Primeiro processo de vacância presidencial contra Pedro Pablo Kuczynski
O primeiro processo de vacância presidencial contra Pedro Pablo Kuczynski, presidente do Peru de 2016 até 2018, foi iniciado pelo Congresso da República do Peru em 15 de dezembro de 2017 e encerrado em 21 de dezembro do mesmo ano. De acordo com Luis Galarreta, presidente do Congresso, "o processo para remover o presidente pode ser realizado em uma semana".[2] A maioria do Parlamento peruano votou pela destituição do presidente, mas não alcançou os dois terços necessários, rejeitando portanto a vacância.[3]
Primeiro processo de vacância presidencial contra Pedro Pablo Kuczynski | |
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O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, ao lado de seus vice-presidentes, Martín Vizcarra e Mercedes Aráoz, discursa sobre seu processo. | |
Acusado | Pedro Pablo Kuczynski |
Proponentes | Frente Amplio, Fuerza Popular, Aliança Popular Revolucionária Americana |
Período | 15 de dezembro de 2017 a 21 de dezembro de 2017 |
Situação | Barrado em 21 de dezembro de 2017 |
Acusações | Corrupção passiva[1] |
Votações | |
Votação no Congresso da República | |
Placar | 78 votos favoráveis 19 votos contrários 21 abstenções |
Resultado | Reprovado |
Histórico
editarPedro Pablo Kuczkynski foi acusado em delações da empreiteira Odebrecht (atual Novonor) de receber propina enquanto era ministro da Economia do então presidente Alejandro Toledo.[4] Em pronunciamento em rede nacional ao lado de seus ministros, Kuczkynski afirmou que não renunciaria ao cargo e que retirassem seu sigilo bancário.[5] O discurso não convenceu a maioria oposicionista do Congresso peruano, que pressionava o chefe de Estado a deixar o cargo.[6]
Resultado
editarCongresso do Peru
editarVotos necessários para a admissibilidade do processo: 87 | ||||
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Votação para remover o Presidente Pedro Pablo Kuczynski do cargo no Congresso da República. | ||
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Resultado | Reprovado | |
Maioria requerida | 87 de 130 (dois terços dos assentos) | |
Sim | 79 / 130 | |
Não | 19 / 130 | |
Abstenções | 21 / 130 |
Consequências
editarEm março de 2018, três meses depois da primeira votação, o Congresso do Peru abre um novo processo de vacância presidencial contra o presidente.[7] Posteriormente, vídeos começaram a circular nas redes no qual Kuczynski negocia compra de votos contra sua destituição com um dos filhos do ex-ditador Alberto Fujimori, Kenji Fujimori.[8] No mesmo dia, o presidente apresentou seu pedido de renúncia ao Congresso peruano,[9] o qual aceitou dois dias depois, empossando, consequentemente, seu vice-presidente Martín Vizcarra.[10]
Ver também
editarReferências
editar- ↑ Collyns, Dan (20 de dezembro de 2017). «Peru moves to impeach scandal-hit president Pedro Pablo Kuczynski» (em inglês). The Guardian. Consultado em 20 de dezembro de 2017
- ↑ Aquino, Marco (15 de dezembro de 2017). «Oposição peruana pede impeachment do presidente Kuczynski por "incapacidade moral"». Reuters. Consultado em 20 de dezembro de 2017
- ↑ «Congresso peruano rejeita impeachment do presidente Pedro Pablo Kuczynski». G1. 22 de dezembro de 2017. Consultado em 22 de dezembro de 2017
- ↑ «Os laços com a Odebrecht que o presidente do Peru havia negado e que agora podem derrubá-lo». Terra. 20 de dezembro de 2017. Consultado em 20 de dezembro de 2017
- ↑ «Presidente do Peru diz que não renunciará e pede que levantem seu sigilo bancário pelo caso Odebrecht». G1. 15 de dezembro de 2017. Consultado em 20 de dezembro de 2017
- ↑ «Maioria oposicionista no Peru pede que presidente Kuczynski renuncie após ser acusado de receber dinheiro da Odebrecht». G1. 14 de dezembro de 2017. Consultado em 20 de dezembro de 2017
- ↑ «Congresso do Peru abre novo processo de impeachment contra presidente». O Globo. 15 de março de 2018
- ↑ Figueiredo, Janaína (21 de março de 2018). «Vídeo acusa compra de votos para salvar PPK de impeachment no Peru». O Globo. Consultado em 29 de abril de 2018
- ↑ «Presidente do Peru, PPK renuncia após escândalo envolvendo Odebrecht». Uol. 21 de março de 2018. Consultado em 29 de abril de 2018
- ↑ «Congresso peruano aceita renúncia de PPK; vice assume». Carta Capital. 23 de março de 2018. Consultado em 29 de abril de 2018