Psicometria
Psicometria (do grego psyké, alma e metron, medida, medição) é uma área da Psicologia que faz vínculo entre as ciências exatas, principalmente a matemática aplicada com foco específico na Estatística, dessa forma assumindo o modelo quantitativista em Psicologia.[1] Sendo uma das áreas mais antigas dentro desse campo do saber. Hutz[2] traz que há registros de aplicação de testagens há mais de 2.200 anos no Império Chinês durante a Dinastia Han, com o intuito de criar um sistema imperial de seleção. Sua definição consiste no conjunto de técnicas utilizadas para mensurar, de forma adequada e comprovada experimentalmente, um conjunto ou uma gama de comportamentos, ou construtos (também chamados de variáveis latentes) que não podem ser observados diretamente, com o intuito de obter informações sobre o funcionamento de um determinado sujeito. Exemplos desses construtos seriam inteligência, personalidade, atenção, satisfação com o trabalho e etc.
O Psicólogo psicometrista possui, em seu espectro atuacional, características para levar a cabo a definição desta área, bem como para manusear os testes psicológicos de acordo com alguns critérios básicos. Estes são: Validade, Fidedignidade e Padronização. Qualquer teste que se preste à validação e, posteriormente ao uso, deve ser fruto de pesquisas nessa área.
O início da medida em Psicologia
editarA evolução da pesquisa científica baseada no cálculo em Psicologia é pouco incerto em sentido estrito, porém sabe-se que (sir) Francis Galton (1822-1911) - Primo de Charles Darwin - foi o fundador do primeiro laboratório voltado às medições antropométricas, em Londres, no ano de 1884. "Ele entendia que a discriminação sensorial era a base do desempenho intelectual, e que medidas adequadas, neste sentido, seriam capazes de indicar diferenças entre os mais e os menos capazes"[3] . Entre as pesquisas que Galton fez, constam na lista: altura, peso, envergadura do palmo, capacidade respiratória, força, rapidez de reação, agudeza sensorial da vista e do ouvido, além de chegar a mensurar a quantidade de bocejos emitidos durante uma orquestra para relacionar ao tédio do público.
Hermann Ebbinghaus (1850-1909), no ano de 1885, começa os primeiros estudos experimentais sobre a memória. Ao final de seu experimento, Ebbinghaus tinha formulado coeficientes sobre como se dá a aquisição de memória a partir de um conjunto de letras ordenadas de forma não-lógica.
No Reino Unido, Galton conheceu James McKeen Cattell (1860-1944) e, juntos, formularam, pela primeira vez, provas que consistiam em medidas de discriminação sensorial, de tempo e de reacção. Estas provas, para Cattell, proporcionaria conhecer a inteligência de quem a fizesse.
Em sentido diferente e por diversas críticas que estes possuiam dos testes anteriores de inteligência, o francês "Alfred Binet (1857-1911) e seu parceiro Théodore Simon desenvolveram, a pedido da comissão francesa para a investigação dos interesses da educação, o primeiro teste de inteligência para diferenciar crianças retardadas e crianças normais em seus mais variados graus"[4]. Esta escala de classificação tem sua data de origem em 1905 e, desde então, sofreu diversas modificações na sua origem e no seu nome. Atualmente, apesar das variações (L-M, por exemplo), ele é conhecido como Teste Stanford-Binet de Inteligência.
Para alguns psicólogos, além do método psicométrico da correlação estatística utilizados inicialmente por Galton, o desenvolvimento da análise genética ocasionaram a consolidação de uma abordagem matemática da psicologia.
Ver também
editarReferências
- ↑ Pasquali, Luiz (2003). Psicometria: Teoria dos Testes na Psicologia e Educação. Rio de Janeiro: Editora Vozes. p. 23
- ↑ Hutz, Claudio Simon (2015). Psicometria. Porto Alegre: Artmed. p. 11
- ↑ Gomes, W. (2004) apud, Anastasi, 1988. Avaliação psicológica no Brasil: Testes de Medeiros e Albuquerque. Revista Avaliação Psicológica, 3(1), 59-68.
- ↑ Passarelli, B. (Ano Desconhecido). Teoria das Múltiplas Inteligências aliada à Multimídia na Educação: Novos Rumos Para o Conhecimento.
Bibliografia
editar- Erthal, T. (1987). Manual de Psicometria. Rio de Janeiro: Zahar