Quitim
Quitim (Kittim) é um personagem do Antigo Testamento, o terceiro filho de Javã.[1] Javã foi o quarto filho de Jafé,[2] filho de Noé.[3]
Seu pai, Javã, foi identificado como o ancestral dos gregos[4][5] ou dos jônios,[6] enquanto que Quitim e seus descendentes são identificados como os predecessores do povo cipriota.[7]
A cidade de Lárnaca na costa oeste do Chipre, foi conhecida em tempos antigos como Cítio. Nestas bases, a ilha inteira tornou-se conhecida como "Quitim" em hebraico. Contudo, o nome parece ter sido emprestado com alguma flexibilidade na literatura hebraica. Ele foi frequentemente aplicado para todas as Ilhas Egeias e então para "o Ocidente em geral, mas especialmente navegando ao Ocidente".[8] Flavio Josefo (aproximadamente 100 d.C.) relembra em seu livro Antiguidades Judaicas que:
“ | Cétimo possuiu a ilha de Cétima: ela é agora chamada de Chipre; e desta que todas as ilhas, e a maior parte da costa marítima, são nomeadas de Quetim pelos hebreus: e há uma cidade no Chipre que tem sido ábil de preservar sua denominação; ela foi chamada de Cítio por estes que usam a língua dos gregos, e não tem, pelo uso deste dialeto, escapado o nome de Quetim.[9] | ” |
A expressão "ilhas de Quitim", encontrada no Livro de Jeremias 2:10 e Ezequiel 27:6, indica que, alguns séculos anteriores a Josefo, esta designação já tinha tornado uma descrição geral para as ilhas do Mediterrâneo.[10] Algumas vezes esta designação foi estendida para aplicar aos romanos, macedônios ou aos gregos selêucidas. A Septuaginta traduz a ocorrência de "Quitim" no Livro de Daniel 11:30 como ῥωμαῖοι ("Romanos"). I Macabeus 1:1 estabelece que "Alexandre, o Grande, o macedônio tinha vindo da terra de Quitim".[11] Na Guerra dos Filhos da Luz Contra os Filhos da Escuridão, dos pergaminhos do Mar Morto, Quitim é referido como sendo "de Assur".[12] Eleazar Sukenik argumentou que esta referência para Assur deve ser entendida para se referir ao Império Selêucida que controlou o território que formaria o Império Assírio na época, mas seu filho Yigael Yadin interpretou esta frase como uma referência disfarçada aos romanos.[13]
A compilação medieval rabínica Yosippon contém um conto detalhado de Quitim. Como as pessoas divulgaram, ela diz que, Quitim acampou na Campania e construiu uma cidade chamada de "Posomanga", enquanto que os descendentes de Tubal acamparam nas proximidades da Toscana e construiram "Sabino", tendo o rio Tibre como sua fronteira. Contudo, eles soon foram para a guerra seguindo o estupro dos Sabinos de Quitim. Esta guerra terminou quando Quitim mostrou aos descendentes de Tubal sua progenitura mútua. Eles então construíram cidades chamadas Porto, Albano, e Aresá. Mais tarde, seu território é ocupado por Agnias, rei de Cartago, mas Quitim termina apontando a Zefo, filho de Elifaz e neto de Esaú, como seu rei, com o título de Jano Saturno. O primeiro rei de Roma, Rômulo, é feito neste conto para ser um sucessor distante desta linha. Uma versão mais curta, e mais corrompida deste conto é também encontrada mais tarde no Sefer haYashar.
Teorias sobre o povoamento da China
editarDo Chipre à Cathay
editarAcredita-se que os descendentes de Quitim foram os primeiros que colonizaram a ilha de Chipre no leste do mar Mediterrâneo depois do incidente da Torre de Babel. Do Chipre, eles partiram para o oeste e fizeram habitações na Itália.
Então foram empurrados para o norte e para o leste pelos semitas vindos das áreas ao leste do Mediterrâneo. Os descendentes de Quitim viajaram ainda mais distantes ao norte e então ao leste nas áreas da Ásia Central, e finalmente terminando na região que agora chamamos de China (de fato, o primeiro nome da China foi Catai, que tem origem na palavra Quitai, a qual, por sua vez, também corresponde a Quitim, pois o “im” é plural).[14]
Contra-teoria de povoamento
editarO vasto agregado de pessoas que são geralmente classificadas como Mongoloide, que colonizaram o Extremo Oriente, tem sido uma questão como onde eles caíram dentro da Tabela das Nações. A evidência mostra que eles são camitas, ainda que alguns tem incorretamente justificado que os chineses foram da família jafetita, e os japoneses foram ou jafetitas ou semitas. Há dois nomes que provém pistas. Dois filhos de Canaã, Hete (hititas, heteus) e Sim (sinitas, sineus), são presumidos de serem os progenitores da família chinesa e mongoloide. Os hititas foram conhecidos como Hati ou Chati. Nos monumentos egípcios, os hititas foram representados com narizes proeminentes, lábios cheios, check-bones altos, faces lisas, variando a cor da pele do marrom para o amarelado e avermelhado, cabelo liso preto e olhos marrom escuro.[15]
O termo Hitita em Cuneiforme (a primeira forma de escrita, inventada pelos sumérios) aparece Quitae (Khittae) representando uma nação poderosa do Extremo Oriente conhecida como Quitai, e tem sido preservada através dos séculos em um termo mais familiar, Catai. Os Catai foram mongoloides, considerados uma parte da família chinesa. Há ligações entre os conhecidos hititas e Catai, por exemplo, seus modos de vestir-se, seus sapatos com dedos individualizados, a sua maneira fazendo seu cabelo em um rabo de porco, e desse modo adiante. Representações mostram que eles possuíam ossos da face altos, e craniologistas têm observado que eles tinham características comuns dos Mongoloides.[15]
Quitae tem, algumas vezes, sido incorretamente associado com Quitim (Cítio grega e romana, Cétimo judaico), filho de Javã, filho de Jafé. Interessante ainda que, Javã, tem sido incorretamente interpretado para significar Japão. A História distintamente mostra Javã sendo o antecessor dos gregos e grupos de pessoas do Mediterrâneo.
Sim (ou Seni), um irmão de Hete, tem muitas ocorrências em formas variantes no Extremo Oriente. Há um destaque significativo sobre o provável modo de origem da civilização chinesa. O lugar muito associado pelos chineses para a origem de sua civilização é a capital de Sensi, conhecida como Siang-fu (Pai Sin). Siang-fu aparece em vestígios assírios como Sianu. Hoje, Siang-fu pode ser vagamente traduzida como, "Paz para a Capital do Leste da China". Os chineses têm uma tradição que seu primeiro rei, Fu-hi ou Fohi (Noé chinês), fez sua aparição nas montanhas de Chim, foi rodeado por um arco-íris depois que o mundo tinha sido coberto com água, e animais sacrificados a Deus (correspondendo aos relatos do Livro de Gênesis). Sin surgiu da terceira geração de Noé, uma circunstância que poderia prover um intervalo no tempo certo para a formação recente da cultura chinesa.[15]
Árvore genealógica
editarNoé | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sem | Cam | Jafé | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Gômer | Magogue | Madai | Javã | Tubal | Mesech | Tiras | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Elisá | Társis | Quitim | Dodanim | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Referências
- ↑ Gênesis 10:4
- ↑ Gênesis 10:2
- ↑ Gênesis 10:1
- ↑ Salomão, Bispo de Baçorá, Livro da Abelha, Capítulo XXII, Sobre as gerações de Noé [em linha]
- ↑ Easton's Bible Dictionary, Javan [em linha]
- ↑ Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown, A Commentary, Critical, Practical, and Explanatory on the Old and New Testaments (1882) [em linha]
- ↑ JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus, 37-103 d.C., p.30. [1]
- ↑ The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible, Volume 2, 1975. Entry on 'Kittim'.
- ↑ Josephus, Flavius. The Antiquities of the Jews 1.6.1. Traduzido por William Whiston.
- ↑ Jewish Encyclopedia, 1906. Entry on Cyprus.
- ↑ New Revised Standard Version with Apocrypha, 1989.
- ↑ Wise, Michael; Martin Abegg Jr.; Edward Cook. A New Translation of the Dead Sea Scrolls. HarperSanFrancisco, 2005, pg. 148.
- ↑ ESHEL, Hanan. The Kittim in the War Scroll and in the Pesharim Paper presented at the Fourth Orion International Symposium, January 27-31, 1999.
- ↑ ASK (Associates For Scriptural Knowledge) - China in Prophecy. Página acessada em 8 de abril de 2012.
- ↑ a b c THE TABLE OF NATIONS [2]. Página acessada em 8 de abril de 2012.