Ramala[2][3][4][5] ou Ramallah[6] (em árabe: رام الله; Ramallah, pronunciada Ramala; clique aqui para ouvir), por vezes escrita Ramalá,[7][8] cujo nome literalmente significa "Monte de Deus" ou "Morada do Senhor", é uma cidade palestina com cerca de 32 278 habitantes,[1] situada no centro da Cisjordânia, no Estado da Palestina, aproximadamente 15 km ao norte de Jerusalém.

Ramala
Ramala vista de cima
Árabe رام الله
Significado Monte de Deus
Fundada em século VI
Governo (desde 1995)
População 38 998[1] (2017)
Prefeito Issa Kassis
Website www.ramallah.ps
Mapa

Embora Jerusalém seja reivindicada (sem precedentes históricos) como capital da Palestina, Ramala funciona, de fato, como sede da Autoridade Nacional Palestina e, por extensão, como "capital de fato" do Estado da Palestina. A cidade tem sido a capital da Palestina sob domínio árabe desde 716 d.C., tendo substituído a capital anterior, Lod.[9]

Em Ramala situam-se os ministérios palestinos e demais órgãos do governo palestino, assim como as representações diplomáticas estrangeiras (como consulados e embaixadas).

Fica em Ramala a chamada Muqāta'a (المقاطعة, al-Muqāta'a, "a Separada"), o complexo de edifícios que alberga a sede do governo palestino, o escritório principal do presidente Mahmoud Abbas e o mausoléu do ex-presidente palestino Yasser Arafat.

Geografia

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Ramala localiza-se cerca de 15 km ao norte de Jerusalém, construída em uma montanha com vista para a costa oeste e cercada por montanhas a sul e leste. A altitude da cidade varia entre 830 e 880 metros acima do nível do mar e, devido à proximidade com o mar, os ventos que sopram de oeste carregam consigo um pouco de humidade.[10]

O clima de Ramala é mediterrânico (Csa na classificação climática de Köppen-Geiger), de modo que a cidade está exposta aos rigorosos ventos de sudoeste e, às vezes, ventos frios de nordeste, húmidos ou secos. As temperaturas médias no inverno raramente ultrapassam a marca de 0 °C, enquanto que a média no verão dificilmente ultrapassa 35 °C. A precipitação média anual é de 500 mm.[10]

No início de abril, sopram ventos do sul que trazem uma grande quantidade de poeira, além dos ventos quentes entre o fim do verão e o início do outono.[10]

Demografia

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O primeiro censo realizado em Ramala foi através de um mandato britânico em 1922, que registrou uma população de 3.067 habitantes.[11] Na pesquisa de Sami Hadawi, em 1945, a população era de 5.080 habitantes, com os cristãos sendo a maioria da população.[12] No entanto, a composição demográfica da cidade mudou drasticamente entre 1948 e 1967, quando passou a ter 12.134 habitantes, com apenas pouco mais da metade dos habitantes da cidade sendo cristã, a outra metade muçulmana.[13]

A população de Ramala diminuiu drasticamente no final do século XX, tendo registrado 24.722 habitantes em 1987 e apenas 17.851 habitantes dez anos depois, em 1997. No censo de 1997, realizado pelo Palestinian Central Bureau of Statistics (PCBS), os refugiados palestinos responderam por 60,3% da população da cidade.[14] Havia 8.622 homens e 9.229 mulheres. Houve um aumento na população com menos de 20 anos de idade, que passaram a responder por 45,9% da população, enquanto que aqueles com idade entre 20 e 64 anos eram 45,4% dos habitantes e pessoas com mais de 64 anos representavam 4,7% do total populacional.[14] De acordo com estimativas do Palestinian Central Bureau of Statistics, a população de Ramallah em 2013 era de 32.278 habitantes.[1]

Religião

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Vista da Mesquita Abdel Nasser Jamal.

A Mesquita Abdel Nasser Jamal é uma das maiores da cidade. A Igreja Ortodoxa de Ramala, a Igreja Greco-Católica Melquita, a Igreja Evangélica Luterana e a Igreja Batista de Ramala são algumas das instituições religiosas que operam escolas na cidade. Um pequeno grupo de Testemunhas de Jeová e Mórmons estão presentes na área, entre outros.

Economia

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Ramala possui é um dos sinais mais evidentes de crescimento econômico na Cisjordânia, tendo o crescimento de sua economia estimada em 8% anualmente. Este crescimento tem sido atribuído a uma relativa estabilidade e apoio ocidental doado para a Autoridade Palestina. A economia dinâmica de Ramala continua a atrair os palestinos de outras cidades da Cisjordânia, onde oportunidades econômicas são menores. A economia aumentou cinco vezes desde 2002.[15]

A cidade tem sido descrita como a sede do poder da Autoridade Nacional Palestina e serve como sede para as ONGs e embaixadas internacionais. Vários investimentos financeiros têm impulsionado a economia de Ramala, principalmente após o fim da Segunda Intifada, em 2005.[16]

 
Principal rua de Ramala

Em 2010, Ramala se tornou o principal centro de atividade econômica e política nos territórios sob o controle da Autoridade Palestina.[17] A cidade experimentou um considerável avanço econômico, nos primeiros anos do século XXI, com diversos estabelecimentos comerciais, principalmente apartamentos e hotéis, sendo erguidos e construídos, particularmente no bairro de Al-Masyoun.[17] Em 2010, centenas de empresas palestinas foram incentivadas a mudarem-se de Jerusalém Oriental para Ramala devido aos baixos impostos da cidade.[17] Tal incentivo foi destacado no jornal norte-americano The New York Times que, em 2010, chamou Ramala de a capital de facto da Cisjordânia.[17][18]

Cidades-irmãs

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Ramala é geminada com:

Referências

  1. a b c «Main Indicators by Type of Locality - Population, Housing and Establishments Census 2017» (PDF). Palestinian Central Bureau of Statistics (PCBS). Consultado em 19 de janeiro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 28 de janeiro de 2021 
  2. «Escritório de Representação do Brasil em Ramala» 
  3. dicionarioegramatica (31 de agosto de 2017). «Ramallah, em português: Ramala, e não Ramalá». DicionarioeGramatica.com. Consultado em 31 de agosto de 2017 
  4. «Albergues em Ramala permitem a mochileiros conhecer a Palestina - 26/07/2015 - Turismo - Folha de S.Paulo». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 6 de maio de 2016 
  5. «Soldados israelenses fecham 2 canais de televisão palestinos em Ramala VEJA.com». VEJA.com. Consultado em 6 de maio de 2016 
  6. Portugal, Grand Union. «Missões Temporárias». www.portugal.gov.pt. Consultado em 31 de agosto de 2017 
  7. Metzger 2002, p. 243.
  8. Almanaque Abril. 14. São Paulo: Editora Abril. 1988. p. 518 
  9. «Ramla | Middle Eastern City, Ancient History & Crusader Stronghold | Britannica». www.britannica.com (em inglês). 28 de fevereiro de 2024. Consultado em 19 de março de 2024 
  10. a b c Ramallah Municipality. «Localização e clima» (em árabe). Ramallah.ps. Consultado em 22 de junho de 2013 
  11. Harris, Chauncy Dennison. Trabalho de pesquisa: Questões 217-218 de padrões mundiais de mudança urbana moderna: Ensaios em homenagem a Chauncy D. Harris (em inglês) p. 154
  12. Hadawi, 1970. p. 65
  13. Ramallah[ligação inativa] Enciclopédia Britânica Online. 27 de dezembro de 2008.
  14. a b População palestina por localidade, sexo e grupos de idade Arquivado em 13 de novembro de 2013, no Wayback Machine. Palestinian Central Bureau of Statistics.
  15. A construção de Ramallah significa o crescimento econômico da Cisjordânia (em inglês)
  16. Economia de Cisjordânia e Gaza: Antes e depois da crise (em inglês)
  17. a b c d Nova Palestina (em inglês)
  18. Ramallah atrai uma multidão cosmopolita - Michael T. Luongo, 3 de junho de 2010, The New York Times. (em inglês)
  19. «Bordeaux - Rayonnement européen et mondial». Mairie de Bordeaux (em francês). Consultado em 29 de julho de 2013. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2013 
  20. «Bordeaux-Atlas français de la coopération décentralisée et des autres actions extérieures». Délégation pour l’Action Extérieure des Collectivités Territoriales (Ministère des Affaires étrangères) (em francês). Consultado em 29 de julho de 2013. Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2013 
  21. «Trondheims offisielle nettsted – Vennskapsbyer» (em norueguês). Trondheim.com. Consultado em 13 de novembro de 2011. Arquivado do original em 27 de setembro de 2011 
  22. «Firman Memorándum de Entendimiento Toluca-Ramallah y Al-Bireh». 28 de maio de 2014. Consultado em 31 de agosto de 2017 

Bibliografia

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  • Metzger, Bruce Manning (2002). Dicionário da Bíblia 1: as pessoas e os lugares. Rio de Janeiro: Zahar 

Ligações externas

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