Quarenta (futebolista)

 Nota: ""Quarenta (futebolista)"" redireciona para este artigo. Para outro ex-jogador longevo e multicampeão do Paysandu da década de 1950 à década de 1970, veja Paulo Benedito dos Santos Braga.

Luís Gonzaga Lebrego (Cambuci,[6] na então Província Ultramarina de Cabo Verde,[1][2][3][4] 17 de setembro de 1910Belém, 28 de março de 1984), mais conhecido como Quarenta, foi um futebolista luso-brasileiro que jogava como atacante. Grande artilheiro da década de 1920 à década de 1940, conquistou dez campeonatos paraenses,[6] apenas dois menos que os doze do maior campeão estadual do Brasil, o segundo Quarentinha,[7][8][9] cujo apelido era homenagem ao próprio Quarenta.[10][10][11][12]

Quarenta
Informações pessoais
Nome completo Luís Gonzaga Lebrego
Data de nascimento 17 de setembro de 1910
Local de nascimento Cambuci, Cabo Verde Português [1][2][3][4]
Nacionalidade brasileiro
Data da morte 28 de março de 1984 (73 anos)
Local da morte Belém, Pará, Brasil
canhoto
Informações profissionais
Posição meia-esquerda, centroavante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1927–1933
1933–1934
1934
1934–1945
Paysandu
Vasco da Gama
São Paulo
Paysandu
000? 00(208)
Seleção nacional
1928–1944[5] Pará 0023 000(32)[5]

Todos os dez títulos foram pelo Paysandu, fazendo de Quarenta o terceiro maior campeão pelo clube, superado pelos onze títulos (entre estaduais, regionais e nacionais) de Zé Augusto e pelos doze do mencionado Quarentinha, com o qual não tinha parentesco.[13][14][15]

No resto do país, Quarenta é recordado como pai do primeiro Quarentinha, o mais famoso nacionalmente, por ter jogado na Seleção Brasileira e ainda ser o maior artilheiro do Botafogo.[6][16][15] Já Quarenta é o terceiro maior artilheiro do Paysandu, com 208 gols,[6] e também o terceiro maior artilheiro do clássico Re-Pa, com 28.[17] Chegou a ser apelidado de El Tigre [6][18] como comparação ao artilheiro Arthur Friedenreich, que também possuía essa alcunha.[10] Quem testemunhou pai e filho jogarem afirma que o botafoguense teria técnica inferior à do pai.[19]

Carreira em clubes

editar

Início em tricampeonato do Paysandu

editar

Quarenta nasceu em uma colônia portuguesa, vindo órfão de pai e mãe, ainda na infância, ao Brasil.[6] Em 1959, uma reportagem do Jornal dos Sports sobre seu filho Quarentinha detalhou, a respeito da origem familiar, que seu pai "Luís Lebrego (...) não é brasileiro, é de Cabo Verde. Desembarcou no Pará com 6 anos".[1] O local de nascimento de Quarenta, entre o século XV e o ano de 1975, foi uma província portuguesa,[20] similarmente à Ilha da Madeira,[21] de modo que Quarenta era considerado português;[22][23][24] com efeito, tal informação da origem paterna faria Quarentinha ser sondado em 1963 pelo Sporting e para defender a seleção de Portugal, pois teria direito à mesma cidadania portuguesa do pai.[2][3]

Criado no Asilo Dom Macedo Costa, Quarenta começou a jogar futebol como aluno de internato do Instituto Lauro Sodré, onde seu número de inscrição era 40 - daí seu apelido.[6] Em grande coincidência, o filho Quarentinha, similarmente, viria a ser o de número 40 na ordem de chamada escolar, reforçando para si o uso natural do apelido.[25] Na mesma nota de 1959 do Jornal dos Sports, o próprio filho comentou: "papai foi 'Luís Lebrego' enquanto não entrou para o Colégio Lauro Sodré. Foi entrar e perder a identidade. Daí em diante, passou a ser mais número do que nome"; e que herdou o apelido dele, com certo contragosto inicial ("chato é. Mas acostuma-se. Que se há de fazer?"), também porque, dentre seus diversos irmãos, "me achavam mais o mais parecido com o 'velho'. No físico e jogando".[1]

Por coincidência, já existiam ligações indiretas dos Lebrego com o Paysandu:[26] o político paraense Lauro Sodré homenageado no nome do internato era pai de Benjamin "Mimi" Sodré, ídolo de Botafogo, Paysandu e com jogos pela Seleção Brasileira.[8][27] Os dois Sodré tinham parentesco também com Leônidas Sodré de Castro, precisamente o dirigente homenageado com o nome oficial do estádio da Curuzu; Josefina Sodré de Castro, mãe de Leônidas, era tia de Lauro,[28][29] de modo que estes eram primos em primeiro grau. Leônidas e Benjamin, por sua vez, estiveram na mesma gestão do Paysandu, respectivamente como primeiro secretário e presidente da diretoria, em 1921.[30] Em 1930, o clube, já sob presidência do próprio Leônidas, adquiriu o referido estádio, sendo esta a razão da escolha do nome oficial.[31] O prédio do internato Lauro Sodré, por sua vez, atualmente abriga a sede do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.[26]

Quarenta foi levado ao Paysandu por intermédio do médico Ophir Loyola, dirigente do clube e que trabalhava no instituto Lauro Sodré,[6] vindo a dar nome a um hospital de referência em oncologia, nefrologia, neurologia e transplante.[32] O prédio do internato Lauro Sodré, por sua vez, atualmente abriga a sede do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.[26] A primeira oportunidade no time adulto veio quando o atacante ainda tinha 17 anos, em 1927, logo agradando,[6] após a indisponibilidade do concorrente Gengibre.[33] Quarenta despontou a partir do ano seguinte, participando desde o início do título estadual de 1928, marcando nas três primeiras rodadas e destacando-se desde ali no Re-Pa: foram três clássicos pelo campeonato e marcou em todos. No segundo deles, marcou duas vezes em vitória por 4–2; o segundo gol foi o quarto do clube e os rivais, insatisfeitos com um suposto impedimento, deixaram o campo. Essa vitória igualou ambos na liderança junto ao União Esportiva, forçando um triangular em turno único, realizado já em janeiro de 1929. No clássico dessa fase, Quarenta abriu o placar em vitória de 5–0 sobre os azulinos. O União também foi goleado, por 4–1. Quarenta foi o artilheiro dos campeões, com seis gols em sete partidas.[34]

Em meio à campanha, ele estreou na seleção paraense, em 12 de outubro de 1928, marcando o primeiro gol de vitória por 3–0 sobre a seleção cearense pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais e em alguns amistosos.[5] Ele firmou-se como craque no estadual de 1929, que representou um terceiro título seguido para o clube. A conquista foi invicta. Na primeira rodada, marcou três vezes em vitória por 13–1 sobre o Luso Brasileiro. Ao todo, foram nove gols em sete partidas, incluindo dois em vitória por 4–0 no Re-Pa.[35] Naquele ano, Quarenta chegou a marcar quatro vezes em um só jogo pela seleção paraense, na vitória de 5–2 sobre a rival seleção amazonense, pelo campeonato brasileiro.[5] Também conquistou o Torneio Início.[36]

Quarenta e o clube voltaram a ser campeões no campeonato de 1931, disputado por apenas quatro clubes. Quarenta marcou três vezes nas quatro rodadas do certame - um dos gols abriu vitória por 3–0 sobre o rival. Outras equipes haviam se retirado da disputa, causando uma cisão no futebol paraense, com Remo e Paysandu permanecendo na federação oficial.[37] Em paralelo, ele chegou a marcar sete vezes na vitória por 12–2 da seleção paraense sobre a maranhense e outros dois em 6–1 sobre a amazonense no campeonato brasileiro. [5]

Já no Estadual, Remo e a Tuna também viriam a desfiliar-se e a cisão permaneceu no ano seguinte, na maior crise política do futebol estadual, com os dirigentes azulinos fazendo oposição ao novo presidente da Federação, o ex-dirigente alviazul Ophir Loyola, que chegou a licenciar-se e depois renunciar. O impasse envolveu até mesmo o interventor Magalhães Barata e a justiça comum, que deferiu sequestro e imissão na posse de documentos da federação que estavam em poder de membros que renunciaram - chegou a haver tentativa de arrombamento no prédio da federação e proibição de jogos por ordem policial em função de episódios de violência. O estadual de 1932 foi disputado ainda assim, com apenas duas partidas para o Paysandu: vitórias por 11–0 (com três gols de Quarenta) no Recreativa e por 16–0 o Guarany. Em dezembro daquele ano, a cisão foi superada com a criação de uma nova federação.[38]

Vasco, São Paulo e retorno

editar

Em meio a essa crise, Quarenta ainda foi campeão em 1933 do Torneio Início, marcando o gol do título sobre o time do Brazil.[39] Mas foi jogar no sudeste, embarcando em 9 de maio de 1933 à então capital brasileira para defender o Vasco da Gama.[6] No Torneio Rio-São Paulo daquele ano, marcou um dos gols em goleada de 4–0 sobre o Santos.[40] O ano de 1933 marcou o início do profissionalismo oficial no campeonato carioca,[41] onde Quarenta chegou a marcar um gol em clássico contra o Flamengo, em derrota de 2–1,[6][42] empatando momentaneamente a partida ao aproveitar com oportunismo a queda acidental de um adversário;[43] o lance foi já no fim da partida, mas a "meio minuto do final" os rubro-negros conseguiram o gol da vitória.[44]

Na competição, também marcou o terceiro gol ("calmamente", aos 18 minutos do segundo tempo)[45] de triunfo por 3–0 sobre o Bangu,[46] o campeão carioca daquele ano;[47] Pelo Torneio Rio-São Paulo de 1933, destacou-se em especial pelo gol sobre o São Bento de São Paulo, em chute "indefensável" na vitória de 2–0.[48]

No Vasco, era referido como "Quarenta II", por já haver na equipe outro jogador apelidado de Quarenta,[49] um goleiro reserva.[50] Uma contusão, porém, impediu que o atacante atuasse mais vezes como vascaíno; o Jornal dos Sports, em setembro, relatou que "Quarenta, que vinha comandando o quinteto atacante com grande acerto, ressentiu um músculo anteriormente distendido, e eis que uma interrogação veio pairar sobre a sua presença no encontro de amanhã".[51] Foi noticiado em janeiro de 1934 uma primeira volta ao Pará;[52] o gol sobre o Bangu, ainda em 27 de agosto de 1933, terminaria por ser o último de Quarenta pela equipe carioca.[53]

Ainda pertencendo ao Vasco, em maio de 1934 o atacante foi negociado com o São Paulo,[54][55][56] por empréstimo. Teve, contudo, nova lesão, ao enfrentar o então Palestra Itália, quando foi atingido propositalmente na rótula por Junqueira.[33] Em junho, teve a permissão cruzmaltina para viajar novamente ao Pará, para o que seria uma viagem a passeio.[57] O jogador, porém, preferiu ficar na terra natal, a despeito da Confederação Brasileira de Desportos, em resposta a ofício da federação paraense, ressalvar que o jogador não estaria autorizado a disputar um certame amador pelas regras vigentes da própria federação.[58] Em 1959, o filho Quarentinha comentou: "água no joelho era fogo! Coitado do 'velho', o recurso foi parar", embora a volta a Belém acabasse se mostrando, nas palavras do filho, um "remédio".[1]

Quarenta foi inicialmente sondado pela Tuna Luso, mas recusou, optando por regressar ao Paysandu.[6] Quarenta voltou ao Pará a tempo de disputar desde o início o estadual daquele ano. O Paysandu foi campeão, conquista celebrada de modo especial por marcar a décima vez que o time vencia o torneio e os vinte anos de existência do clube. O título veio após uma série melhor-de-três com a Tuna. Após uma vitória para cada lado, o Paysandu venceu por 2–1 na terceira partida, com Quarenta marcando o segundo gol.[59] Ainda naquele ano, já após o campeonato, Quarenta marcou duas vezes em vitória de 3–0 em Re-Pa que, a despeito d de ser um amistoso beneficente, ficou marcado por grossa pancadaria a vinte minutos do fim da partida.[60]

Não houve campeonato em 1935 - em amistosos, Quarenta marcou três vezes em Re-Pas, incluindo dois em vitória por 4–0,[61] além de se destacar, em excursão do Paysandu, contra equipes do Nordeste - duas vezes cada em 4–0 sobre o Santa Cruz, em 6–2 no Náutico e em 5–1 na seleção cearense; um gol cada em 3–3 com o Sport e em 3–3 em outro duelo contra a seleção cearense; e por cinco gols em um só jogo, em 7–3 sobre o Botafogo de Salvador,[62] até então o segundo maior vencedor do campeonato baiano e campeão desse certame naquela temporada.[63]

Já o o estadual de 1936 foi ganho pelo Remo;[64] Em paralelo, Quarenta voltou a defender em 1936 a seleção paraense, que não jogou entre 1931 e 1935; reestreou com um gol em vitória por 7–0 sobre a maranhense em 14 de abril de 1936 pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. No jogo seguinte, fez seis gols em triunfo de 9–0 sobre a piauiense e outro no triunfo de 2–1 sobre a pernambucana no Recife.[5] Acabou artilheiro do campeonato naquela edição.[6] A seleção paraense foi retomada em 1938, ano em que Quarenta marcou três vezes em 7–0 sobre a rival amazonense pelo campeonato brasileiro, com o Pará sagrando-se mais uma vez simbolicamente como campeão do norte.[5]

O Estadual de 1937 foi ganho pela primeira vez pela Tuna, após decisão em partida única contra o Paysandu. Quarenta fez o gol alviazul na derrota de 2–1.[65] Esse outro rival foi bicampeão em 1938,[64] ano em que o Re-Pa chegou à sua centésima edição, ocasião em que o Paysandu desfrutava de 38 vitórias contra 35 derrotas. Naquele ano, Quarenta chegou a marcar um dos gols de vitória por 3–2 em clássico amistoso realizado pelo festival azulino no estádio rival.[66]

Quarenta no Esquadrão de Aço

editar

Em amistoso no início de 1939, o Remo aplicou sua maior goleada sobre o Paysandu, em 7–2 no qual Quarenta não jogou.[67] A despeito disso, o Paysandu voltou a ser campeão naquele ano, por intermédio do elenco conhecido como "Esquadrão de Aço", responsável por goleadas como 6–1 no Júlio César, 6–3 no Remo (Quarenta marcou), 8–0 no Marco, 4–1 no Transviário, 5–0 no União Esportiva (com outro gol de Quarenta). Quarenta marcou cinco vezes em dez partidas, ao passo que o time conseguiu média de quatro gols por jogo no campeonato.[68]

No início do ano seguinte, o clube obteve o simbólico título de "campeão da Amazônia" após vitoriosa excursão a Manaus. Após dez dias de viagem fluvial, entrou em campo quatro horas após desembarcar e venceu por 3–2 o combinado General Osório/União Esportiva, com Quarenta marcando o primeiro dos paraenses. Quatro dias depois, ele marcou outro em triunfo de 4–2 sobre o campeão estadual, o Nacional, a despeito de dois colegas (Imar e Cláudio) serem fraturados pelos oponentes. O Paysandu realizou uma terceira partida, empatando em 2–2 com o Olímpico, mas a violência amazonense o fez desistir de outros dois jogos programados.[69]

Em dezembro de 1940, Quarenta marcou um dos gols em vitória de 10–0 da seleção paraense sobre a maranhense pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais,[5] além de outros três em outro jogo contra o oponente, em vitória do Paysandu por 4–3.[62] Em 1941, o primeiro grande momento veio na ocasião em que o Paysandu derrotou na mesma tarde, por 4–0, tanto o Remo com a Tuna, em festival beneficente realizado em 27 de abril. Quarenta marcou um dos gols nos azulinos e dois nos tunantes.[70] No mesmo ano veio pela seleção paraense novo título de campeão do norte, com Quarenta marcando três na vitória por 4–1 sobre a seleção amazonense. Adiante, fez os dois gols na vitória por 2–1 sobre a paranaense, no estádio do Pacaembu, mesmo com o Pará atuando com dez em campo após a fratura do jogador Orlando Brito quando ainda não se permitiram substituições. Essa é considerada a partida mais gloriosa da seleção paraense, que depois perdeu de 3–2 para a gaúcha. Ainda pela seleção, Quarenta também esteve em vitória amistosa de 3–0 sobre o clube pernambucano Santa Cruz, já em janeiro de 1942.[5]

Após Remo e Tuna vencerem os estaduais de 1940 e 1941,[64] o Paysandu, que em 1942 já havia vencido com gols de Quarenta um Re-Pa amistoso no estádio rival por 2–1 e outro por 4–2 ainda válido pelo campeonato de 1941,[71] voltou a ser campeão, e com 100% de aproveitamento, ao passo que o Remo fez a pior de sua história, em último. No Re-Pa, Quarenta marcou um dos gols em vitória por 5–0, marcando também no clássico com a Tuna, derrotada por 6–2,[72] um deles um recordado gol de bicicleta.[6] Em paralelo, Quarenta destacou-se em alguns Re-Pas amistosos, como uma vitória por 3–1 no estádio rival pela Taça da Associação dos Cronistas Esportivos do Pará. A energia elétrica foi cortada e houve pancadaria. Em outro amistoso lá, Quarenta marcou em empate em 3–3 pela Taça Dr. Malcher.[71]

O título de 1942 foi o primeiro de cinco títulos seguidos do clube no torneio, até hoje a maior série estadual do Paysandu.[64] Na campanha de 1943, Quarenta marcou duas vezes em vitória por 4–0 no Re-Pa (placar assegurado a despeito do árbitro, em decisão incomum, autorizar no intervalo a volta do remista Vavá, que havia sido expulso), um deles de bicicleta, com o clube derrotando o maior rival outras duas vezes no caminho, por 4–2 e 2–0.[73] Foram sete vitórias em nove jogos.[74] Em Re-Pas amistosos, Quarenta fez um dos gols de duas vitória por 2–1 e também participou de goleada de 7–1.[73] Pela seleção paraense, fez um dos gols em vitória de 3–0 sobre a amazonense pelo campeonato brasileiro.[5]

O título estadual de 1944 foi o 14º do Paysandu, que assim ultrapassou pela primeira vez o Remo, que tinha treze.[64] Quarenta marcou cinco vezes: os dois em empate em 4–4 no clássico com a Tuna e os três de vitória por 3–2 sobre o Transviário, participando também de vitória por 4–2 em um Re-Pa.[75] Naquele ano, Quarenta também fez sua última partida pela seleção paraense, em vitória por 4–1 sobre a cearense pelo campeonato brasileiro.[5] Ele também foi campeão do Torneio Início.[76]

Em 1945, o profissionalismo foi oficialmente implantado no futebol paraense. Quarenta jogou somente na estreia, marcando um gol na vitória por 7–3 sobre o Júlio César. Curiosamente, a partida seguinte foi precisamente a maior goleada dos Re-Pas, o 7–0 sobre o Remo.[77] Os registros de artilharias do certame, todavia, só começariam a ser feitos a partir da edição de 1947 (sendo, na ocasião, de Hélio),[78] não tendo sido disputado em 1946.[79]

Em 1975, contextualizou o futebol do seu tempo, recordando que "os treinos se realizavam duas vezes por semana, praticando-se mais a ginástica sueca, os exerícios físicos parados, bem ao contrário do que se adota hoje em dia", fazendo por conta própria ("no passado, de medicina esportiva nem se falava. Havia o improviso e precisamente aí estava a beleza do jogo") exercícios similares ao teste de Cooper - vestindo uniforme, meiões e chuteiras para correr "da Curuzu até o Entroncamento", algo que favorecia seu condicionamento físico para os jogos. Também relembrou que "naquela época, de quando em quando, surgiam goleadas; hoje, um minúsculo 1–0 parace uma grande vitória. Antigamente, o jogador carecia de certas obrigações exigidas aos profissionais, se bem que fosse um tempo mais descontraído, permitindo-se até a boemia aos craques. Hoje, há muito dedo-duro por aí que se preocupa mais com o adversário do que com a sua equipe (...) Um Remo x Paysandu nunca foi brincadeira. Quem já vestiu a camisa de qualquer um dos clubes sabe disso e os atletas de hoje conhecem essa responsabilidade quando há partidas Re-Pa, em qualquer modalidade esportiva. Vencer é a única meta e as derrotas doem na alma, enquanto as vitórias levam a gente a satisfações inesquecíveis, por mais que o tempo passe".[80]

Além do futebol

editar

Quarenta teve uma juventude dura, como órfão cedo de pai e mãe e educado sob sistema severo de ensino, quase militar, do Instituto Lauro Sodré, assimilando tais práticas para educar os próprios filhos.[81] Casou-se em 1931 com Myrthes Lopes da Silva,[82] então com 13 anos de idade, precocidade socialmente aceita na época, e enviuvou dela quando Myrthes ainda possuía 24 anos.[83]

Com a primeira esposa, teve numerosos filhos - o primeiro, Walter, nasceu no próprio ano de 1931.[83] Waldir, o futuro Quarentinha, foi o segundo, em 1933,[16] e em 1935, enquanto Quarenta estava em São Luís do Maranhão em excursão com o Paysandu, nasceu Walmir.[84] Segundo Quarentinha, era ideia da mãe que todos os filhos homens tivessem nomes iniciados em W.[1] Com Myrthes, Quarenta teve também Walfrido, Nadir (a única mulher), Wagner e Walquir, além de Luiz, falecido prematuramente.[83] Sua rigidez chega a incluir críticas e palmadas até mesmo publicamente, quando entendia que Quarentinha não se saía bem em treinos e jogos no Paysandu.[85] Também teria repreendido fisicamente o filho Walmir quando este juntou-se ao rival Remo,[86] pelo qual torcia.[10][87]

A maioria desses filhos também tentou o futebol; em 1959, Quarentinha, já consagrado, além de mencionar Walmir no Remo, também contou que Walter estava no Bonsucesso,[1] que curiosamente contava também com o irmão de Nilton Santos, Nilson Santos;[88] e que Wagner estava no Paysandu e Walmir, no Remo.[1] Walquir teria defendido o Sport Belém.[83] Outro dos filhos, conhecido somente pelo sobrenome Lebrego, esteve já em 1973 no Sporting do Pará.[89][90]

Após perder Myrthes, Quarenta casou-se com outra adolescente, Irene, que teria entre 13 e 14 anos.[83] Com ela, teve nova quantidade numerosa de filhos, dentre os quais Maria de Fátima e Maurício.[91] Quarenta possuía largo terreno que se alongava da Travessa da Curuzu (em seu número 1.118) à de Antônio Baena, a poucas quadras dos estádios da dupla Re-Pa. Mas a quantidade numerosa gerava necessidades que chegaram a fazer Quarentinha (nascido naquela casa), antes da fama, ter somente duas roupas próprias e precisar residir com os avós maternos.[83][26]

Depois que parou de jogar, Quarenta pôde ter uma vida sustentada com o ofício de marceneiro que aprendera ainda como aluno do Instituto Lauro Sodré,[25] ofício que teria inclusive permitido educação da filha Nadir no Colégio Santa Catarina de Sena em troca de serviços de marcenaria.[85] Segundo depoimento dado pelo filho Quarentinha ao Jornal dos Sports em 1959, Quarenta eventualmente tornou-se chefe de carpintaria da base naval de Belém, sendo àquela altura "veterano", mas ainda "parece que tem 20 anos!".[1] Com efeito, no ano seguinte, foi aplaudido pelo desempenho em jogo de veteranos na Curuzu, em ocasião festiva em que o clube inaugurava sua Casa do Atleta.[33]

Quarenta teve cerca de duas dezenas de filhos entre homens e mulheres dentre os concebidos em seus casamentos, com estes não descartando terem irmãos que desconhecem, frutos de aventuras extraconjugais de um pai mulherengo.[83] Por ocasião de excursão do Botafogo a Belém no início daquele mesmo ano de 1959, fora noticiado na edição de 20 de fevereiro do Diario de Noticias que "o antigo jogador paraense Quarenta, pai do atacante botafoguense Quarentinha, ofereceu, em sua residência, uma feijoada à delegação alvinegra, tendo comparecido todos os jogadores, técnico e dirigentes. Na ocasião, todos ficaram conhecendo os vinte irmãos de Quarentinha, entre os quais o mais moço, de um ano apenas, que ainda não tinha sido visto pelo referido jogador do Botafogo".[92] A presença de muitos vencedores da Copa do Mundo FIFA de 1958 rendeu curiosas anedotas, desde a família chegar a cobrar ingressos para os interessados em avistar os craques [91] à desautorização de Quarenta para que sua filha Nadir fosse cortejada por Zagallo.[93]

O modo duro de educar a prole teria se refletido no comportamento extremamente introvertido de Quarentinha,[26] famoso por sequer comemorar os próprios gols por "apenas estar fazendo o próprio trabalho".[16] Apesar disto, ele e seu filho mais ilustre declaravam publicamente orgulho um do outro.[94] Quarenta também viria a apoiar seu outro filho de relativo sucesso, Walmir, quando esteve defendia o outro rival, a Tuna Luso - havendo registro fotográfico de Walmir, como tunante, trocar observações com o pai através do alambrado.[95] Walmir, por este clube, foi duas vezes artilheiro do campeonato paraense, em 1961 e em 1962,[96] voltando ao Remo para ser então campeão no de 1964.[10]

Em meados da década de 1950 o Paysandu formou outro Quarentinha, sem parentesco com os Lebrego, e apelidado em referência ao "velho Quarenta".[10][11][12] Ele chegou a conviver com Walmir nas categorias de base do clube, a ponto de ser conhecido como "Quarentinha II" enquanto Walmir, inicialmente também apelidado com o número tal qual o irmão, era "Quarentinha I".[97] Foi justamente o novo Quarentinha quem superaria Quarenta como maior campeão estadual do clube e do país, com doze títulos paraenses.[8][12] Sobre ele, Quarenta afirmaria em 1975 que "alcançou uma fase bem melhor do futebol, o futebol moderno, atual e obteve a sorte de ter Gentil Cardoso como mentor e que lhe deu as diretrizes para que soubesse aproveitar as suas qualidades. Alcançou o clube em fase estruturada administrativamente e soube recompensar, retribuindo à agremiação todo o seu futebol".[80]

Quarenta esteve com outros veteranos na festa de inauguração do Mangueirão, em 1978.[6] Faleceu em Belém em 28 de março de 1984, aos 74 anos, após quatro dias internado. Seu caixão esteve coberto com a bandeira do Paysandu, representado pelo presidente no funeral.[98] Sua neta Myrthes Maria, filha de Quarentinha e nomeada em imagem à avó que havia sido a primeira esposa de Quarenta, pudera conviver com ele um pouco antes do falecimento, descrevendo uma imagem distinta em depoimento para a biografia do pai: "meu avô tinha toda essa fama de durão. Mas, se com os filhos ele foi muito severo, comigo, na velhice, não era mais. O tempo deve ter tratado de mudar aquele coração que tinha sido tão duro".[99]

Títulos

editar
Paysandu
Individual

Referências

  1. a b c d e f g h i DA SILVA, Geraldo Romualdo; GOMES, Ângelo (15 de agosto de 1959). «RAIZ DE CABO VERDE: Botafogo Faz Justiça A Quarentinha: Hoje É Crack E Capitão». Jornal dos Sports. Consultado em 23 de janeiro de 2025 
  2. a b c «Sporting quer passe de Quarentinha para seleção de Portugal». O Jornal. 3 de agosto de 1963. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  3. a b c «Sporting quer Quarentinha para a seleção de Portugal». Jornal do Commercio. 10 de agosto de 1963. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  4. a b DA SILVA, Geraldo Romualdo (10 de agosto de 1963). «Quarentinha - o filho de Barbadiano». Manchete n. 126, p. 55. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  5. a b c d e f g h i j k DA COSTA, Ferreira (2013). A seleção do Pará através dos tempos. Gigantes do futebol paraense. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 306-331
  6. a b c d e f g h i j k l m n o DA COSTA, Ferreira (2013). Quarenta - El Tigre, o terror dos goleiros. Gigantes do futebol paraense. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 238-242
  7. DA COSTA, Ferreira (2015). Fatos e Personagens do Re-Pa. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 216-220
  8. a b c BRANDÃO, Caio (12 de janeiro de 2016). «Nos 400 anos de Belém, um timaço só com grandes jogadores paraenses que serviram a Seleção». Trivela. Consultado em 25 de março de 2018 
  9. DA COSTA, Ferreira (2002). 1973 - Quarentinha abandona futebol após 18 anos de glórias. Papão - O Rei do Norte. Belém: Valmik Câmara, p. 89
  10. a b c d e f LEAL, Expedito (2013). Quarentas e Quarentinhas. Re-Pa - Rivalidade Gloriosa. Belém: Meta Editorial & Propaganda, pp. 46-51
  11. a b LEAL, Expedito (2013). Dois Ídolos / Dois Destinos. Re-Pa - Rivalidade Gloriosa. Belém: Meta Editorial & Propaganda, pp. 96-151
  12. a b c RODRIGUES, Gabriel (1º de fevereiro de 2025). «Unidos por Belém, apelido e idolatria: Quem são os Quarentinhas do Botafogo e do Paysandu». Trivela. Consultado em 4 de fevereiro de 2025 
  13. «Zé Augusto entra para a história como 'amuleto da sorte'». ORM News. 24 de março de 2011. Consultado em 25 de março de 2018 
  14. PROCÓPIO, Vincenzo (26 de fevereiro de 2014). «Ah! É Zé Augusto». Paysandu. Consultado em 25 de março de 2018 
  15. a b Convidado (8 de maio de 2020). «Há 30 anos, a Bulgária de Stoichkov visitava o Mangueirão sem vencer a seleção paraense». Trivela. Consultado em 19 de janeiro de 2023 
  16. a b c DA COSTA, Ferreira (2013). Quarentinha Lebrego - O artilheiro que não vibrava. Gigantes do futebol paraense. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 243-246
  17. DA COSTA, Ferreira (2015). Eis os maiores artilheiros do Remo x Paysandu, em 101 anos de história. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 221-223
  18. «APPROXIMA-SE A TEMPORADA DO PAYSANDU». Diario de Pernambuco. 11 de agosto de 1935. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  19. PROENÇA, Edyr (2024). Quarentinha era pequeno, franzino, mas com excelente visão de jogo. QUARENTINHA, craque eterno!. Belém: Valmik Câmara, p. 93-94
  20. «Proclamação da Independência de Cabo Verde». RTP. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  21. «Ilha da Madeira: mais perto da África que de Portugal. Conheça as curiosidades deste país fascinante!». Travel for Life. 21 de janeiro de 2021. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  22. RAMOS DA SILVA, Anna Carolina (10 de setembro de 2024). «Com Maxime Dominguez na lista, confira os europeus que já passaram pelo Vasco». Lance!. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  23. FERNANDES, França (13 de agosto de 2023). «Dimitri Payet será o 1º jogador francês a jogar no Vasco». Vasco Notícias. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  24. ALVES, Altair (6 de setembro de 2023). «Conheça os jogadores europeus que já vestiram a camisa do Vasco». Vasco Notícias. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  25. a b ARAÚJO, Maria Helena (15 de junho de 1983). «O GOLEADOR DE CORAÇÃO FRIO». Placar n. 686, p. 62. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  26. a b c d e MENDONÇA, Bárbara (1º de fevereiro de 2025). «Das mangueiras à Curuzu: conheça a Belém que marcou a vida de Quarentinha, ídolo do Botafogo». Globo Esporte. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  27. DA COSTA, Ferreira (2013). Mimi Sodré - O Garoto de Ouro do futebol brasileiro. Gigantes do futebol paraense. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 212-213
  28. «AVISOS FÚNEBRES - D. Josephina Sodré de Castro». Gazeta de Notícias. 16 de março de 1939. Consultado em 3 de fevereiro de 2025 
  29. «D. Josephina Sodré de Castro (PEROLA)». Diario Carioca. 16 de março de 1939. Consultado em 3 de fevereiro de 2025 
  30. «Paysandu Sport Club». Almanaque Laemmert. 1921. Consultado em 3 de fevereiro de 2025 
  31. «HISTÓRIA». Paysandu Sport Club. Consultado em 3 de fevereiro de 2025 
  32. «OPHIR LOYOLA». Hospital Ophir Loyola. Consultado em 3 de fevereiro de 2025 
  33. a b c NEGRÃO, Luiz (2024). As trajetórias de Luiz Lebrego e Quarentinha, do Botafogo e Seleção do Brasil. QUARENTINHA, craque eterno!. Belém: Valmik Câmara, pp. 118-120
  34. DA COSTA, Ferreira (2013). 1928 - Paysandu consegue mais um bicampeonato. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 45-46
  35. DA COSTA, Ferreira (2013). 1929 - Seis vitórias, um empate e outro tricampeonato vai para a Curuzu. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 47-48
  36. DA COSTA, Ferreira (2002). 1929 - Campeão do Torneio Início. Papão - O Rei do Norte. Belém: Valmik Câmara, p. 29
  37. DA COSTA, Ferreira (2013). 1931 - Campeonato foi "minguado" com só quatro equipes. Paysandu conquistou o título. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, p. 51
  38. DA COSTA, Ferreira (2013). 1932 - Por conta de crise na administração do futebol, foi fácil, muito fácil para o Paysandu chegar ao bicampeonato. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 52-57
  39. DA COSTA, Ferreira (2002). 1933 - Bicampeão do Torneio Início. Papão - O Rei do Norte. Belém: Valmik Câmara, p. 33
  40. SANTANA, Gabriel (30 de maio de 2014). «TORNEIO RIO-SÃO PAULO – 1933». Acervo Histórico Santos Futebol Clube. Consultado em 25 de março de 2018 
  41. STEIN, Leandro (16 de maio de 2023). «Como o profissionalismo ajudou a tornar o Fla-Flu tão grandioso». Trivela. Consultado em 22 de janeiro de 2025 
  42. Milhões em jogo (maio de 2005). Placar Especial 35 Anos - Coleção de Aniversário n. 2, "Os Grandes Clássicos". Editora Abril, pp. 14-19
  43. «FLAMENGO X VASCO, A BATALHA CUJO DESFECHO VALEU POR TODO O PRÉLIO». Jornal dos Sports. 27 de junho de 1933. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  44. «INDEFENSÁVEL». Jornal dos Sports. 18 de julho de 1933. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  45. «O Embate Que Valeu Pela Rehabiltação Do VASCO». Jornal dos Sports. 29 de agosto de 1933. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  46. MOLINARI, Carlos. «1933». Bangu Net. Consultado em 25 de março de 2018 
  47. Resumo histórico do campeonato carioca (2004). Anuário Placar 2003. São Paulo: Editora Abril, p. 260
  48. «FLAMENGO X VASCO, A BATALHA CUJO DESFECHO VALEU POR TODO O PRÉLIO». Jornal dos Sports. 27 de junho de 1933. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  49. «UM OUTRO "QUARENTA"». Jornal dos Sports. 20 de abril de 1933. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  50. «Triumphou a superioridade technica». Jornal dos Sports. 17 de abril de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  51. «O Centro da Offensiva Dos Cruzmaltinos». Jornal dos Sports. 2 de setembro de 1933. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  52. «Quarenta seguiu, hontem, para o Pará». Jornal dos Sports. 18 de janeiro de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  53. «Vasco da Gama». Futebol80. 18 de janeiro de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  54. «De Gremios Cariocas Para As Fileiras do São Paulo - Jurandyr, Bindo E Quarenta, Seguiram Hontem». Jornal dos Sports. 15 de maio de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  55. «Jurandyr, Bindo e Quarenta, Tres Dos Players Cedidos Por Grêmios Cariocas Para O S.Paulo F.C., Embarcaram Na Noite De Hontem». Jornal dos Sports. 15 de maio de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  56. «A recomposição do quadro do São Paulo Football Club». O Jornal. 12 de maio de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  57. «Quarenta Vae Dar Um Passeio Ao Pará». Jornal dos Sports. 8 de junho de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  58. «Quarenta Quer Jogar No Pará». Jornal dos Sports. 11 de julho de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  59. DA COSTA, Ferreira (2013). 1934 - Paysandu completa 20 anos e comemora o 10º Campeonato. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, p. 60
  60. DA COSTA, Ferreira (2015). 1934. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 32-33
  61. DA COSTA, Ferreira (2015). 1935. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 33-34
  62. a b «Paysandu». Futebol80. 18 de janeiro de 1934. Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  63. Resumo histórico do Campeonato Baiano (2004). Anuário Placar 2003. São Paulo: Editora Abril, p. 171
  64. a b c d e DA COSTA, Ferreira (2015). Campeonato Paraense de Futebol 1908-2015. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 227-233
  65. DA COSTA, Ferreira (2013). 1937 - Tuna conquista 1º título (Invicto) de sua História. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 63-64
  66. DA COSTA, Ferreira (2015). 1938. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 35-36
  67. DA COSTA, Ferreira (2015). 1939. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 37-38
  68. DA COSTA, Ferreira (2013). 1939 - Paysandu monta o Esquadrão de Aço, que se sagra campeão. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 67-68
  69. DA COSTA, Ferreira (2002). 1940 - Campeão da Amazônia. Papão - O Rei do Norte. Belém: Valmik Câmara, pp. 38-39
  70. DA COSTA, Ferreira (2002). 1941 - Festival da Merenda Escolar. Goleados Remo e Tuna por 4 x 0, no mesmo dia!. Papão - O Rei do Norte. Belém: Valmik Câmara, pp. 40-41
  71. a b DA COSTA, Ferreira (2015). 1942. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 41-44
  72. DA COSTA, Ferreira (2013). '1942 - Paysandu é campeão com 100% de aproveitamento. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 74-75
  73. a b DA COSTA, Ferreira (2015). 1943. Remo x Paysandu - Uma "Guerra" Centenária. Belém: Valmik Câmara, pp. 44-46
  74. DA COSTA, Ferreira (2013). 1943 - Paysandu dá passeio nos adversários e fica com o bicampeonato. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 76-77
  75. DA COSTA, Ferreira (2013). 1944 - Uma derrota somente no curriculum do Paysandu, tricampeão. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 78-79
  76. DA COSTA, Ferreira (2002). 1944 - Campeão do Torneio Início. Papão - O Rei do Norte. Belém: Valmik Câmara, pp. 38-39
  77. DA COSTA, Ferreira (2013). 1945 - Papão aplica 7 a 0 no maior rival e alcança o tetracampeonato. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 80-82
  78. Resumo histórico do campeonato paraense (2004). Anuário Placar 2003. São Paulo: Editora Abril, p. 228
  79. DA COSTA, Ferreira (2018). CAMPEONATO PARAENSE DE FUTEBOL 1908-2018 Clubes Campeões - Técnicos - Artilheiros. A enciclopédia do Esporte Paraense. Belém: Valmik Câmara, pp. 303-312
  80. a b NEGRÃO, Luiz (2024). Três craques com o mesmo apelido. QUARENTINHA, craque eterno!. Belém: Valmik Câmara, p. 61-63
  81. CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 19». Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  82. «CASAMENTOS 1931-1935» (PDF). Centro de Memória da Amazônia - Universidade Federal do Pará. 2019. Consultado em 2 de fevereiro de 2025 
  83. a b c d e f g CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 17». Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  84. «Nascimentos». O Imparcial. 24 de setembro de 1935. Consultado em 4 de fevereiro de 2025 
  85. a b CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 18». Consultado em 2 de fevereiro de 2025 
  86. CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 24». Consultado em 2 de fevereiro de 2025 
  87. LEAL, Expedito (2024). Quarenta: Meu herói, meu "bandido". QUARENTINHA, craque eterno!. Belém: Valmik Câmara, pp. 15-18
  88. «Bonsucesso viaja, amanhã, para o Nordeste: 15 jogos». O Jornal. 4 de junho de 1959. Consultado em 4 de fevereiro de 2025 
  89. «SPORTING DO PARÁ». Tribuna da Imprensa. 2 de maio de 1973. Consultado em 31 de janeiro de 2025 
  90. «9 - REMO x SPORTING DO PARÁ». Diario de Pernambuco. 29 de abril de 1973. Consultado em 31 de janeiro de 2025 
  91. a b CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 106». Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  92. DA SILVA, Geraldo Romualdo; GOMES, Ângelo (20 de fevereiro de 1959). «QUARENTINHA VISITOU IRMÃOS». Diario de Noticias. Consultado em 23 de janeiro de 2025 
  93. CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 107». Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  94. CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 26». Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  95. DA COSTA, Ferreira (2013). 1957 - Gol de Urubu, no apagar das luzes, garantiu o bicampeonato do Papão. Parazão Centenário. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 111-113
  96. DA COSTA, Ferreira (2018). CAMPEONATO PARAENSE DE FUTEBOL 1908-2018 Clubes Campeões - Técnicos - Artilheiros. A enciclopédia do Esporte Paraense. Belém: Valmik Câmara, pp. 303-312
  97. NEGRÃO, Luiz (2024). Gol - a história de um campeonato. QUARENTINHA, craque eterno!. Belém: Valmik Câmara, pp. 26-27
  98. «Faleceu o maior artilheiro do futebol do Pará: Lebrego». Diário do Pará. 29 de março de 1984. Consultado em 26 de janeiro de 2025 
  99. CASÉ, Rafael (5 de dezembro de 2014). «O Artilheiro que Não Sorria: Quarentinha, o Maior Goleador da História do Botafogo, p. 25». Consultado em 5 de fevereiro de 2025 
  100. BRANDÃO, Caio (7 de maio de 2020). «Há 30 anos, a Bulgária de Stoichkov visitava o Mangueirão sem vencer a seleção paraense». Trivela. Consultado em 22 de janeiro de 2025