O Reino de Cano (Kano) foi um dos reinos hauçás no norte do que é agora Nigéria, que remonta antes de 1000, e durou até as jiades fulas em 1805. O reino foi então substituído pelo Emirado de Cano, sujeito ao Califado de Socoto. A capital é hoje a moderna cidade de Cano, no estado de Cano.[1] No momento em que o reino estava florescendo, a cobertura arbórea teria sido mais ampla e o solo menos degradado do que é hoje.[2]

Reino de Cano
Localização
Reino de Cano está localizado em: Nigéria
Reino de Cano
Mapa da Nigéria mostrando a localização de Cano
Coordenadas 12° 00′ N, 8° 31′ L
País Nigéria

História

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No século VII, a colina de Dala, no Cano, foi o local de uma comunidade empenhada em trabalhar ferro. Desconhece-se se estas eram hauçás ou falantes de línguas nigero-congolesas.[3] Algumas fontes dizem que eram caçadores-coletores hauçás conhecido como Abagaiaua que migraram de Gaia.[1] Cano era originalmente conhecida como Dala em homenagem a colina, e foi designada como, mais tarde no final do século XV e início do XVI por fontes do Império de Bornu.[4] A Crônica de Cano identifica Barbuxê, um sacerdote de um espírito Dala, como primeiro povoador da cidade. (Elizabeth Isichei observa que a descrição do Barbushe é semelhante aos dos saôs.)[5]

De acordo com registro na crônica de Cano, Bagauda, um neto do herói mítico Baiajida, tornou-se o primeiro rei em 999, reinando até 1063.[6][7][8] Seu neto Gijimasu (r. 1095–1134), o terceiro rei, começou a construir muros da cidade no sopé da colina Dala, e o filho de Gijimasu, Tsaraqui (r. 1136–1194), o quinto rei, completou-os durante o seu reinado.[8] A família Bagauda progressivamente estendeu o reino através da conquista de comunidades vizinhas. Eles criaram vários sub-governantes, com títulos que começam com "Dã", dos quais o mais importante foi "Dã Iá".[1]

Dinastia Rumfa

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Alguns historiadores consideram que Maomé Runfa (r. 1463–1499) era um membro da família Bagauda, enquanto outros consideram que era um invasor, desde que foi chamado Balarabã Sarqui (Balaraban Sarki), o rei árabe.[1] Durante seu reinado, reformou a cidade, expandiu o Gidã Runfa (Palácio do Emir), e desempenhou um papel importante na islamização da cidade, pedindo mais incisivamente que os citadinos se convertessem.[9][10] A Crônica de Cano, atribui um total de doze "inovações" para Rumfa.[11]

Referências

  1. a b c d Ibrahim Ado-Kurawa. «Brief History of Kano 999 to 2003». Kano State Government. Consultado em 13 de setembro de 2010. Arquivado do original em 10 de dezembro de 2009 
  2. Kabiru Ahmed. «The Kano Physical Environment». Kano State Government. Consultado em 13 de setembro de 2010. Arquivado do original em 10 de abril de 2011 
  3. Iliffe, John (2007). Africans: The History of a Continent. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 75. ISBN 0521864380 
  4. Nast, Heidi J (2005). Concubines and Power: Five Hundred Years in a Northern Nigerian Palace. [S.l.]: University of Minnesota Press. p. 60. ISBN 0816641544 
  5. Isichei, Elizabeth (1997). A History of African Societies to 1870. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 234. ISBN 0521455995 
  6. Okehie-Offoha, Marcellina; Matthew N. O. Sadiku (1995). Ethnic and Cultural Diversity in Nigeria. [S.l.]: Africa World Press. p. 40. ISBN 978-0865432833 
  7. «Kano». Britannica Online. Encyclopædia Britannica, Inc 
  8. a b Ki-Zerbo, Joseph (1998). UNESCO General History of Africa, Vol. IV, Abridged Edition: Africa from the Twelfth to the Sixteenth Century. [S.l.]: University of California Press. p. 107. ISBN 0520066995 
  9. «Caravans Across the Desert: Marketplace». AFRICA: One Continent. Many Worlds. Natural History Museum of Los Angeles County Foundation. Consultado em 6 de maio de 2007. Arquivado do original em 2 de janeiro de 2005 
  10. «50 Greatest Africans - Sarki Muhammad Rumfa & Emperor Semamun». When We Ruled. Every Generation Media. Consultado em 5 de maio de 2007 
  11. Nast, p. 61