Potencial evocado auditivo miogênico vestibular
Este artigo ou parte de seu texto pode não ser de natureza enciclopédica. (Outubro de 2023) |
O potencial evocado miogênico vestibular (VEMP) é uma exame otoneurológico complementar que pode ser utilizado para avaliar e inferir informações sobre a via do reflexo vestíbuloespinal e do reflexo vestíbulo ocular.
O VEMP é captado por via muscular a partir de um estímulo acústico de alta intensidade sonora e se trata de um potencial de média latência. Esse potencial é gerado nas células sensoriais da mácula sacular, que por sua vez, encontra-se no sáculo disposto verticalmente na porção inferior do labirinto membranoso. Este potencial pode ser avaliado por via cervical (cVEMP) e por via ocular (oVEMP).[carece de fontes]
Quando realizado o potencial evocado miogênico vestibular cervical é avaliado o reflexo vestíbulocervical inibitório, para que o mesmo seja captado necessita de um adequado funcionamento das seguintes estruturas da via vestibular: mácula sacular, nervo vestibular inferior, núcleos vestibulares, vias vestibuloespinais e do músculo efetor.[1][2] O cVEMP pode ser captado com a contração do músculo esternocleidomastoideo, porém este mesmo potencial é possível ser captado em outras regiões musculares, como do tríceps[3] e/ou do gastrocnêmio[4]. Por sua vez, o potencial evocado miogênico vestibular ocular avalia o reflexo vestíbulo-ocular, a via vestibular superior e a via contralateral ascendente[5].
Histórico
editarNa literatura, o VEMP foi descrito por Colebatch & Halmagyi[6] em 1992 a partir de uma indução feita a partir de um estímulo acústico tipo clique no músculo esternocleidomastoideo (ECM). O cVEMP mede uma inibição da atividade muscular transitória da musculatura avaliada ipsilateralmente, enquanto, o oVEMP mede a inibição transitória da musculatura contralateral ascendente[7].
Aplicabilidade Clínica
editarO VEMP pode ser utilizado para avaliar doença de Meniére, neurite vestibular, Schwannoma vestibular, síndrome da deiscência do canal semicircular superior, migrânea vestibular, doença de Parkinson, lesões centrais isquêmicas, mielopatias motoras[8].
Referências
- ↑ Silva, S; et al. (2016). «Potencial evocado miogênico vestibular ocular e cervical simultâneo em indivíduos normais.». CODAS. CODAS. 1 (28): 34-40
- ↑ Oliveira, A; et al. (2011). «Vestibular evoked myogenic potentials low frequency stimuli». Braz J Otorhinolaryngol. 77 (6): 706-10
- ↑ Cherchi, M; et al. (2009). «Sound evoked tríceps myogenic potentials». Otology Neurotology. 30 (16): 545-50.
- ↑ Rudsill E, Hain T (2008). «Lower extremity myogenic potentials evoked by acoustic stimuli in healthy adults». Otology Neurotology (29): 688-92.
- ↑ Menezes, PL; et al. (2018). Tratado de Eletrofisiologia para a Audiologia. Ribeirão Preto, SP: Booktoy Editora. p. 279. 1 páginas. ISBN 978-85-65027-95-3
- ↑ Colebatch JG, Halmagyi GM (1992). «Vestibular evoked potentials in human neck muscles before and after unilateral vestibular deaffentation». Neurol. (42): 1635-6
- ↑ Papathanasiou, ES; et al. (2014). «International guidelines for the clinical application of cervical vestibular evoked myogenic potentials: na expert consensus report». Clin Neurophysiol. 125 (4): 658-66
- ↑ Menezes, PL; et al. (2022). Manual de Eletrofisiologia e Eletroacústica um guia para clínicos. Ribeirão Preto, SP: Booktoy Editora. p. 305. 1 páginas. ISBN 978-65-86131-20-8