Pular sete ondas
Pular sete ondas é uma tradição popular no Brasil durante a véspera de ano-novo. Está diretamente ligada às religiões afro-brasileiras, particularmente à Umbanda, e constitui uma homenagem à orixá Iemanjá, conhecida como a Rainha do Mar.[1][2][3] A tradição, no entanto, não é exclusiva de devotos de Iemanjá, sendo praticada por pessoas de diversas religiões.[2] Segundo a crença popular, à meia-noite, deve-se entrar no mar e pular sete ondas, fazendo um pedido ou agradecimento para cada uma delas.[4] A tradição serve para atrair boa sorte e também deixar para trás o que não foi bom e desejar coisas boas para o ano que entrará.[5]
Descrição
editarO ato de pular as ondas é visto como uma forma de buscar bênçãos e proteção para o novo ano. O número sete tem um significado especial na religião, representando as Sete Linhas de Umbanda, que são entendidas como os sete sentidos da vida ou as sete qualidades de Deus refletidas nos orixás Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiê e Iemanjá.[5][6] Cada salto simboliza um agradecimento ou pedido a uma entidade para o ano que chega.[3] Além disso, o número sete, considerado cabalístico, também está associado a Exu, entidade ligada à prosperidade financeira e oportunidades.[3] Dar três pulos com o pé direito enquanto segura uma taça de champanhe, que é jogada por cima do ombro logo em seguida, também tem origem na religiosidade africana para garantir um ano melhor e a bebida está ligada à Pombajira.[6]
Origem
editarA figura de Iemanjá passou a ganhar maior popularidade no Brasil a partir das décadas de 1950 e 1960. Durante esse período, os rituais em sua homenagem começaram a ser realizados nas praias da Zona Sul do Rio de Janeiro, aumentando sua visibilidade em nível nacional.[2]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Ano Novo: como surgiram os rituais mais populares do Brasil?». BBC News Brasil. 29 de dezembro de 2023. Consultado em 12 de outubro de 2024
- ↑ a b c «Qual é a origem dos rituais de Ano Novo no Brasil?». G1. 31 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de outubro de 2024
- ↑ a b c «Descubra a origem e o significado das superstições de Ano-Novo». O Globo. 31 de dezembro de 2023. Consultado em 12 de outubro de 2024
- ↑ «Roupa branca, pular ondas e romã na carteira: veja superstições que "dão sorte" no Réveillon». G1. 31 de dezembro de 2023. Consultado em 12 de outubro de 2024
- ↑ a b «Pular 7 ondas no réveillon: saiba como nasceu o ritual de ano novo». IstoÉ Dinheiro. 31 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de outubro de 2024
- ↑ a b Santos, Patricia (28 de dezembro de 2023). «Vestir branco, pular 7 ondas: conheça tradições de ano novo com origem nas religões afro». AlmaPreta. Consultado em 12 de outubro de 2024
Ligações externas
editar- «Iemanjá: a matriarca espiritual das águas». Fundação Cultural Palmares. 2 de fevereiro de 2024
- «Dia de Iemanjá: por que a divindade africana ganhou feição branca no Brasil». BBC News Brasil. 2 de fevereiro de 2024
- «Ancestralidade, música e fé marcam festejos do Dia de Iemanjá». Ministério da Cultura. 2 de fevereiro de 2024
- «Tradições de ano novo no Brasil têm origem na umbanda e no candomblé». Agência Brasil. 29 de dezembro de 2023