Hospital de São José
O Hospital de São José MHL (HSJ) é um hospital central, universitário e polivalente que integra desde 2024 a Unidade Local de Saúde de São José (ULS São José), anteriormente designada por Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), e Hospitais Civis de Lisboa (HCL), que por sua vez pertence ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).[1][2][3]
Hospital de São José
| |
---|---|
Unidade Local de Saúde de São José | |
Vista a partir do Miradouro da Graça | |
Localização | Rua José António Serrano, Arroios, Lisboa, Portugal |
Fundação | 15 de maio de 1492 |
Sistema de saúde | Serviço Nacional de Saúde |
Tipo | Entidade Pública Empresarial |
Universidade afiliada | Universidade Nova de Lisboa |
Urgências | Sim |
Leitos | 477 camas de Internamento |
Site | Página Oficial |
O HSJ fica localizado Colina de Santana, na antiga freguesia da Pena, atualmente na freguesia de Arroios, em Lisboa. Integra juntamente com a NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (NMS|FCM) e a Escola Nacional de Saúde Pública o Centro Clínico Académico de Lisboa (CCAL) – um protocolo de ação e entendimento entre as instituições.[4]
O edifício principal do Hospital de São José foi inicialmente o Colégio de Santo Antão-o-Novo de inspiração jesuita. O hospital passou a ocupar as instalações do Colégio após os jesuitas terem sido expropriados e expulsos de Portugal no tempo do Marquês de Pombal.[5]
O edifício do Hospital de São José correspondente ao Colégio está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1983. A antiga sacristia e atual Capela do Hospital está classificada como Monumento Nacional desde 1933.[5]
Em 2027, data prevista para a entrada em funcionamento do futuro Hospital Universitário de Lisboa Oriental, no Parque da Bela Vista, em Chelas, os seus serviços e funcionários serão transferidos para essa nova unidade. Manter-se-á em funcionamento como Hospital de Proximidade, sendo que apenas terá urgência básica, pequena cirurgia e, no máximo, 300 camas, servindo, em especial, a população das freguesias do centro histórico com patologias crónicas.[6][7][8]
História
editarHospital Real de Todos os Santos
editarO antigo Hospital Real de São José e actual Hospital de São José sucedeu ao antigo Hospital Real de Todos os Santos, que teve o seu arranque a 15 de maio de 1492. Contou com a presença do Rei D. João II, na altura do seu quadragésimo aniversário, apenas três anos antes da sua morte em Alvor.[9]
A sua inauguração ocorreu nove anos mais tarde, no reinado de D. Manuel I, em 1501. A obra esteve a cargo do Mestre das Obras do Reino, o arquitecto Diogo Boitaca. Situava-se no Rossio, ocupando a área da actual Praça da Figueira.[9]
A 27 de outubro de 1601, deu-se um dos grandes incêndios que destruiram quadros dos Reis de Portugal e as pinturas afresco maneiristas. Outro incêndio deu-se a 10 de agosto de 1750 e um terceiro a 1 de novembro de 1755, resultando do Terramoto de Lisboa. A ironia foi a de que o Hospital Real de Todos os Santos foi destruído no seu próprio dia, o dia de Todos os Santos.[9]
Criação do Hospital de São José
editarSó mais tarde e fruto da destruição do anterior e resultado da fusão de pequenos unidades hospitalares o Hospital de São José fica instalado no espaço do Colégio de Santo Antão, dos jesuítas entretanto expulsos, e a sua nomenclatura ficou determinada pela denominação comum aos que se juntaram como - de Todos os Santos (Omnia Sanctorum). Foi também "Hospital Real" e, simultaneamente, Hospital dos Pobres. As letras O e S mantêm-se até hoje no símbolo que representa a instituição.[9]
Conta na sua Igreja com pinturas de Fernão Gomes, em talha dourada.[9]
Incêndio de 2005
editarEm 2005, novo incêndio deflagrou numa das arrecadações. A sala e o equipamento médico ficaram completamente destruídos. Os "raio-x" ficaram irrecuperáveis. As salas de recepção e reanimação ficaram inutilizadas, pois a água utilizada no combate ao fogo fez o tecto ruir. O incêndio foi combatido pelos Bombeiros Sapadores de Lisboa e pelos Bombeiros Voluntários de Lisboa, totalizando 55 homens e 11 viaturas. As causas do incêndio, que se iniciou numa arrecadação do piso superior e que rapidamente se alastrou à sala de urgências para doentes poli-traumatizados, ainda são desconhecidas.[9]
História recente
editarA 8 de junho de 2016, a sua Unidade Cuidados Intensivos Polivalente Neurocríticos (UCIPNC) foi feita Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique, pelo sucesso no nascimento de um bebé do ventre de uma mãe em morte cerebral.[10] As insígnias foram entregues à equipa da unidade em cerimónia realizada no dia 5 de setembro de 2017.[11]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Unidade Local de Saúde de São José, EPE». www.sns.gov.pt. Consultado em 14 de janeiro de 2025
- ↑ «Instituição – CH | Lisboa Central». www.chlc.min-saude.pt. Consultado em 14 de janeiro de 2025
- ↑ «ENTIDADES NACIONAIS AGRACIADAS COM ORDENS PORTUGUESAS - Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas». www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 14 de janeiro de 2025
- ↑ «Centro Clínico Académico de Lisboa». www.nms.unl.pt. Consultado em 14 de janeiro de 2025
- ↑ a b Ficha na base de dados SIPA
- ↑ Ofício da ARS-LVT sobre Rede de Equipamentos Hospitalares na cidade de Lisboa de 7.7.2017
- ↑ “É quase certo que o S. José não fecha quando abrir o novo hospital”, Entrevista à Presidente do CHLC, Público 17.04.2017
- ↑ Hospital de Lisboa Oriental vai estar pronto em 2027, ECO 07.02.2023
- ↑ a b c d e f «Nota Histórica – CH | Lisboa Central». www.chlc.min-saude.pt. Consultado em 14 de janeiro de 2025
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos do Hospital de São José". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 28 de janeiro de 2018
- ↑ «Presidente da República condecora Unidade de Neurocríticos do CHLC-HSJ, CHLC 05.09.2017». Consultado em 28 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2018