Residência da Família Fuganti Carillo

A Residência da Família Fuganti localizada no bairro de Perdizes, Zona Oeste de São Paulo, foi tombada definitivamente em agosto de 2011. A antiga residência da família Fuganti foi considerada patrimônio histórico da cidade de São Paulo ao ser caracterizada como um prédio de arquitetura neocolonial, representando um período muito importante da cidade e de construção cultural do próprio bairro.

Casa da Rua Cardoso de Almeida, 716
Residência da Família Fuganti Carillo
Frente lateral da casa
Informações gerais
Arquiteto Oscar Fuganti
Estado de conservação SP
Património nacional
Classificação Conpresp
Data 2008
Geografia
País Brasil
Cidade São Paulo

História

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A Casa da Rua Cardoso de Almeida é de construção datada por volta de 1921, ano pertencente ao período histórico de formação do bairro de Perdizes, onde está localizada. Segundo documentos anexados ao processo de tombamento e preservação do edifício, a casa teria sido uma antiga residência. De arquitetura classificada como neocolonial, a construção segue um tendência de estilo arquitetônico do início do século 20.[1]

Documentos do 2º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo apontam que o projeto e planta original da casa datam-se por volta do mês de junho de 1926. Os registros de propriedade do prédio, no entanto, datam no mesmo cartório a partir do ano 1982. Nesse documento, constam como primeiros proprietários da casa Oscar e Lydia Fuganti que doaram a propriedade em usufruto para as filhas Lourdes Fuganti Carillo, Celita Fuganti Villanueva e Marlene Fuganti Cabello Campos

Nos mesmos registros, consta a determinação de usufruto vitalício para os membros, incluindo cônjuges e descendentes. Após a morte de Oscar e Lydia Funganti, tal família passa a ter plena propriedade do imóvel. No ano de 2007, porém, os descendentes da família decidem cancelar o usufruto e optar pela venda da propriedade a SUCRE PARTICIPAÇÕES LTDA, empresa atual proprietária da casa.[1]

Tombamento

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Lateral da casa

O processo de tombamento da Casa da Rua Cardoso de Almeida se iniciou a partir de julho de 2008, quando se houve notícias de intenções de demolição do bem. As arquitetas Ana Winter e Vânia Lewkowicz e os sociólogos Fátima Antunes e Francisco Saragioto Neto deram entrada no pedido de abertura do processo de tombamento da antiga casa, com o objetivo de preservá-la, alegando seu imenso valor histórico e arquitetônico para a cidade.[1]

Além disso, o grupo alegou a oportunidade de estudos mais aprofundados em relação ao imóvel e destacaram que sua preservação em meio a uma área urbana, já conturbada com novos lançamentos imobiliários, seria de extrema relevância sociocultural, já que a própria identidade do bairro estaria ameaçada. Os argumentos foram levados em conta por uma comissão do Conselho de Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, o CONPRESP que autorizou a abertura do processo em 3 de julho de 2008.[1]

A partir dessa data o Departamento de Patrimônio Histórico da cidade iniciou o processo de investigação dos detalhes arquitetônicos do edifício, por meio de pareamento de estudos e visitas técnicas. A conclusão que decidiu por tombar a casa conhecida como Residência Neocolonial veio em setembro de 2008.[1]

Em fevereiro de 2011 veio a homologação do pedido de tombamento, que decidiu pelo tombamento definitivo do imóvel. A certidão de tombamento da Casa da Rua Cardoso de Almeida, 716 foi carimbada em agosto de 2011. [1]

Restauração

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Visão da rua

Em agosto de 2008 a arquiteta Fernanda Craveiro Cunha, em nome da empresa Maria Luiza Dutra e Associados – Arquitetura e Restauros LTDA, entrou com o pedido de autorização de restauração da casa ao CONPRESP. Meses depois, a arquiteta e o escritório retiraram a autoria do projeto protocolado por discordarem de condutas levadas à cabo por um dos profissionais envolvidos no processo - mediador entre projeto e proprietário.[1]

O procedimento de restauro, nesta altura assinado por outro responsável técnico, foi julgado apenas em abril de 2010, autorizando a restauração do imóvel, desde que se preserve suas características arquitetônicas e estruturais anteriores ao tombamento.[1]

Não se ouve mais notícias com relação ao processo de restauro. A Residência Neocolonial, hoje, encontra-se abandonada e seu pátio externo é utilizado como estacionamento de carros. [1]

Arquitetura Neocolonial

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Detalhes da porta de entrada

Características do movimento arquitetônico encontradas na Casa da Rua Cardoso de Almeida, 716:[1]

- Jardins de recuo, marcando os acessos a moradia e ao alpendre;

- Telhado de telhas de barro com ponteiras curvas e beirais;

- Colunas e arcos abatidos;

- Piso e escada de mármore;

- Porta de ferro de duas folhas com vidros internos.

- Painel de azulejos de autoria de José Wasth Rodrigues emolduram a escada entre o port-cochére e o pavimento térreo da residência.

O bairro de Perdizes

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O bairro de Perdizes, em sua origem, apresentava uma característica predominantemente residencial. Os altos custos do terreno desde o nascimento da região não permitiram que a população operária de baixa renda tivesse acesso ao bairro, que cresceu em meio ao poder a alta burguesia da época.[1]

O processo natural de ocupação deu-se mais intensamente por volta dos anos 1940, expandindo-se para os bairros do Pacaembu, Pompéia e Sumaré.[1]

A Casa da Rua Cardoso de Almeida, 716 foi construída na primeira fase de formação do bairro, entre os anos 1910 e 1920, justificando o estilo neocolonial do patrimônio, que predominava nas construções arquitetônicas.[1]

Galeria

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Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m DPH. Departamento de Patrimônio Histórico de São Paulo. Processo nº 2008.0.173.191.3 . Tombamento da Casa da Rua Cardoso de Almeida, 716

Ver também

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