Ícone pop
Um ícone pop é uma celebridade, personagem ou objeto cuja exposição na cultura popular é considerada uma característica definidora de uma determinada sociedade ou época. O uso do termo é amplamente subjetivo, pois não há critérios definitivamente objetivos. A categorização geralmente está associada a elementos como longevidade, ubiquidade e distinção. Além disso, o status de "ícone pop" é diferente de outros tipos de notoriedade fora da cultura pop, como figuras históricas. Algumas figuras históricas são reconhecidas por terem alcançado o status de "ícone pop" durante sua época, e esse status pode continuar até o presente. Ícones pop de épocas anteriores incluem Benjamin Franklin[1] e Mozart.[2]
Atributos e origens
editarOs historiadores Asa Briggs e Peter Burke explicaram que o termo “iconografia” passaria para a alta cultura e, mais tarde, no século XX, para a cultura popular, onde “ícone” se refere a uma celebridade secular como Madonna.[3] Ela provavelmente teve um papel catalisador, como Marcel Danesi, professor de semiótica e antropologia linguística na Universidade de Toronto, citou em Language, Society, and New Media: Sociolinguistics que a palavra "ícone" é um "termo de origem religiosa" e sem dúvida "usado pela primeira vez na cultura das celebridades para descrever a cantora pop americana Madonna".[4] Danesi também afirma que a palavra "é agora usada em referência a qualquer celebridade amplamente conhecida, homem ou mulher".[4] Algumas obras de referência internacional, como o Oxford Advanced Learner's Dictionary e o Diccionario panhispánico de dudas, incluíram o nome de Madonna para ilustrar o novo significado de "ícone".[5][6] Depois que o The Advocate a chamou de "maior ícone gay", Guy Babineau, da Xtra Magazine, declarou em 2008: "Tenho idade suficiente para me lembrar de quando as pessoas não eram chamadas de ícones".[7]
Longevidade
editarNormalmente, o status de ícone pop de uma celebridade depende da longevidade da notoriedade.[8][9] Isso contrasta com ícones de culto, cuja notoriedade ou reconhecimento pode estar limitado a uma subcultura específica. Alguns ícones pop deixaram uma marca duradoura e indelével na área de sua carreira e, em seguida, conquistaram um lugar duradouro de reconhecimento na sociedade em geral.[10]
Ubiquidade
editarUm elemento comum do status de ícone pop é a onipresença de imagens e alusões à figura icônica.[11] É comum que a figura seja reconhecida e até celebrada em áreas fora da fonte original de sua fama.[1][11] Um exemplo disso é Albert Einstein, um físico cuja imagem e legado foram representados em histórias em quadrinhos, camisetas, cartões comemorativos e muitos outros contextos.[11]
Distinção
editarMuitas vezes, o status de ícone pop implica uma associação distinta com um ideal ou arquétipo social. Não é incomum que figuras icônicas tenham um apelido usado para enfatizar essa associação. Às vezes, o próprio nome desses indivíduos é usado como sinônimo de palavras ou ideias comuns.
Alguns personagens fictícios, como Mickey Mouse,[12] Pernalonga, Os Simpsons,[12] Harry Potter,[13] Goku,[14] Sailor Moon,[15] Alice,[16] e Willy Wonka[17] são considerados ícones pop. Até mesmo objetos inanimados foram reconhecidos como ícones pop.[18][19][20]
Algumas figuras atingem o status de “ícone pop” transitório ou específico ao contexto para eventos particulares que cativam a atenção pública, como no caso do julgamento de O. J. Simpson.[21]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b Chaplin, Joyce (2006). The First Scientific American: Benjamin Franklin and the Pursuit of Genius. [S.l.]: Basic Books. ISBN 0-465-00955-7
- ↑ Nettl, Bruno (1995). Heartland Excursions: Ethnomusicological Reflections on Schools of Music. [S.l.]: University of Illinois Press. ISBN 0-252-06468-2
- ↑ Brand, Benjamin; Rothenberg, David J. (2016). Music and Culture in the Middle Ages and Beyond: Liturgy, Sources, Symbolism. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-1-10-715837-5. Consultado em 31 de março de 2021 – via Google Books
- ↑ a b Danesi, Marcel (2020). «4.1.3 Vocabulary». Language, Society, and New Media: Sociolinguistics Today. [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-00-004876-6 – via Google Books
- ↑ «icon». Oxford Advanced Learner's Dictionary. Oxford University Press. Consultado em 31 de março de 2021. Arquivado do original em 4 de junho de 2020
- ↑ «icono o ícono». Diccionario panhispánico de dudas (em espanhol). Real Academia Espanhola. 2005. Consultado em 31 de março de 2021. Arquivado do original em 4 de junho de 2020
- ↑ Babineau, Guy (22 de outubro de 2008). «Why we love Madonna». Xtra Magazine. Consultado em 29 de outubro de 2022
- ↑ Dearborn, Mary V. (9 de dezembro de 1999). Mailer: A Biography. [S.l.]: Houghton Mifflin Books. ISBN 978-0-395-73655-5
- ↑ Gottesman, Ronald; Brown, Richard Maxwell, eds. (1999). Violence in America: An Encyclopedia. [S.l.]: Simon and Schuster. ISBN 0-684-80487-5
- ↑ Ratcliff, Ben (6 de novembro de 2002). The New York Times Essential Library: Jazz: A Critic's Guide to the 100 Most Important Recordings. [S.l.]: Times Books. ISBN 978-0-8050-7068-2
- ↑ a b c Kaku, Michio (abril de 2004). Einstein's Cosmos: How Albert Einstein's Vision Transformed Our Understanding of Space and Time. [S.l.]: W. W. Norton & Company. ISBN 978-0-393-05165-0
- ↑ a b McNary, Dave (2011). «Icons of the century». Variety100.com. Variety. Consultado em 8 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 15 de agosto de 2011
- ↑ Schmidt, Robert (24 de fevereiro de 2004). «The 200 Greatest Pop Culture Icons». Blue Corn Comics. Consultado em 8 de fevereiro de 2010
- ↑ «10 Most Iconic Anime Heroes». Mania. 17 de outubro de 2013. Consultado em 25 de maio de 2024. Cópia arquivada em 17 de outubro de 2013
- ↑ «Why Sailor Moon is a Pop Culture Icon». Japan Nakama. Consultado em 25 de maio de 2024
- ↑ Brooker, Will (2004). Alice's Adventures: Lewis Carroll in Popular Culture. New York: Continuum. ISBN 0-8264-1433-8. (pede registo (ajuda))
- ↑ «David Bowie Art Turns Singer Into Batman & Other Pop Culture Icons». Screen Rant. Consultado em 28 de novembro de 2022
- ↑ Vail, Mark (1 de abril de 2002). The Hammond Organ: Beauty in the B 2nd ed. [S.l.]: Backbeat Books. ISBN 978-0-87930-705-9
- ↑ Sheff, David (27 de abril de 1993). Game Over: How Nintendo Zapped an American Industry, Captured Your Dollars, and Enslaved Your Children. [S.l.]: Random House. ISBN 978-0-679-40469-9
- ↑ «The Liberty Bell: From Obscurity to Icon». Teaching with Historic Places. National Park Service. 16 de outubro de 2006
- ↑ Boot, Max (1998). Out of Order: Arrogance, Corruption and Incompetence on the Bench. [S.l.]: Basic Books. ISBN 978-0-465-05375-9
Leitura adicional
editar- Danesi, Marcel (2007). Popular Culture: Introductory Perspectives. [S.l.]: Rowman & Littlefield. pp. 112–115. ISBN 978-0-7425-5547-1
- Cullen, Jim, ed (2001). Popular Culture in American History. UK: Blackwell Publishing. ISBN 0-631-21958-7ISBN 0-631-21958-7