Raphael Patai (em hebraico: רפאל פטאי; Budapeste, 22 de novembro de 1910 – Tucson, 10 de julho de 1996),[1] nascido Ervin György Patai, foi um etnógrafo, historiador, orientalista e antropólogo judeu-húngaro.

Raphael Patai
Nascimento 22 de novembro de 1910
Budapeste
Morte 20 de julho de 1996 (85 anos)
Tucson
Cidadania Estados Unidos, Israel
Progenitores
  • József Patai
Filho(a)(s) Daphne Patai
Irmão(ã)(s) Saul Patai
Alma mater
Ocupação antropólogo, historiador, professor universitário, rabino
Distinções
Empregador(a) Universidade de Princeton, Universidade de Nova Iorque, Universidade Columbia, Universidade de Ohio, Universidade da Pensilvânia, Universidade Fairleigh Dickinson
Religião Judaísmo

Início de vida e educação

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Nasceu em Budapeste, Áustria-Hungria em 1910, filho de Edith Patai, nascida Ehrenfeld, e József Patai. A mãe de nasceu em Nagyvárad, filha de pais judeus de língua alemã que expressaram seu compromisso com o nacionalismo magiar enviando sua filha para escolas de língua húngara.[2] Ambos os pais falavam húngaro e alemão fluentemente e educaram os filhos para serem perfeitamente fluentes em ambas as línguas.[2] Seu pai era uma figura literária proeminente, autor de numerosos escritos sionistas e outros, incluindo uma biografia de Theodor Herzl. József foi fundador e editor do jornal político e cultural judaico Mult és jövő (Passado e Futuro) entre 1911 a 1944, um jornal que foi revivido em 1988 por János Köbányai em Budapeste. Seu pai também escreveu uma História dos Judeus Húngaros e fundou uma organização sionista na Hungria que obteve apoio para a colonização de judeus no Mandato Britânico da Palestina.

Estudou em seminários rabínicos na Universidade de Budapeste e na Universidade de Breslávia, onde recebeu o doutorado em línguas semíticas e história oriental. Mudou-se para a Palestina em 1933, onde seus pais se juntaram a ele em 1939, após receber o primeiro doutorado concedido pela Universidade Hebraica de Jerusalém, em 1936. Retornou brevemente a Budapeste, onde completou sua ordenação no Seminário Rabínico de Budapeste.

Carreira e prêmios

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Durante o final da década de 1930 e início da década de 1940, lecionou na Universidade Hebraica e serviu como secretário do Technion de Haifa. Fundou o Instituto Palestino de Folclore e Etnologia em 1944, servindo como seu diretor de pesquisa por quatro anos. Também serviu como diretor científico de um programa de estudos de folclore judaico para o programa cultural público Beit Ha'Am em Jerusalém.[3]

Em 1947, foi para Nova Iorque com uma bolsa do Viking Fund for Anthropological Research (mais tarde renomeado Fundação Wenner-Gren para Pesquisa Antropológica); também estudou os judeus do México. Estabeleceu-se nos Estados Unidos, tornando-se cidadão naturalizado em 1952. Ocupou cargos de professor visitante em várias das faculdades mais prestigiadas do país, incluindo as universidades de Columbia, Pensilvânia, Nova Iorque, Princeton e Estadual de Ohio. Foi professor titular de antropologia no Dropsie College de 1948 a 1957 e na Universidade Fairleigh Dickinson. Em 1952 foi convidado pelas Nações Unidas para dirigir um projeto de pesquisa sobre Síria, Líbano e Jordânia para a Human Relations Area Files.

Seu trabalho foi amplo, mas se concentrou principalmente no desenvolvimento cultural dos antigos hebreus e israelitas, na história e cultura judaica e na antropologia do Oriente Médio em geral. Foi autor de centenas de artigos acadêmicos e várias dezenas de livros, incluindo três volumes autobiográficos. Em 1985 foi colaborador de uma exposição no Museu do Novo México.[4]

Foi co-recebedor juntamente com Moshe Zvi Segal do Prêmio Bialik de pensamento judaico em 1936.[5] Em 1976, recebeu o Prêmio Nacional do Livro Judaico na categoria História Judaica por The Myth of the Jewish Race.[6]

Vida pessoal

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Casou-se com Naomi Tolkowsky, cuja família se mudou para o que era então a Palestina no início do século XX; eles tiveram duas filhas, Jennifer (n. 1942) e Daphne (n. 1943). Ele morreu em 1996 em Tucson, Arizona, aos 85 anos. Saul Patai (1918-1998), professor de química orgânica de longa data da Universidade Hebraica de Jerusalém, era seu irmão.

Referências

  1. Dan Ben-Amos (1997). «Obituary: Raphael Patai (1910-1996)». The Journal of American Folklore. 110 (437): 314–316 
  2. a b Marsha Rozenblit, Reconstructiong National Identity, Oxford, 2001, pp.31-32
  3. Patai, Raphael (2000). Journeyman in Jerusalem: Memories and Letters, 1933-1947. [S.l.]: Lexington Books. p. 436. ISBN 0739102095 
  4. "At the door of the Tent of Meeting by Raphael Patai." in Zackheim, Michele. and Museum of Fine Arts. Museum of New Mexico. (1985). The Tent of Meeting : catalogue & guide. Santa Fe, NM : The Tent of Meeting.
  5. «List of Bialik Prize recipients 1933-2004 (in Hebrew), Tel Aviv Municipality website» (PDF). Prefeitura de Tel Aviv-Jaffa (em hebraico). Consultado em 24 de outubro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 17 de dezembro de 2007 
  6. «Past Winners». Jewish Book Council (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2023 

Ligações externas

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