Reco-reco ou dicanza[1] (em quicuio: (ku)kanzana), também conhecido no Brasil por: raspador, caracaxá ou querequexé[2]) é um termo genérico que indica os idiofones cujo som é produzido por raspagem.[3] Há dois tipos básicos de reco-reco. O brasileiro, que é feito de aço, e o de madeira de origem angolana,[4] muito comum em estilos de música latino-americanos como a cumbia e a salsa. Este último é constituído de um gomo de bambu ou uma pequena ripa de madeira com talhos transversais. A raspagem de uma baqueta sobre os talhos produz o som.

Reco-reco

O reco-reco típico do Brasil, por sua vez, é comumente utilizado em grupos de samba/pagode ou em baterias de samba-enredo. Alguns autores [5]atribuem a sua invenção, ou ao menos seu aperfeiçoamento para a forma atual, ao popular músico e humorista Mussum, que possuía formação em técnico de mecânica e o introduziu no grupo de que fazia parte, os Originais do Samba. Consiste numa caixa de metal com duas ou três molas de aço esticadas sobre o tampo, contra as quais é friccionada uma baqueta de metal. Nesse modelo, é possível utilizar-se da reverberação prolongada nas molas após a fricção ou abafá-las com a mão que segura a caixa. Em alguns modelos, a caixa possui um orifício inferior, permitindo que o instrumentista altere a reverberação interna ao tampar e destampar o orifício, de forma semelhante ao que é feito com a cabaça de um berimbau.

O reco-reco é, como a maioria dos instrumentos musicais, objeto de pesquisa acadêmica, como a realizada pelo músico e docente da UNESP Carlos Stasi[6].

Em Angola o antigo percussionista dos N'gola Ritmos, Euclides Fontes Pereira, mais conhecido por “Fontinhas”, falecido em 2013, foi considerado um dos maiores especialistas de dicanza[7] mantendo-se a tradição do uso da dicanza em cantores como Bonga, ou mais recentemente Yuri da Cunha.

O Reco-reco é um instrumento originado na África , é construído quase sempre de madeira.O reco-reco é tocado com uma vareta , essa vareta faz como se fosse uma raspagem assim produzindo som.O reco-reco e bem utilizado em rodas de samba e as vezes na capoeira.Pode-se dizer que o reco-reco de madeira e mais difícil de se fazer mas tem um melhor som por causa de seu interior oco.

Referências

  1. «Dicanza». Infopédia 
  2. ROCCA, Edgar Nunes "Bituca", Escola Brasileira de Música: Uma visão Brasileira no ensino da música e seus instrumentos de percussão 1. Rio de Janeiro: Europa, EBM, 1986
  3. «Reco-reco — Universidade Federal da Paraíba - UFPB Laboratório de Estudos Etnomusicológicos - LABEET». www.ccta.ufpb.br. Consultado em 28 de agosto de 2022 
  4. «O toque da dikanza». Jornal de Angola. 24 de julho de 2013. Consultado em 28 de abril de 2014 
  5. Barreto, Juliano (2014). Mussum Forévis: samba, mé e trapalhões. Rio de Janeiro: Leya 
  6. Stasi, Carlos (1998). Representations of musical scrapers: the disjuncture between simple and complex in the study of a percussion instrument (Doctoral dissertation). University of Natal in Durban: [s.n.] 
  7. «Restos mortais de "Fontinhas" foram a enterrar no Alto das Cruzes». ANGOP. 1 de julho de 2013. Consultado em 28 de abril de 2014 

Ligações externas

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