Pyronia tithonus
A Pyronia tithonus, comummente conhecida como guarda-portões[2][3] ou pirónia[2], é uma espécie de insetos lepidópteros, mais especificamente de borboletas pertencente à família dos Ninfalídeos.[4]
Pyronia tithonus | |||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estado de conservação | |||||||||||||||||
![]() Pouco preocupante | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
| |||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||
Pyronia tithonus (Linnaeus, 1767)[1] |
Costuma pairar pelo ar entre os meses de Maio a Setembro.[2]
Descrição
editarAtingindo uns consideráveis 40 milímetros de envergadura, esta borboleta distingue-se da espécie Pyronia cecilia, comummente conhecida como guarda-portões-menor[5], pelas suas significativas dimensões.[2]
Do que toca às asas, a face superior apresenta uma coloração alaranjada, margeada com uma banda castanho-escura, sendo que nas asas anteriores costuma exibir um ocelo negro apical, exornado com duas pintas brancas.[2]
No que toca à face inferior das asas, a coloração das asas posteriores varia numa paleta cromática que vai do pardo ao acastanhado, sendo que se faz ataviar de vários ocelos, cada qual com uma pinta branca ao centro.[2]
Quanto ao corpo, tem uma coloração acastanhado e a cabeça é dotada de um par de olhos pardos e antenas claviformes de cor castanha.[2]
Dimorfismo sexual
editarEsta espécie apresenta dimorfismo sexual, porquanto há diferenças no aspecto dos machos e das fêmeas.[2] Com efeito, os machos exibem uma mancha androconial muito pronunciada, de coloração acastanhada, que atravessa cada asa anterior rumo ao ocelo.[2]
As fêmeas, por seu turno, são de maiores dimensões do que os machos, apresentam uma coloração mais e não possuem mancha androconial.[2]
Fases da vida
editarAntes da metamorfose, a lagarta desta espécie caracteriza-se pela sua hirsutez e pela sua coloração que vai amarelo-esverdeado ao acastanhado, com uma faixa lateral mais clara.[2]
A hibernação ocorre ainda na fase de lagarta.[2] Quando se volve em crisálida, assume uma tonalidade cinzento-pálida, pautada por sarapintas e riscas pretas. Os ovos desta espécie são de cor amarela, sendo que, com a maturação, tendem a escurecer.[2]
Distribuição
editarEncontra-se presente em grande parte do continente europeu, ausentando-se de parte da Escandinávia e dos países Bálticos.[6]
Portugal
editarÉ uma espécie comum em Portugal continental, encontrando-se muito dispersa por todo o território nacional. Ainda assim, é menos frequente na metade sul do país.[3]
Ecologia
editarPrivilegia os silvados das orlas de florestas secas e as clareiras de bosques, situados em espaços a altitudes inferiores a 1.200 metros.
Tem uma preferência pelas gramíneas, seja como fonte de alimentação, enquanto lagarta, seja como planta hospedeira, para fazer a crisálida e pôr os ovos.
Imagens
editar-
♂
-
♂ △
-
♀
-
♀ △
Taxonomia
editarA autoridade científica da espécie é Linnaeus, tendo sido descrita no ano de 1767.[3][7]
Etimologia
editarO nome genérico, Pyronia, provém do grego antigo pyropos, que significa «olho flamejante», por aglutinação dos étimos pyr, «fogo», e õpos ou ops, «olho».[8] Outras referências associam Pyronia com o epíteto da deusa Ártemis, Ártemis Pyronia, "divindade do fogo", cultuada no monte Krathis.
O epíteto específico, tithonus, é formado pelos étimos gregos antigos titō, «dia»[9] e onë, «rainha», com masculinização do fim do sufixo por molde a veicular a noção de «consorte da Rainha do Dia».[10]
Este epíteto trata-se de um mitónimo, alusivo à lenda da mitologia grega de Titono, príncipe grego que, tendo conquistado o amor de Eos, deusa da alvorada, a levou a pedir a Zeus que concedesse a vida eterna ao jovem.[11] Tendo-se esquecido, porém, de pedir que também lhe concedesse a juventude eterna.[11] Dessarte, Titono acabou por envelhecer decrépita e indefinidamente, até a deusa, incapaz de suportar o sofrimento do amado, ter decidido transformá-lo numa cigarra.[11]
Sinonímia
editar- Epinephele bimaculata
- E. lesoudiera
- E. lucida
- E. ormaculata
- E. unipupillata
- E. vernetensis
- Maniola albinotica
- M. depupillata
- Papilio tithonus
- Pyronia completa
- P. infraunicolora
- P. lineigera
- P. postaeca
- P. postalbipuncta
- P. posticeinocellata
- P. venata[2]
Referências
- ↑ van Swaay, Chris (2010). European Red List of Butterflies (PDF). Madrid: y IUCN (International Union for Conservation of Nature). p. 38. 60 páginas. ISBN 978-92-79-14151-5. doi:10.2779/83897
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «Pyronia tithonus». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ a b c «Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ «Pyronia tithonus». Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2019
- ↑ «Pyronia cecilia». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ «Pyronia (Pyronia) tithonus (Linnaeus, 1767) | Fauna Europaea». fauna-eu.org. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ «ADW: Pyronia tithonus: CLASSIFICATION». animaldiversity.org. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ Mazza, Giuseppe (7 de agosto de 2008). «Pyronia tithonus». Monaco Nature Encyclopedia (em inglês). Consultado em 3 de fevereiro de 2022
- ↑ Tzetzes on Lycophron, Alexandra 941
- ↑ Graves, Robert (2017). The Greek Myths - The Complete and Definitive Edition. [S.l.]: Penguin Books Limited. 150 páginas. ISBN 9780241983386
- ↑ a b c SEGAL, CHARLES (1986). «TITHONUS AND THE HOMERIC "HYMN TO APHRODITE": A COMMENT». Arethusa (1): 37–47. ISSN 0004-0975. Consultado em 3 de fevereiro de 2022
Ligações externas
editar- Pyronia tithonus - Biodiversity Heritage Library - Bibliografia
- Pyronia tithonus - NCBI Taxonomy Database
- Pyronia tithonus - Global Biodiversity Information Facility
- Pyronia tithonus - Encyclopedia of Life