 15 de agosto de 2016, no Wayback Machine., acesso em 24 de julho de 2016.
  3. Silvio Tendler estreia na TV Brasil “Há muitas Noites na Noite”, acesso em 24 de julho de 2016.
  4. Silvio Tendler dirige série sobre 'Poema Sujo', de Ferreira Gullar, acesso em 24 de julho de 2016.
  5. TV Brasil estreia série documental sobre a trajetória do poeta Ferreira Gullar no exílio neste sábado (5/12), acesso em 24 de julho de 2016.
  6. Bortoloti, Marcelo (8 de agosto de 2016). «A força da poesia». Revista Época. São Paulo: Editora Globo. pp. 74–75 
  7. Abrahão Costa Andrade. Angústia da concisão: ensaios de filosofia e crítica literária. Escrituras; 2003. ISBN 978-85-7531-068-7. p. 56.
  8. Lispector, Clarice (2007). «Ferreira Gullar». Entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco. p. 54. ISBN 9788532520883 

Ligações externas

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