Portugal Hammerskins
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Os Portugal Hammerskins (PHS) é o grupo neonazi mais violento existente em Portugal, e está associado a múltiplos ataques, baseados em ódio racial, discriminação sexual e ideológica. Fundado em 2002, como parte da Hammerskin Nation, uma rede neonazi internacional, o "chapter" português foi alvo de duas grandes operações levadas a cabo pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária.[1]
A subcultura bonehead (skinheads de extrema-direita) viu a sua entrada em Portugal ocorrer nos anos 80, sendo associada ao Movimento de Ação Nacional (MAN), até ao mesmo se ter autodissolvido, em 1992. Após a dissolução, um grupo de militantes contrários à dissolução, fundou a efémera Frente de Defesa Nacional, cujos membros estiveram ligados ao assassinato de Alcindo Monteiro, no Bairro Alto, em 1995.
História
editarA Hammerskin Nation teve início nos Estados Unidos, em 1988, crescendo até se tornar a rede neonazi mais organizada nesse país. Originários de Dallas, o grupo rapidamente se espalhou para o resto do país, agregando nas suas fileiras cada vez mais boneheads. Como forma de autofinanciamento e de propaganda ideológica, a Hammerskin Nation adotou a realização de festivais e concertos de música, de extrema-direita, por todos os Estados Unidos.[carece de fontes]
Com o crescente sucesso e o aumento de popularidade que teve dentro da subcultura bonehead americana, nos anos 90, outros países, especialmente na Europa, decidiram juntar-se à Hammerskin Nation, criando assim os respetivos "chapters" nacionais. Portugal continuou, ainda assim, relativamente afastado da internacionalização da Hammerskin Nation.
Em 1995, devido a contactos estabelecidos dentro das prisões de Lisboa e de Caxias, Mário Machado viria a formar a Irmandade Ariana. Com o tempo, muitos dos prisioneiros das prisões de Caxias e de Lisboa que pertenciam à Irmandade Ariana foram sendo libertados, tendo por isso cada vez mais presença e notoriedade dentro da subcultura bonehead portuguesa. Por essa mesma razão, a Irmandade Ariana viu nascer uma rivalidade com a Ordem Lusa, outra organização neonazi portuguesa, rivalidade que perdura até hoje, visto que a Ordem Lusa se viria a aproximar da organização internacional neonazi originária do Reino Unido, os Blood & Honour,[2] que eram e continuam a ser, os grandes rivais da Hammerskin Nation. Devido à aproximação, por parte da Ordem Lusa aos Blood & Honour, a mesma iria começar o processo de adesão em 1998, com a supervisão dos Blood & Honour espanhóis. Como consequência desta rivalidade entre grupos de extrema-direita, Mário Machado estreitou relações com a organização neonazi americana, tendo como objetivo a criação do "chapter" português da Hammerskin Nation. Em 2002 foi por isso formalizado o pedido de adesão à organização. Ainda assim, a adesão só foi oficializada a 29 de Janeiro de 2005, devido ao longo processo de adesão que tinha de cumprir vários requisitos, entre os quais a "prestação de provas", provas essas que incluíam a prática de violentos crimes de ódio.[3][4]
Sendo parte de uma organização internacional, o "chapter" português possui alguma autonomia, ainda assim tem de seguir diretrizes impostas e definidas por parte da organização mãe. O não cumprimento das mesmas pode levar à expulsão do "chapter" da rede internacional Hammerskin Nation, podendo o processo acarretar represálias físicas aos membros indisciplinados.[5]
Recrutamento
editarDesde a sua criação, os Portugal Hammerskins desenvolveram formas de recrutamento. As mais notáveis foram a criação de bandas de hatecore racial, como os Ódio e os BiBo,[6] e o Grupo 1143, liderado por Mário Machado, que foi uma fação dentro da Juventude Leonina, claque do Sporting CP, e de que fazia parte também José Amorim, vocalista da banda Ódio. O grupo tinha como objetivo espalhar a violência e a ideologia nazi pelas bancadas de futebol, atraindo sobretudo jovens.[7]
Referências
- ↑ «PORTUGAL HAMMERSKINS». Setenta e Quatro. Consultado em 1 de março de 2024
- ↑ «BLOOD & HONOUR PORTUGAL». Setenta e Quatro. Consultado em 1 de março de 2024
- ↑ «Julgamento dos hammerskins: três arguidos furaram o silêncio e querem falar». Jornal Expresso. Consultado em 1 de março de 2024
- ↑ «Hammerskins: 22 arguidos condenados a penas entre seis meses e nove anos de prisão». Diário de Notícias. Consultado em 1 de março de 2024
- ↑ «Skinheads em Portugal. A organização, as músicas, os códigos e o amor a Hitler». Diário de Notícias. Consultado em 1 de março de 2024
- ↑ «Baterista de banda skinhead: "Nunca ouvi as letras, só me interessava o ritmo da música"». Diário de Notícias. Consultado em 1 de março de 2024
- ↑ https://www.esquerda.net/dossier/o-que-sao-os-hammerskins/17378. esquerda.net. Consultado em 7 de Dezembro de 2023