A Reserva Biológica Atol das Rocas é uma unidade de conservação de proteção integral brasileira situada a 144 mn (267 km) a lés-nordeste da cidade de Natal (RN) e a 80 mn (148 km) a oeste do arquipélago de Fernando de Noronha (PE), em mar territorial brasileiro.

Reserva Biológica Atol das Rocas
Categoria Ia da IUCN (Reserva Natural Estrita)
Atol das Rocas
Atol das Rocas, fotografado da Estação Espacial Internacional durante a Expedição 22
Localização
País  Brasil
Estado  Rio Grande do Norte
Localidade mais próxima Natal
Dados
Área &0000000000037820.00000037 820 hectares (378,2 km2)[1]
Criação 5 de junho de 1979 (45 anos)[2]
Visitantes Não permitida visitação[2]
Gestão ICMBio[3]
Coordenadas 3° 51' 50" S 33° 48' 48" O
Reserva Biológica Atol das Rocas está localizado em: Brasil
Reserva Biológica Atol das Rocas
Nome oficial: Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas
Tipo: Natural
Critérios: (vii)(ix)(x)
Data de registro: 2001 (25ª sessão)
Referência: 1000
País: Brasil
Região: Américas

História

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O primeiro mapa que mostra o Brasil conquistado pelos portugueses, o Planisfério de Cantino, de 1502, já registrava a existência do Atol das Rocas. Uma outra menção a Rocas é atribuída ao almirante Dario Pais Leite, que descreveu o naufrágio de uma das naus da expedição liderada pelo navegador português Gonçalo Coelho à costa do Brasil, em 1503.[1][4] Apesar de ser conhecido desde o século XVI, o primeiro mapa detalhado de Rocas surgiu apenas em 1852, desenhado pelo capitão-tenente Phillip Lee, com a denominação de Baixo das Rocas ou Baixo das Cabras. Rocas aparece caracterizado como atol em 1858, num levantamento batimétrico feito pelo Comandante Vital de Farias. O primeiro naturalista a mencionar Rocas foi Jean de Léry, em 1580.

Devido à pouca profundidade de suas águas, a navegação nesse trecho da costa é muito perigosa. Os acidentes marítimos em Rocas eram frequentes e, no final do século XIX, no dia 19 de novembro de 1881 iniciou-se a construção do primeiro farol do Atol das Rocas, na ilha atualmente conhecida como Ilha do Farol (Rodrigues, 1940 e Andrade, 1959, citados por Kikuchi, 1999).

O Atol das Rocas é protegido por uma reserva biológica. É a primeira Reserva Biológica Marinha do Brasil. Sua criação deu-se através do Decreto-lei N.º 83.549, de 5 de junho de 1979.[5] Sua gestão cabe atualmente ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e as únicas atividades humanas permitidas em seu interior são aquelas relacionadas à pesquisa científica.[1][3]

Caracterização da área

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A Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas está inserida em uma área de 37,820 ha, delimitada pela isóbata de 1,000 m de um monte submarino pertencente à Cadeia Fernando de Noronha, a partir da Ilha do Farol.[1][3][5] O atol tem uma área de aproximadamente 755,1 ha e abriga, além da Ilha do Farol, a Ilha do Cemitério, ambas de origem biogênica.

O Atol das Rocas é o único atol do oceano atlântico sul e tem importância ecológica fundamental por sua alta produtividade biológica e por ser uma importante zona de abrigo, alimentação e reprodução de diversas espécies animais.[1]

Os recifes que compõem Rocas crescem no topo de um monte submarino pertencente à Zona de Fratura de Fernando de Noronha. Com uma área de aproximadamente 755,1 ha, o Atol das Rocas está entre os menores do mundo. De formato oval, tem 3,7 km de comprimento, 2,5 km de largura e um perímetro 7 km.[1][4][6]

As areias de Rocas têm origem biológica, sendo compostas principalmente por estruturas calcárias fósseis de algas coralináceas da sub-família Melobesioideae e da família Corallinaceae, além de algas verdes do gênero Halimeda e de foraminíferos bentônicos, principalmente Amphistegina radiata e Archaias sp (Coutinho e Morais, 1970 citado por KIKUCHI, 1999).

Essas areias de origem biológica acumularam-se em duas faixas com forma de anel aberto no interior do atol, originando a Ilha do Farol e a Ilha do Cemitério. Juntas, têm uma área de aproximadamente 36 ha. Durante a maré baixa, o anel de recifes que forma o atol fica exposto e, no seu interior, surgem piscinas naturais, de tamanhos diversos e profundidade de até 6 m. Na maré alta, apenas as duas ilhas interiores e o perímetro do atol, com sua margem formada por recifes, ficam emersas.[1][4]

Ecologia

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As piscinas naturais do Atol das Rocas

O Atol das Rocas serve de berçário a muitas espécies. Todos os anos milhares de aves e centenas de tartarugas-verdes retornam para lá para desovar. O local também é área de abrigo e alimentação da tartaruga-de-pente. Tem uma enorme importância ecológica fundamental por sua alta produtividade biológica e por ser uma importante zona de abrigo, alimentação e reprodução de diversas espécies animais.[carece de fontes?]

Ao lado do Arquipélago de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas é considerado uma das áreas mais importantes para a reprodução de aves marinhas tropicais do Brasil, abrigando pelo menos 150 milhares de aves, de quase 30 espécies diferentes. Atualmente vivem, o ano todo, cinco espécies de aves residentes: duas de atobás, uma de trinta-réis ou andorinha-do-mar e duas de viuvinhas, os atobás-de-patas-vermelhas e as fragatas vêm de Fernando de Noronha para pescar. Além delas, 25 espécies migratórias fazem de Rocas um porto permanente. Passam por ali espécies originárias da Venezuela, da África e até maçaricos provenientes da Sibéria.

O atol é também o paraíso de muitas espécies aquáticas. Por se tratar de uma montanha isolada, próxima de mares profundos e afastados da costa, ele é ideal para peixes de todos os tamanhos, moluscos, algas, crustáceos e tartarugas. Quase cem espécies de algas, 44 de moluscos, 34 de esponjas, sete espécies de coral e duas espécies de tartarugas já foram ali identificadas. Entre os 24 crustáceos, destacam-se o caranguejo terrestre e o aratu, que somente habitam ilhas oceânicas. O primeiro levantamento da fauna de insetos do Atol foi realizado em 2000, quando 12 espécies de insetos foram registrados e 3 espécies de aracnídeos, dentre eles um escorpião com veneno pouco perigoso para humanos.[7]

Em Rocas foram ainda catalogadas 147 espécies de peixes diferentes, entre os sargos, garoupas, meros e xaréus. Mas apenas duas dessas espécies, o bodião e a donzela são exclusivas da região, que abrange o Atol das Rocas e o Arquipélago de Fernando de Noronha, o tubarão-limão, uma espécie rara em Rocas tem motivado estudos de vários cientistas brasileiros e estrangeiros, a espécie passa o início da vida em cardumes, na laguna e nas piscinas do atol.

Ver também

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Referências

  1. a b c d e f g «Plano de Manejo da Reserva Biológica do Atol das Rocas» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 14 de janeiro de 2012. Consultado em 14 de janeiro de 2012 
  2. a b «Rebio Atol das Rocas». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 14 de janeiro de 2012. Consultado em 14 de janeiro de 2012 
  3. a b c «RESERVA BIOLÓGICA ATOL DAS ROCAS». Cadastro Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. 13 de janeiro de 2012. Consultado em 13 de janeiro de 2012 
  4. a b c Kikuchi, R (17 de setembro de 1999). «Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil - 033 - ATOL DAS ROCAS, ATLÂNTICO SUL EQUATORIAL OCIDENTAL, BRASIL». Departamento de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Feira de Santana. Consultado em 15 de janeiro de 2012 
  5. a b «DECRETO Nº 83.549, DE 5 DE JUNHO DE 1979» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 5 de junho de 1979. Consultado em 14 de janeiro de 2012 
  6. Schippke, Wolfgang. «Das einsame Riff im Südatlantik: Atol das Rocas» (em alemão). The italian weekly bulletin for serious DXers. Consultado em 14 de janeiro de 2012 
  7. Almeida, C.E.; Marchon-Silva, V.V., Ribeiro, R., Serpa-Filho, A., Almeida, J.R., Costa, J (2000). «Entomological fauna from Reserva Biológica do Atol das Rocas». Revista Brasileira de Biologia (em inglês). 60 (2): 291-298. doi:10.1590/S0034-71082000000200013 

Ligações externas

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